27 de julho de 2014

No fundo, Israel tem medo!

Todos nós já conhecemos, em alguma parte da vida, alguém desse tipo: é um garoto mais musculoso do que a média, brigão e tem um parente mais forte ainda do que ele. Aquelas asas a proteger o belicoso. Só que ele prefere sempre brigar contra quem é mais fraco. Claro, assim não corre riscos. E em qualquer situação as asas que o cobrem mostram que, junto a elas, o complemento tem garras fortes, bicos cortantes e ainda é capaz de atacar de todas as formas. Esse garoto é Israel. Fortinho, bem armado, protegido
pelo poder que gera dinheiro e se sustenta nele. Em tudo e por tudo, covarde.
Nos dias atuais, sempre que alguém critica ou ataca Israel, é chamado de antissemita. Uma defesa, ao mesmo tempo um ataque e uma camuflagem. Na prática, ao longo dos anos Israel se tornou um Estado belicoso. E racista. Mesmo sem dizer, mesmo sem pregar isso abertamente, trata os palestinos como seres inferiores. E toma-lhes seus territórios. Na ilustração desse texto está o território que o Estado judeu ocupa. No nascedouro, quando foi delimitado pela ONU em 1947 e depois, ao longo dos tempos, com as várias anexações de territórios limítrofes. Um movimento que não cessa.
Hitler criou, para gerar o ódio que levaria à II Guerra Mundial, a teoria do espaço vital. A Alemanha necessitava disso e da extinção pura e simples dos tratados elaborados logo após a I Guerra Mundial e que a limitavam. Israel, supostamente para se defender, defende também um seu espaço vital. As Colinas de Golã, por exemplo, seriam necessárias à sua defesa. E vai por aí. No episódio de Sabra e Chatila, o massacre silencioso do povo palestino serviu aos interesses israelenses de domínio sobre esse povo. Ou o que sobrasse dele. O que existe de diferente em essência, hoje, entre a suástica e a Estrela de David? A parte mais forte da política de Israel atualmente está ligada à extrema direita. Essa mesma corrente que, travestida, criou o caldo de cultura dos campos de extermínio nazistas.
Pode-se unir um povo para lutar cegamente em uma direção com base em duas crenças: ou no amor ou no ódio por alguma coisa. Hitler uniu a Alemanha Nazista - favor não confundir com os alemães - em torno do ódio aos judeus. Israel faz isso com o ódio aos palestinos. Com a diferença de que, hoje, tem asas fortes, patrocínio ilimitado (?) e não estamos em meio a uma guerra mundial.
Talvez Israel, como Estado, conviva com um dilema: como usar seu poderio nuclear herdado dos EUA se a área territorial, muito pequena, o faria vítima também de um disparo desse gênero? Como usar artefatos atômicos contra inimigos próximos se ninguém é capaz de garantir uma não retaliação do mesmo porte? Eis um dilema não irrelevante. Eis um risco que os anões morais da cúpula israelense têm que considerar. As asas são grandes, a vontade de brigar, também. Mas no fundo, bem lá no fundo de suas razões intestinas, o covarde sente medo.           

21 de julho de 2014

Pela segurança aérea

Bagagens de passageiros marcam o local da queda do jato abatido na Ucrânia
No total, 537 pessoas deixaram de existir em março e julho nos dois acidentes com aviões da Malaysia Airlines. A companhia aérea que já foi considerada cinco estrelas deve fechar. Falida. Não conseguirá resistir às duas catástrofes. No caso do acidente mais recente, com 298 mortes, foi cometido um crime com o disparo de míssil de região conflagrada contra o jato civil. E no de março, quando havia 237 seres humanos no avião? Ele teve todos os seus aviônicos de contato desligados, mudou radicalmente de rota, voo cerca de sete horas e depois desapareceu sem deixar vestígios? Simples assim? Não, não foi. Evidências mostram que um voo como esse, nos tempos de terrorismo, teria sido monitorado militarmente pelas principais potências tão logo desviado.
Há muito mais entre o céu e a terra (ou o Oceano Índico) do que julga nossa vã filosofia. Não é tão fácil a governos poderosos ludibriar os incautos. Tão logo um avião civil sai da rota os radares e satélites militares entram em ação. O que se quer saber é se esse jato se tornou um míssil nas mãos de insurgentes. E o que ele pode atingir no seu voo agora sem destino certo. O Boeing 777 que fazia a rota MH370 também pode ter sido abatido. Por ter sido considerado perigoso, descontrolado, levado em direção a algum alvo pelos tripulantes ou quem os dominou. Se isso é verdade ou não pouco importa. Na hora da decisão a ordem é mandar apertar o botão do míssil.
Nós vivemos num mundo perigoso. Em várias regiões há conflitos e a cada dia que passa mais aumenta o número de mortos. Tornar até mesmo os meios de transporte inseguros, passíveis de serem atingidos por disparos, venham eles de terra ou do ar, é demais. Não pode acontecer. Nesses dois últimos casos, envolver os órgãos de segurança da ONU em ações que visem a recuperar a segurança aérea é tão importante quanto lutar por tratados de paz em lugares como a Palestina. Por sinal, lá morrem crianças enquanto adultos se digladiam irresponsável e irracionalmente.   

