30 de dezembro de 2016

Quando fevereiro chegar

Traumático para todos nós, 1968 foi chamado de "o ano que não acabou", inclusive na literatura. Foi nele que tivemos o AI-5 e o recrudescimento da violência da ditadura militar que nos infelicitou durante 21 anos, de 1964 a 1985. Agora temos em 2016 outro ano que promete seguir em frente. Pelo menos até fevereiro quando, muito mais do que carnaval, os brasileiros viverão novos desdobramentos da Operação Lava Jato com as denúncias de elementos da Construtora Odebrecht.
A lama que nos emporcalha atinge a quase todo o espectro político. É como se a propina tivesse se tornado uma prática tão frequente, comum, que as pessoas recebessem dinheiro público, via caixa dois ou não, na serena convicção de que se todo mundo faz, crime não é. Ou então, se gente tão poderosa usa desses artifícios, quem as meterá na cadeia? E se eles não vão, os pequenos não irão também. Mas de repente, não mais que de repente, o Brasil acordou com outra realidade.
E é essa realidade que não se aceita. O juiz Sérgio Moro, símbolo maior da Operação Lava Jato, passou a representá-la e a ser alvo de todo o ódio dos até agora atingidos. Eles não conseguem ver que esse magistrado é apenas uma peça de uma engrenagem hoje muito maior do que ele mesmo e muito mais poderosa do que a soma de todas as reações contra ela. O processo de limpeza do Brasil, acredito eu, vai até o final das investigações. E dessa faxina poderá nascer um novo País, muito mais forte, muito mais capaz de representar efetivamente os anseios de sua população.
Quando fevereiro chegar, junto com esse mês começarão a ser colocadas na mesa novas provas de envolvimento de muitas pessoas, sobretudo dos poderes Executivo e Legislativo, nos casos de corrupção que marcam a vida nacional faz décadas e que passaram a ser política de Estado não confessada desde 2003, com a chegada do PT e de Lula "et caterva" ao poder.
Os petistas odeiam isso, mas é verdade. Foi esse partido político anunciador de novos tempos, de combate à corrupção e distribuição de trabalho e renda a instituição que se tornou a maior prostituta política da história recente do Brasil. No barco petista embarcaram o PMBD - principalmente - e muitas outras agremiações. As delações da Odebrecht, as chamadas "delações do fim do mundo", vão nos trazer muitas surpresas para lá de desagradáveis mas extremamente necessárias.
Quando fevereiro chegar a crise vai prosseguir. Pois ela precisa ir até o fim.            

19 de novembro de 2016

Adriana Ancelmo e a Fecomércio-RJ

Adriana Ancelmo "escondida" pela árvore. (foto de O Globo)
A Fecomércio-RJ pagou cerca de R$ 13 milhões ano passado ao escritório da advogada Adriana Ancelmo, mulher do ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (não confundir com o outro Sérgio Cabral, pai deste). Que "serviços prestados" podem justificar uma soma absurda dessas de dinheiro que vem dos comerciários do Rio de Janeiro? É fácil explicar.
A Fecomércio-RJ, assim como as demais federações patronais estaduais de comércio é filiada à Confederação Nacional do Comércio (CNC), sediada no Rio de Janeiro, pertinho dos escritórios de Adriana. E a CNC, bem como suas filiadas estaduais, são feudos. Ao contrário das demais confederações e federações, no caso do comércio os presidentes se eternizam nos cargos graças ao controle absoluto das confederações estaduais. No caso destas, esse controle é exercido sobre os sindicatos patronais do setor. E isso vem de cerca de meio século.
A Confederação Nacional é "governada" pelo senhor Antônio Oliveira Santos - capixaba - há uma eternidade. Ele se reelege sempre, pois não há obstáculo legal a essa prática. No caso do Espírito Santo, o feudo atualmente pertence ao empresário José Lino Sepulcri, que tem por trás de si a figura do presidente regional do SESC, Gustman Uchoa de Mendonça, um jornalista. Amigo pessoal de Antônio Oliveira Santos é ele quem, na prática, dá as ordens.Há algum tempo, antes de uma eleição regional, todos os presidentes de sindicatos da categoria viajaram à custa da Fecomércio-ES a um hotel de luxo para "reuniões de trabalho". Estava então havendo uma reaçã
o ao continuísmo por parte de alguns presidente de sindicatos. O movimento foi contornar. Ou abortado, como preferirem.
Esse fato, esse feudalismo, compadrio ou coisa parecida, inexiste em muitos outros setores onde candidatos se apresentam a disputam eleições como deve ser feito. Mesmo quando o candidato é único, esse fato deriva de um acordo que pretensamente beneficia a categoria.
Mas no caso da CNC, o poder total, a não alternância, gera absurdos como o descoberto agora que o ex-governador está preso. O setor de comércio precisa se proteger contra esse tipo de coisa abrindo-se a eleições onde pessoas e ideias concorram. E assim deve ser feito em todos os setores. Se as investigações prosseguiram e o presidente da Fecomércio-RJ tiver que prestar informações à Justiça e ao seu setor, vai ser interessante acompanhar suas explicações.        

