29 de maio de 2014

Convento da Penha, Patrimônio Mundial

O Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo (IHGES), à frente de outras instituições ligadas à cultura capixaba como a Academia Espírito-santense de Letras (AEL) e Academia Feminina Espírito-santense de Letras (AFESL), está dando um passo importante para a cultura brasileira: iniciar uma campanha para tornar o Convento de Nossa Senhora da Penha(foto), em Vila Velha, berço da colonização deste Estado, um PATRIMÔNIO CULTURAL DA HUMANIDADE.
O IHGES vai a campo. Pedindo apoio a instituições internacionais ligadas à ONU como a UNESCO e outras. Aproveitando-se da internet para lançar a ideia em plano estadual, nacional e mundial. Explicando a todos o que é o Convento da Penha, como o chamamos, não apenas para a população do Espírito Santo mas para as do Brasil e do mundo. Um centenário monumento às correntes religiosas cristãs - e não apenas católica por ser ele católico - encravado sobre uma montanha, com quatro centenários de vida. O mais antigo do gênero  no País. O monumento mais representativo do Brasil nessa área.
O Convento da Penha está absolutamente preservado. Recebe por ano milhares de visitantes que sobem as encostas do morro para visitar suas paredes largas e amplas, seus aposentos cuja história oficial começou a ser contata a vários séculos, mas cujo primeiro registro em publicação, de meados do Século XIX, consta de um livro preciosidade editado pelo Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e que tem um de seus raros exemplares conservados de minha propriedade.
Recentemente, um capixaba honorário, José Carlos Monjardim Cavalcanti, o Cacau, que como ele próprio diz tem PHD em Espírito Santo, enviou longa correspondência ao Papa Francisco, falando de nosso monumento, descrevendo-o por documentos e publicações, além de fotos, e convidando o chefe da Igreja Católica a vir conhecer nosso Estado e seu Convento.
Cacau recebeu resposta do Papa Francisco. Nele o Pontífice agradece a gentileza e, embora não dizendo que pode aceitar o convite, enviou até mesmo documento assinado de próprio punho ao nosso PHD. Isso nos abre caminho para pedir apoio às autoridades civis e eclesiásticas, como a CNBB, para apoiar o pleito que agora não é mais dos capixabas, mas de todos os brasileiros.
Vamos falar ainda muito sobre isso. Mas esse artigo abre o tema.                

28 de maio de 2014

Véspera de Copa

Agora mesmo a TV Globo está pedindo aos brasileiros para pintar ruas e prestigiar a Copa do Mundo de 2014 no programa de Ana Maria Braga e em todos os demais. Gente, ninguém deixou de ser brasileiro, ninguém deixou de amar o Brasil. Mas o que ninguém aguenta mais é o que essa ilustração mostra, da roubalheira, da mentira institucionalizada, da manipulação de dados, do descaso para com a educação e a saúde - principalmente -, dos políticos corruptos pactuando com os contratos superfaturados de empreiteiras manjadas que vivem de dinheiro público à custa de impostos absurdos. Enfim, de tudo o que todo mundo sabe e a Rede Globo com seus cofres abarrotados também. Essa Copa vai ser a da falta de confiança nesse nosso País e dos protestos justos que, torço eu, não devem descambar para a violência. Não era época de Mundial de futebol, não. Era e é a época de construirmos um novo País colocando no esgoto da história tudo o que não nos serve.
Em Vitória, ES, um grande esquema de segurança cerca as chegadas das delegações da Austrália e de Camarões. Busca-se black bloks, cangurus assassinos e camarões ebola. A vida do cidadão vai ser afetada em nome da pseudo segurança de duas equipes de futebol. Para que? Em nome de que? Se preocupação parecida houvesse sido tomada com relação aos desmandos e roubos das construções direta e indiretamente ligadas à Copa, aí, sim, isso se justificaria.
Há um novo Brasil a ser construído. Sem roubalheira, sem "acordos" políticos, sem nada do que mancha nossa vida. Não se pode agredir, quebrar, atentar. Mas o direito de protestar, esse o brasileiro tem, em nome de nossa dignidade subtraída de manhã, à tarde, à noite, todos os dias pelos collor, renan et caterva. No mais, que nessa disputa de futebol vença o melhor. De preferência, um melhor vestindo verde e amarelo, dono que já é de cinco títulos.  