14 de julho de 2014

Chega de unanimidades

Telê Santana, o gênio ético  não questionado em 1982 na Copa da Espanha
Nelson Rodrigues disse que toda unanimidade é burra já faz tanto tempo que quase todo mundo se esqueceu disso. Ou então não considera essa verdade do esporte - e que serve a todo o restante da atividade humana - por mero oportunismo. A Copa do Mundo do Brasil nos lembra isso.
Com a saída de Mano Menezes do comando da Seleção, foi contratada uma comissão técnica com espaço quase todo o tipo possível e imaginável de especialistas, inclusive uma psicóloga que literalmente só atendia quando chamada. Por telefone, digamos. Aquele grupo de pessoas tinha duas coisas em comum: eram todos da confiança irrestrita do treinador Luiz  Felipe Scolari e donos da verdade. Seus egos não cabiam no espaço acanhado da Granja Comary.
Lembram-se da nossa Seleção de Vôlei Masculino? Evitou uma desclassificação vexatória em fase preliminar da Liga Mundial por um quase milagre. Há vários anos precisava começar um lento e seguro processo de reestruturação por renovação, mas o procedimento foi sendo adiado, adiado, adiado e adiado até surgirem derrotas tão terríveis que alguém teve a coragem de questionar Bernardinho. Sim, porque Bernardinho é outra unanimidade e também carrega ego monumental.
Com a Seleção de Scolari aconteceu o mesmo. Os dirigentes do futebol brasileiro entendem de tudo, menos de futebol. Entendem de pequenos, médios, grandes negócios e negociatas. Nesse último caso, faça-se justiça a eles, envolvendo o futebol. Eis aqui o exemplo de João Havelange, nosso capo dei cappi de 98 anos bem vividos e curtidos em vôos internacionais de primeira classe.
Pois Luiz Felipe Scolari, campeão mundial em 2002 e derrotado como técnico de Portugal, do Chelsea, do Palmeiras e em mais outros exemplos, assumiu o time do qual Mano Menezes havia sido defenestrado, para o que desse e viesse. Para a vitória ou o fracasso. Como era de se esperar, veio o fracasso. Afinal, aqueles era o time de sua total confiança. Nada mais se discutia.
Quando falo de nossas unanimidades burras, doe-me o coração. Conheci em apenas duas únicas e rápidas oportunidades o cidadão Telê Santana, patrimônio ético e moral do futebol brasileiro. Coube a ele dirigir o time de 1982, um dos maiores de todos os tempos. E como alguém iria dizer ao grande Telê, ao nosso técnico exemplar, que aquela Seleção escalada com Sócrates, Zico, Falcão e Éder, quatro atacantes, deixava perigosamente vulneráveis o meio-campo e a defesa? Não, coragem ninguém teve. Nossos adversários italianos perceberam isso e perdemos a Copa. Depois perdemos em 1986 por motivos outros como o envelhecimento do time. Telê e uma grande geração ficaram sem um título mundial na única ocasião em que o silêncio diante da unanimidade foi compreensível.
Agora, não. Agora é hora de nunca mais nos rendermos a isso. Mesmo se for para afagar egos de grandes cadeias nacionais de TV que se beneficiam de matérias exclusivas. Chega. Perdemos um Mundial de maneira humilhante. Não era preciso que fosse assim. Mas nem sequer houve tempo de treinar o time direito, tantas eram as gravações de comerciais contratadas pelo "professor".
Basta! Precisamos de planejamento, de seriedade, de questionamentos e de encontrar um caminho que nos resgate ao menos a dignidade. Ela ficou pelo caminho mas dá para localizar.     