3 de outubro de 2016

A colheita do PT

Michel Temer, o presidente mais impopular da história do Brasil depois de Lula e Dilma Rousseff, tem razão em uma coisa: quando disse, em carta vazada "sem querer" que era mantido por Dilma como uma figura decorativa. A presidente o fez seu coordenador político e cavou a própria sepultura. Mas terá sido Temer o autor de um golpe, como pregam todos os petistas?
Recordo-me como se fosse hoje de ter ouvido certa feita em pleno Palácio Anchieta, durante o governo de Victor Buaiz, então do PT, que os partidos da coligação chegada ao poder eram meros figurantes. Para cumprir ordens e mais nada. O próprio governador, uma figura honesta e que até hoje trabalha para viver, desligou-se da agremiação partidária ainda no poder.
O PT sempre governou sozinho. Fazia coligações por necessidade mas sem a menor disposição para dar espaço aos "aliados". Muito pelo contrário, colocava-os em posição mais do que subalterna e decidia tudo sozinho. Sou testemunha das situações vexatórias a que eram levadas as instituições culturais de Vitória durante a gestão do prefeito João Coser. O então secretário de Cultura, um carnavalesco, tratava-se com desprezo até o presidente da Academia Espírito-santense de Letras, professor doutor Francisco Aurélio Ribeiro. E assim fazia com os demais.
Sem querer usar lugar comum, mas fazendo isso por ser impossível não fazer, o PT colhe hoje o que plantou desde que começou a assumir postos de comando no Executivo. Vive tempos de colheita.
Durante o primeiro governo Lula o Partido dos Trabalhadores começou a comprar - digo literalmente - apoios no Legislativo para desenvolver seu projeto de poder. Não se tratava de um projeto de governo. E quando veio o primeiro dos escândalos que marcaram a vida do Brasil de 2003 para cá, o mensalão, escancarou as portas da corrupção. Levou o Brasil ao maior caos da sua história. Era preciso fazer isso para salvar Lula. Eles fizeram e fariam muito mais se necessário fosse.
Não vamos nominar escândalos, pois isso não é necessário. Basta dizer que o projeto de poder fez água. O grande Titanic naufragou. O resultado das eleições municipais de ontem mostra o tamanho do dano provocado ao PT por ele próprio. E não adianta agora querer acusar o impeachment de golpe e os meios de Comunicação de golpistas. Foram Lula, Dilma e seus asseclas que se implodiram.
Fico lembrando agora minha avó materna, a baiana casada com meu avô português e que pedia aos filhos e netos para andarem na linha: "Aqui a gente faz, aqui a gente paga".  

15 de setembro de 2016

Dois discípulos de Goebbels

Às vezes parece que o PT de hoje vive de mantras. Essa palavra tem origem no sânscrito e significa que "Man" (mente) se completa com "tra" (controle). Na prática trata-se de um instrumento para controlar a mente e vem de desde o budismo mais antigo. No caso dos dias de hoje a gente pode com facilidade associar essa palavra a uma frase célebre. Melhor dizendo, tristemente célebre: "Uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade". Ela é de Joseph Geobbels, o teórico do nazismo e que com suas teorias ajudou Hitler a cometer uma infinidade de crimes contra a humanidade.
Vamos recuar só um pouquinho. O que fez Dilma Rousseff para tentar dar ao seu impedimento uma característica de golpismo? Repetiu à exaustão uma frase que ainda repete e continuará enquanto viver, pois ela é ao mesmo tempo sua defesa e seu ataque: "Não houve crime de responsabilidade".
O que faz agora Lula quando fala ou quando falam por ele, como foi feito ontem por seus advogados em entrevista coletiva dada em São Paulo ao mesmo tempo em que o cliente era denunciado pelo Ministério Público Federal em Curitiba (foto): "Não há provas".
O mantra de Dilma Rousseff sustenta a tese do golpismo ("Não vai ter golpe") e a coloca como vítima de uma trama diante da qual houve seu impeachment. O de Lula tenta mostrar que ele está sendo alvo da perseguição de um imenso complô que visa destruir sua carreira política ou o que ainda resta dela. Mais uma vez a intenção é clara: a de colocá-lo como vítima.
Dilma sabe que não vai voltar à presidência, até mesmo por que não teria a menor condição de governar. Mas seu discurso contra o golpe é a tentativa de ela se marcar na história como a injustiçada da República. Quem sabe por ser mulher! Lula sabe que sua carreira política está encerrada mas quer, em último caso, se tornar um perseguido político. Só que Dilma cometeu crimes de responsabilidade, sim, e talvez levada a isso por sua empáfia e arrogância. Já Lula foi usufrutuário (usando palavras de Eduardo Cunha) de propinas, marca de seu governo, muito provavelmente levado a isso pela sensação de impunibilidade que o poder provoca.
Os dois, como o PT faz, vivem de mantras e acreditam que a mentira repetida à exaustão surgirá um dia como verdade, ao menos diante dos menos esclarecidos. Eles são discípulos modernos do ideólogo do nazismo Geobbels. Resta saber se consciente ou inconscientemente.

