27 de agosto de 2009

Sociedade de castas

Se não houvesse tantas pessoas pretensamente sérias envolvidas na questão, seria possível imaginar que a discussão do reajuste da aposentadoria dos que ganham mais de um salário mínimo e recebem pelo INSS constitui um quadro de humor negro. A começar pela cobertura que dá ao assunto algumas empresas de Comunicação como a Globo, por exemplo.
Vamos explicar melhor: imagina-se para 2010 um quadro onde a aposentadoria máxima desse contingente de pessoas idosas será de pouco mais de R$ 3.400,00 reais mensais. E mesmo assim os reajustes dos que ganham salário mínimo continuará subindo mais a cada ano. Com o tempo, a tendência será de todos ganharem o mínimo. Matemática elementar, caro Watson!
Mas no Brasil que discute esse assunto, o teto do funcionalismo público ultrapassa R$ 24 mil reais hoje, sem reajuste de 2010. Um aposentado "comum" teria de trabalhar cerca de dez meses para receber tal vencimento. Esse é o teto do Judiciário - e lá muitos recebem mais do que esse valor - e do Legislativo - também lá muitos ultrapassam o teto. Há exceções no Executivo, mas neste caso outras vantagens substituem as desproporções existentes. Some-se a isso o fato de que as regras que determinam reajustes no INSS não são as que determinam as demais.
Conclusão: o Brasil tem aposentados e APOSENTADOS.
Quando se critica as possíveis novas regras de aposentadoria, todos criticam o aumento do "rombo" da Previdência. Sem considerar que muitos tributaristas são capazes de jurar que tal "rombo" é meramente contábil. É que parte considerável do dinheiro que seria destinado ao pagamento dos aposentados está sendo há anos desviado para outras finalidades.
Ora, bolas, se mudanças têm que ser feitas, precisam começar pela destinação total dos recursos da Previdência a ela, pela correção das distorções de cima para baixo e para a consideração de que aposentados, pessoas idosas, têm na maioria das vezes despesas superiores às jovens. Principalmente no item saúde, no que o Estado brasileiro não as atende.
Mas essa correção só pode ser feita se cumpridas normas legais. Ou seja: se forem determinadas pelos que ganham mais em favor dos que ganham menos. E um simples passar de olhos pela constituição do Estado brasileiro, em seus três Poderes, é suficiente para que nós todos possamos avaliar como é utópica essa possibilidade.
É uma insensibilidade não ver o problema assim. É um cinismo criticar os esforços das entidades de aposentados, sem considerar o rio de dinheiro que certas castas recebem. Sim, porque nós vivemos numa sociedade de castas. Formadas, regidas, mantidas e desavergonhadamente defendidas por aqueles que delas se beneficiam.
Inclusive por alguns encastelados em meios de Comunicação.

20 de agosto de 2009

Viram como Marina é bonita?

Alguém já reparou como é bonita a senadora Marina Silva? Como o rosto dela é sereno? O olhar, penetrante? O porte, altivo? E como a imagem transmite confiança?
Alguém já notou que depois de 30 anos de militância político-partidária, Marina Silva se desligou do Partido dos Trabalhadores, o PT, no dia em que este teve morte cerebral? E ética?
Alguém já notou como, mesmo eticamente morto, o PT tem medo dela?
Alguém viu na televisão o constrangimento causado pelos últimos acontecimentos nacionais nos políticos do PT que ainda conseguiram manter a vergonha na cara nesses tempos de pilhagem, de butim da honra, do caráter e do dinheiro público? Vocês perceberam como é difícil para Eduardo Suplicy e Mercadante, ficando só em dois, se manterem serenos? Que além de Marina Silva, mais um parlamentar federal ligado ao PT deixou a legenda no dia em que ela - a legenda - morreu?
Alguém percebeu como é difícil sobreviver com dignidade no cenário político brasileiro de hoje, quando para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, todos os meios justificam os fins?
Quando o Poder Legislativo é um mero apêndice subserviente do Poder Executivo e, porque inúmeros de seus membros estão sendo processados civil e criminalmente, se submete de forma incondicional ao Judiciário, o que nos resta fazer? A nós, as pessoas comuns?
Claro, todo mundo já percebeu, já notou. Felizmente. Ou seria infelizmente?

