29 de dezembro de 2006

Bandidos e outros

A mídia criou um termo próprio, quase somente dela, para identificar quem comete crimes: bandido. Então, assaltante é bandido. Sequestrador, também. Incendiário, idem. Estuprador, igualmente. E vai por aí. Como na época do bang-bang.
A nova prática simplifica o trabalho redacional mas tem um lado negativo e que é o de não tipificar os crimes cometidos. Para saber o que houve, o leitor/ouvinte/espectador precisa conhecer um pouco da matéria ou se assenhorar o mais possível do que está acontecendo. Com o risco de nem tudo ser dito.
Mas o Edemar Cid Ferreira não é bandido, embora tenha roubado milhares de pessoas. O Antônio Pimenta Neves também não, mesmo tendo assassinado uma ex-namorada com dois tiros pelas costas. E o juiz Lalau é sempre chamado por esse "simpático" apelido, mas também nunca foi alcunhado de bandido.
Então, entendamos: bandido é o criminoso pobre. Os demais são o que são: ladrões do dinheiro alheio, assassinos confessos, magistrados corruptos e vai por aí.
As democracias são totalmente democráticas apenas nos discursos.

14 de dezembro de 2006

Haikais do Marien

Foi lançado em Vitória, ES, na noite de 13 de dezembro de 2006, o livro "Herança do Vento", do jornalista e escritor Marien Calixte. O livro reúne haikais do autor, de outros autores, além de textos vários sobre essa maravilhosa técnica japonesa de fazer poesia, pela qual Calixte se apaixonou depois de ter navegado por outras modalidades de literatura.
E edição bonita, com 278 páginas e da Editora Cidade Alta, o livro começou a ser vendido pela Livraria Nobel (R$ 30,00 no lançamento), mas será encontrado em outros endereços literários. Um exemplo:
Amar não exclui
a solidão, esse indivi-
sível fardo.

12 de dezembro de 2006

Confisco da poupança

Parece mentira, mas é verdade. A exemplo do que fez o ex-presidente Fernando Collor de Melo, o atual governo Lula está pretendendo confiscar a Poupança dos brasileiros. E desta vez com o discurso de que é para combater a miséria.
Um projeto de lei já tramita no Congresso Nacional e, se for aprovado, vai fazer com que os brasileiros tenham limites impostos pelo Governo para gastar o que é seu. Para conferir, basta acessar os seguintes links:
Confira na Íntegra o Projeto:
http://www.camara.gov.br/sileg/MostrarIntegra.asp?CodTeor=327088
A situação do projeto na camada dos deputados:
http://www.camara.gov.br/sileg/Prop_Detalhe.asp?id=156281
Artigo de um economista sobre a medida:
http://www.midiasemmascara.com.br/artigo.php?sid=1784Leia o projeto e divulgue para não deixarmos isto acontecer!

6 de dezembro de 2006

Santo de casa

O Globo de 06/12/2006 publica matéria na capa do Segundo Caderno na qual focaliza um fenômeno tipicamente brasileiro: o dramaturgo Augusto Boal, pai do Teatro do Oprimido, já tem escritos sobre ele nada menos que 28 livros que enfocam sua pessoa ou sua obra. Nenhum deles em língua portuguesa.
Não seja por isso. Mário Petrochi de Oliveira, engenheiro, ex-diretor da Escelsa, já há alguns anos tornou-se o maior estudioso do Espírito Santo em turismo. Lecionou, escreveu vários livros adotados por faculdades e universidades e faz palestras sempre que sobra tempo. Jamais fez uma palestra em seu Estado. Seus livros não são adotados por nenhuma escola de nível superior capixaba.
Até mesmo um projeto que fez para o uso de casas de pequenas cidades do interior no serviço de oferta de quartos e café da manhã para turistas foi apropriado por outros depois de uma curta passagem sua pela Secretaria Estadual de Turismo de seu Estado. Santo de casa não faz milagre em lugar nenhum.