14 de setembro de 2016

Mocinhos e bandidos.

Carmen Lúcia fala ao presidente Michel Temer
Algumas cenas da posse da ministra Carmen Lúcia na presidência do Supremo Tribunal Federal (STF), são icônicas. Como por exemplo a de Lula visivelmente constrangido ouvindo o ministro Celso de Mello fazer um vigoroso discurso anticorrupção, inclusive denunciando os facínoras que tomam conta do Estado para fazer uso dele em benefício próprio e de seus grupelhos.
A ministra foi muito criticada pela lista de convidados feita. Mas ela entendeu que deveria seguir à risca as regras da liturgia da posse, só a quebrando para iniciar sua fala dirigindo-se a "sua excelência o povo brasileiro". Também foi muito rígida em servir água e café aos convivas depois da solenidade, falando a todos sem mostrar embaraço. Afinal, havia convidado mocinhos e bandidos.
Lula faz cara de paisagem ao lado de José Sarney  
O que se pode deduzir disso? O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso não tinha como comparecer e fez questão de dar uma satisfação à ministra. Educação vem de berço. Lula não deveria ter comparecido, teria de ter entendido que o convite era apenas um gesto protocolar, mas mesmo assim foi. Falta de educação vem de berço.Teve de ficar atrás dos ministros Gilmar Mendes e Celso de Mello. Ao alcance da indiferença do primeiro e das palavras cruas e bem dirigidas do segundo.
Lula e Temer não se falam durante a solenidade
Icônico foi também o fato de o deputado federal Eduardo Cunha ter tido seu mandato político cassado no mesmo dia, ao final dele, na Câmara Federal. E com parlamentares confessando a jornalistas em off que não poderiam salvar o pescoço de seu protetor em voto aberto. Estamos às vésperas de eleições legislativas municipais, executivas do mesmo nível e em 2018 a coisa pega.
Lula atrás de Gilmar Mendes e Celso de Mello
Para quem acompanha a vida nacional foi didático ver toda a segunda-feira. Para ir digerindo aos poucos, nas horas posteriores, tudo o que aconteceu. Estava ali, diante de nós, um retrato fiel da vida nacional, com o pouco que há por ser preservado e tudo o que precisa ser mudado, inclusive na Justiça, fato ressaltado pela ministra que tomou posse no cargo mais importante do Judiciário.
Estavam juntos o bem e o mal. Os mocinhos e os bandidos. Os que devem subir e os vão cair inevitavelmente. Talvez na última vez em que aparecem juntos numa solenidade de tamanha importância..

2 de setembro de 2016

São os esquemas, senhores!