Em tempo e só por curiosidade: o que a senhora Solange Lube está fazendo no governo Paulo Hartung, aqui no Espírito Santo? Só por curiosidade mesmo...

6 de agosto de 2009

Cheiro de déjà vu


José Sarney não conhece Rodrigo Cruz, genro do capo di tutti cappi Agaciel Maia. Mas estava no casamento dele. Não tem influência na Fundação José Sarney, embora tenha assinado vários patrocínios por ela, inclusive com a Petrobrás. A "coisa" leva seu nome.
É um homem simples, que só por mero acaso mora numa faustosa mansão de mais de R$ 4 milhões - tão insignificante que ele se esqueceu dela no imposto de renda - e ganha cerca de R$ 52 mil por mês entre salário e aposentadorias públicas acumuladas, o que fere a Constituição. E daí?
O presidente Lula não quer que ele seja atacado. Tem "biografia". Inclusive bem atualizada. A última atualização aconteceu ontem. Mas virão outras. Hoje, amanhã, depois!!!
O senador Fernando Collor, para defender o amigo presidente a Casa, determinou que quem pronunciar seu nome sem ser para elogios, deverá "engolir e digerir" a sofisticada indicação de descendência alagoana. Perigoso! Engolir e digerir obriga a pessoa a expelir depois. Pode acontecer de sair o DNA do ofendido nesse final de processo digestivo.
O presidente Lula já defendeu Sarney várias vezes. O "companheiro" não é uma pessoa comum. Claro; basta passar diante da casa dele para ver.
Pode ser que eu nós nos enganemos, mas apesar de haver muitos Paulo Duque no Congresso Nacional, há um odor esquisito no ar.
Um cheiro de déjà vu.
Uma impressão constrangedora de Casa da Dinda revivida!

3 de agosto de 2009

O pior está por vir!


Alguém já disse e vou tomar a afirmação como minha:
- Lula será conhecido, em futuro breve, como o presidente mais pusilânime que o Brasil já teve.
Se ele próprio tiver um acesso de pudor, coisa difícil de acontecer, dirá entre dentes que "nunca antes, na história desse país, um presidente teve tão pouco compromisso para com a ética. Para com a preservação dos verdadeiros valores repúblicanos, aqueles pelos quais tanto lutamos". E tanto lutamos nós, os brasileiros mais escolarizados, quanto lutaram operários de todos os setores. Inclusive e principalmente metalúrgicos.
A última de Lula foi dizer que nada tem a ver com o Senado. Com o fato de José Sarney ser seu presidente. "Não votei para presidente do Senado" diz, com a cara lavada, como se o atual líder daquele poder legislativo não tivesse sido ungido por interferência direta do Palácio do Planalto, inclusive derrotando um candidato do PT.
Lula será capaz de tudo, rigorosamente tudo, para fazer de Dilma Rousseff sua sucessora na Presidência. Quando digo tudo, digo tudo mesmo. Abraçar Fernando Collor de Melo (como nessa foto aí acima), fazer de Renan Calheiros um homem forte da República e outras coisas mais, é café pequeno. É pouco, embora seja capaz de constranger a ala ética do Partido dos Trabalhadores.
Vem mais e muito pior por aí.
Lula ainda há de provar que não é um presidente qualquer. É e será único por sua pusilanimidade e falta de ética política. E que biografias - algumas - são feitas para se jogar lama nelas, em acordos espúrios, despidos de decência, com interesses menores.
Nós ainda não vimos um Lula de corpo inteiro. O pior está por vir. É viver para ver e crer!