7 de dezembro de 2009

Só no papel


"No Brasil, homem público é o masculino de mulher pública".
Quem disse isso foi nosso grande Ziraldo, num momento de grande inspiração. E os políticos brasileiros fazem questão absoluta de confirmar essa verdade todos os dias, a todas as horas. Quem acompanha os escândalos de Brasília sabe disso.
O cipoal de desonestidades revelado no governo do Distrito Federal é a prova mais incontestável de que não vamos mudar a triste realidade brasileira enquanto não houver por aqui um elenco de leis capaz de retirar da vida pública os marginais que hoje a frequentam. Mas conseguir isso de que forma, se são eles que votam as leis.
Por todos esses motivos, não há como questionar o ministro Gilmar Mendes, presidente do STF, quando ele legisla, juntamente com seus pares, fazendo o trabalho que seria do Legislativo. E ele deve fazer isso mesmo. O Brasil é a única democracia representativa com apenas dois poderes: o Executivo e o Judiciário. O terceiro só existe no papel. No papel higiênico.