Chico Buarque e Lula. O primeiro olha a boquinha perdida. O segundo maquina
Enfim, o golpe!
Parecia uma simples plateia. Não era. Enquanto a Pátria Mãe tão distraída era subtraída em tenebrosas transações, as figuras decrépitas de Chico Buarque de Holanda e de Luiz Inácio Lula da Silva, o Lula, ocupavam as galerias do Senado. O primeiro foi logo para casa (em Paris?). O segundo ainda tinha funções a cumprir em Brasília: maquiavelicamente, convencer senadores a pagar dívidas passadas rasgando os artigos da Constituição que falam em impeachment.
Vamos recuar só dois dias no tempo. Estamos na sessão do Senado que cassou a presidente Dilma Rousseff (vejam a foto). Jogo perdido, Lula tramava não deixar a logo que seria ex-presidente sem direitos políticos e inabilitada, além de sem cargo. Ele conseguiu cobrar favores passados, convencendo senadores a fatiar o processo de impeachment e deixar Dilma sem mandato mas com todos os direitos políticos preservados. Assim ela poderia voltar aos palanques. Nomeada para cargos públicos relevantes, teria foro privilegiado e não poderia ser alcançada pela Justiça de Primeira Instância. Golpe de mestre! E a Constituição, quando diz claramente que impedimento causa perda total de direitos políticos, que se dane. É mais importante salvar os dedos já que os anéis se foram.
Aliás, o problema são os anéis.
O PT luta para continuar no poder e para salvar o que ainda resta dos milhares de esquemas de ganho de dinheiro público montados ao longo de 13 anos. Para tentar evitar as demissões de mais de cem mil apaniguados colocados em cargos comissionados no processo de aparelhamento do Estado. Afinal, Lula luta há muito mais de 13 anos por tirar milhões dos pobres, remediados e ricos para colocar em contas secretas do PT e seus amigos. Amigos como Chico Buarque de Holanda e muitos outros, todos revoltados com a perda do dinheiro fácil da Lei Rouanet.
O que está em jogo não é a democracia, essa figura de linguagem tão usada, tão falseada. O que está em jogo é mais inclusive do que o poder. São os esquemas, senhores. São um processo de enriquecimento ilícito de uma casta falsamente chamada de socialista ou popular, como queiram, e que chegou ao comando do Brasil para roubar tendo como pano de fundo a ilusão de que estavam lutando pelos pobres e os representando todos os dias, em todas as instâncias.
São a quadrilha mais ignóbil do nosso país! Mas ajudaram muitos parlam
entares, já que sem isso não teriam conseguido do Poder Legislativo o favor de rasgar a Constituição.              

29 de agosto de 2016

Crimes de lesa-pátria

No Congresso, um personagem se defende. E é bem diferente da pessoa real
Nada é mais confortável do que a posição de vítima. E a presidente Dilma Rousseff treinou exaustivamente para ficar nessa situação hoje diante do Congresso Nacional, no Senado da República, diante das câmeras de televisão e das filmadoras de seu documentário.
Por que Dilma Rousseff faz isso? Porque ela pretende provar, agredindo fatos e provas, que não cometeu crime de responsabilidade como prevê a Constituição do Brasil para ser processada e perder o mandato. Diante de toda a Nação ela quer vender a imagem de uma pobre mulher, ex-presa política, que está sendo vítima de um golpe. Isso diante do Poder Legislativo que leva adiante um processo constitucional presidido pelo presidente do Supremo Tribunal Federal.
Como pode?
Dilma Rousseff, para ganhar as eleições de 2014, aconselhada e dirigida por um seu marqueteiro que hoje está preso e responde a processo por várias ilegalidades, criou a tal "contabilidade criativa", artifício que permitiu a ela iludir o povo brasileiro, maquiar as contas pública e esconder de todos - ou da maioria - a situação caótica vivida pelo Brasil enquanto rios de dinheiro eram gastos para que votos necessários a vencer as eleições fossem ganhos. Dos 54 milhões de sufrágios dados a ela naqueles eleições, um percentual alto foi conquistado de forma espúria. À custa de fraude.
Vieram as pedaladas fiscais. Outros artifícios ilegais para esconder fatos. Paralelamente a isso a verdadeira Dilma, diferente da que fala no Senado, distribuía grosserias pelos quatro cantos, sobretudo em subordinados diretos. Falava uma besteira atrás da outra, todas as vezes em que chegava a um microfone, sobretudo para falar de improviso. Prestou homenagem até à mandioca. E viu as contas do País se deteriorarem e o contingente de miseráveis chegar a um nível  nunca antes visto. Agora, são mais de doze milhões de desempregados. E a corrupção endêmica insiste em não ceder, já que foi política de Estado de 2003 para cá.
Dilma não cometeu só crimes de responsabilidade. Cometeu também crimes de lesa-pátria. E isso é previsto em lei: "Art. 1º - Esta Lei prevê os crimes que lesam ou expõem a perigo de lesão: II - o regime representativo e democrático, a Federação e o Estado de Direito." Sobretudo e principalmente quando atos irresponsáveis podem levar o Estado às vésperas da insolvência.
Agora a presidente vai gastar o restante do tempo que tem em seu esperneio final para tentar prejudicar ainda mais o Brasil. Vai levar até o fim sua luta para mostrar que a mandatária que está no Senado é a real e não a imaginária. Que pena, dona Dilma, poucos ainda acreditam nisso.  