10 de julho de 2014

Cem anos esperando pela "tragédia"

A  goleada da Alemanha contra o Brasil por 7 a 1 na semifinal da "Copa das Copas" deixou um País atônito. Confesso: eu fiquei. Mas se a gente parar para pensar sem paixões, vai ver que esse fato inédito por um século era uma "tragédia" anunciada. Haveria de ocorrer um dia, numa circunstância qualquer, como resultado de nossa incúria, de nossa irresponsabilidade.
Exercício rápido 1: Luiz Felipe Scolari gastou mais tempo preparando o time ou gravando comerciais milionários para engordar sua conta bancária? E seus jogadores, nossos "heróis"?
Exercício rápido 2: se amanhã o Congresso Nacional sofresse um recesso de 100 dias como punição ou em decorrência de alguma catástrofe natural, isso iria representar o que para o Brasil? Um prejuízo irreparável às nossas instituições democráticas? Ou apenas às contas bancárias daquela turma e seus assessores?
O que José Maria Marin tem a dar ao futebol brasileiro como presidente da Confederação Brasileira de Futebol do alto de seus carcomidos anos e anos de vivência pública prostituta? O que o Congresso Nacional nos ajuda, a nós brasileiros, dirigido por Renan Calheiros e sua troupe?
Eles não disputam campeonato mundial de política mas contribuem para deixar o Brasil pessimamente colocado em todos os confiáveis índices mundiais de progresso social. Eles são parecidos com a nossa Seleção de Futebol de hoje: rica, despreparada e às vezes cínica. Só não choram pois,  no caso deles, seria ultrapassar em muito o limite da cara de pau.
Somos vítimas de nós mesmos. Permitimos que esquemas malandros nos enganem sempre e sempre parecemos não saber que estamos sendo enganados. A "Copa das Copas" está sendo - pois ainda não terminou - apenas e tão somente um circo multimilionário de dinheiro jogado fora, colocado em bolsos de ladrões e que ainda vai se desdobrar em obras por acabar e na orgia, hoje apenas no início, de mais uma festa de arromba chamada Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.
No caso atual, os 7 a 1 da Alemanha não estavam no script. Talvez algumas medalhas além do que a pobreza esportiva de sempre nos brindou possam vir a ser acrescentadas à roubalheira de 2016.     

4 de julho de 2014

Um Holocausto para todos!

Os jornais publicam hoje que uma senhora hoje com 80 anos doou ao Museu do Holocausto, em Tel Aviv, uma capa de publicação nazista na qual ela, ainda um bebê, aparece como símbolo da raça ariana. Era e é judia. Ao que tudo indica, tem muito orgulho disso. Escrevo esse texto depois de três jovens judeus que tentavam carona para casa após aula de religião terem sido sequestrados e mortos em Israel. A irracionalidade usa muitas vestes e se alimenta do sangue de inocentes.
No dia 08 de maio de 2009 escrevi, neste meu Blog, o artigo "Mortos de segunda classe". Nele questionava, como questiono até hoje, o uso do termo holocausto por autoridades judaicas, por judeus do mundo todo e por gente espalhada por esse mesmo mundo para identificar, glorificar, prantear e lembrar todos os anos os judeus mortos entre 1939 e 1945 por nazistas e fascistas. O período que cobre a II Guerra Mundial abriga esse genocídio de caráter inominável.
Ao ponto de crianças mortas enforcadas junto a uma coluna (?) de Sobibor, como se ornamento macabro fossem, inspirarem um monumento em sua homenagem. A foto está junto ao texto.
Não adianta falar: mas considero que o holocausto deve lembrar a TODOS os mortos pelos nazistas. Judeus, claro que sim, mas também comunistas, ciganos, negros, imigrantes legais, adversários políticos diversos, desempregados e, suprema crueldade, idosos, deficientes físicos e mentais. Nesses casos, não importando a religião que tivessem. Eram apenas imprestáveis.
Nego-me a utilizar o termo holocausto por causa disso. E nem o grifo com "H" maiúsculo. Acredito, no entanto, que um dia algum tipo de homenagem focalizará os que morreram no Genocídio da II Guerra Mundial. Não eram soldados, não lutavam por seus países, mas enlutaram a humanidade.
Seria oportuno se radicais palestinos se recordassem disso antes de sequestrar e matar garotos judeus mesmo que, como pensa o Hamas, eles usurpem seu território. Seria igualmente oportuno se governantes judeus pensassem nisso antes de enviar modernas armas de guerra matar inocentes entre a população palestina. A renúncia precisa ser mútua, definitiva.
Ainda há espaço para a mesa de paz. E para recordarmos
o Holocausto de Todos.