7 de maio de 2014

Democracia à brasileira

Ao que parece, a paciência do governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, se esgotou. Ele disse que não vai buscar mais a "unidade" e é pré-candidato por seu partido, o PSB, à reeleição apoiando também a chapa nacional de Eduardo Campos. Já o ex-governador Paulo Hartung vai se candidatar ao mesmo cargo pelo PMDB e deve chamar para perto de si no Espírito Santo as forças do PT.Cartas na mesa. Façam as coligações - ou, melhor dizendo, as próximas apostas senhores.
A briga - ou seria melhor dizer "mal estar" - começou com Hartung se dizendo candidato a governador. O ex-governador Gerson Camata, veterano de PMDB, disse que como esse postulador teve dois mandatos seguidos no Palácio Anchieta, agora Casagrande "tem também o direito" a um segundo mandato.
Pirei, pois até hoje pensava que esse tipo de direito era exercido pelo eleitor e somente por ele. Os partidos e seus representantes lançavam-se às eleições, expunham seus projetos, suas ideologias, seus planos quadrienais e, ao final de tudo, o melhor - para os eleitores, claro - era proclamado vencedor.Os perdedores simplesmente deixavam a arena de disputa. O Executivo então governava, o Legislativo fazia seu papel de legislar e vigiar o Executivo e o Judiciário zelava pelo fiel cumprimento das leis.
Ora, isso só pode existir na Democracia real, essa que estou escrevendo com a primeira letra maiúscula. Na democracia de mentirinha, a "unidade" representa o conchavo de bastidores no qual todos combinam concordar com o novo governo em gênero, número e grau, sem esse negócio de analisar coisa alguma, de fiscalizar ninguém. Até porque depois da "unidade" vem a "parceria", outro termo caro a todos os envolvidos na composição. A "parceria" é a divisão do butim político com escolha de cargos (comissionados) e empregos à disposição de cabos eleitorais, parentes e amigos de longa data.
Essa é uma democracia à brasileira. A que se tenta se perpetuar hoje apesar de todos os protestos, de todas as denúncias que são feitas. Mas essa não é a democracia real, a que surge do confronto de ideias.
                           

2 de maio de 2014

O novo "Pacote de Bondades"

A presidente(a) Dilma Roussef anunciou mais um "pacote de bondades". De roupa azul, travestida de interessada no conforto da população de seu país, fez propaganda de TV como candidata à presidência da República mais uma vez mentindo e tentando iludir. Excetuada a questão envolvendo a Petrobras, um crime de lesa-pátria cometido a céu aberto, a política do Governo, que comete demagogia em larga escala com o salário mínimo e o Bolsa Família, agride o povo deste País em dois pontos: na correção dos limites do Imposto de Renda e na correção das aposentadorias e pensões do INSS.
No caso do IR, foi concedido um "aumento" (ou "reajuste", para quem optar) de 4,5 por cento num cenário no qual a inflação real se projeta em 6,5 por cento. Desde meados da década de 1990 - e aí não pode ser esquecida a responsabilidade do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso - o brasileiro que paga IR acumula um aumento real de tributação que ultrapassa os 60 por cento. Em números de economistas, quando a defasagem começou a isenção equivalia a oito mínimos. Hoje, para que represente o que representava na época em valores reais o limite de isenção deveria ser não de um ganho de R$ 1.710,78 mensais, mas de R$ 2.761,54. Jamais chegando aos oito mínimos, o que se explica pelo fato de que esse piso vem sofrendo aumentos reais anuais em relação à inflação oficial. O Governo Federal chegou a arrecadar R$ 26,4 bilhões com o Imposto de Renda descontado na fonte. Hoje arrecada R$ 80,9 bilhões.
No caso dos rendimentos de aposentados e pensionistas, o desconto em folha já chegou a ter como teto 20 salários mínimos. Caiu para dez sem que isso fosse considerado inconstitucional porque não tocava nos ganhos de suas excelências dos poderes Legislativo e Judiciário. Esses recebem como funcionários públicos e ainda têm, como eu dizia, o direito de reajustar seus próprios vencimentos.Não é o melhor dos mundos?
Aos poucos a renda do INSS foi se reduzindo de forma dramática. Nos últimos anos adotou-se a política de valorização do mínimo, mas ao custo do achatamento dos demais ganhos. Tudo o que fica acima dele. No caso específico desse ano, mais uma vez o reajuste dos ganhos de quem recebe sobre esse piso foi taxado abaixo da inflação real. Se a política for mantida assim, um dia - sabe-se lá quando - todos ganharão o mínimo. Pronto, não haverá mais menos e mais no Brasil do INSS. Só no do Serviço Público.
É preciso dizer que, na maioria dos casos, quem vive de aposentadoria ou pensão, faz isso numa época da vida em que necessita mais e mais de dinheiro, Sobretudo e principalmente para fazer frente a despesas com saúde num País que não oferece esse benefício, embora ele seja previsto na Constituição. O Bolsa Família, salva-vidas de quem naufraga por falta de horizontes, na prática é um salário ganho por quem não trabalha à custa dos que trabalham.Foi reajustado acima da inflação num ano de eleição, em ato com destino certo.
Será possível que o Brasil jamais vai acordar?