17 de agosto de 2016

Dilma Rousseff, a patética

É patética a figura da presidente afastada Dilma Rousseff quando ela se apresenta para alguma coisa. Ontem, ao ler sua carta/esperneio no Palácio da Alvorada (foto), tentou fazer o que nunca fez na vida: negociar. Trocar o impeachment quase certo por uma série de barganhas que incluem um inconstitucional plebiscito. Em vão. Nem barganhar ela sabe fazer bem.
Dilma Rousseff paga o preço alto pela arrogância. Durante anos, inclusive antes de ser entronizada presidente como o maior dos postes criados por Lula, ela já era conhecida em Brasília como grosseira e pelos inúmeros episódios de descompostura que dava em seus subordinados e iguais. Teve gente que saiu de sua sala chorando após ouvir gritos e, não raro, palavrões.
Governantes não devem jamais negociar cargos cegamente e colocar em posição de comando pessoas incapazes ou desonestas. Infelizmente o que muitos fazem. Mas nem isso Dilma pode alegar como explicação para ter, ao longo de seus mandatos - esse último pela metade - deixado parlamentares esperando por ela horas em salas de espera. Nomeou ou manteve nomeados dirigentes de estatais que literalmente quebraram o Brasil. Nomeou ou manteve nomeados ministros claramente incompetentes ou desonestos, sim. Sua figura "ilibada" se choca com a realidade dos fatos.
O que ela tenta negociar hoje? A volta ao poder. Esse poder que não aceita perder mas na prática já perdeu, pois não tem mais condições de governar. Se voltasse seria refém de um Congresso hostil, de ações judiciais por improbidade administrativa e de mais uma série de outros fatores. Não poderia sair à rua. Não poderia discursar em atos públicos. Teria que ficar escondida em seus dois palácios usando helicópteros e aviões em seus deslocamentos e ainda exigindo de subordinados que segurassem seus guarda-chuvas em dias de mal tempo. Seria, numa situação como essa, figura mais caricata do que é hoje. E faria o Brasil sangrar mais do que já sangra, pois tentaria desfazer a totalidade dos atos praticados pelo governo em exercício desde sua posse, substituindo ministros, etc.
Dilma Rousseff, figura patética, leu sua carta. Reafirmou o "golpe". E depois retornou à solidão das paredes do Palácio da Alvorada, onde habita. Derradeiro endereço no poder que jamais deveria ter exercido.                    

25 de julho de 2016

Mise-en-scène tupiniquim

"Terrorista" brasileiro é levado para a prisão com espalhafato
Nossos "terroristas" foram enviados para uma prisão de segurança máxima em Mato Grosso do Sul. Vão ficar ao lado de criminosos da mais alta periculosidade para servirem de exemplo. Para que nunca mais tentem comprar fuzis AK-47 pela internet. E, mesmo chamados de amadores pelo mais alto escalão da República, serão tratados como profissionais. Como se do Estado Islâmico fossem. E se os verdadeiros insurgentes chegarem, atraídos por nossas belezas? Bem, aí a gente vê.
O que é um "terrorista"? Basicamente um inimigo que usa da violência. Quando é aliado se torna radical. Se a gente passar em revisitar os noticiários brasileiros dos últimos tempos, vai chegar a essa conclusão. Focando somente a questão israelense, veremos que quando Israel mata crianças da Palestina, os matadores são pessoas sem juízo. Já palestinos com bombas de festa junina nos bolsos são terroristas perigosos. Então prendemos os nossos "terroristas" e os mandamos ao cárcere sem contemplação.
O Brasil nunca foi alvo de grupos extremistas muçulmanos. Não estamos no circo dos horrores e nossa sociedade permite poucos exibicionismos ou violências do gênero. As mazelas brasileiras restringem-se ao crime organizado que, por aqui, é unido umbilicalmente ao tráfico de drogas. E as injustiças sociais colaboram para agudizar o problema. Tanto que jamais o vencemos.
O Brasil faria bem se cuidasse da questão atual de forma comedida. Fazendo segurança cerrada nas Olimpíadas, mas tratando a questão de um possível atentado como algo ainda existente apenas no terreno das probabilidades. E os 12 brasileiros amadores presos ao longo da semana passada e ontem têm pouco a colaborar nesse terreno. As autoridades brasileira sabem muito bem disso.
Jogo de cena fica bem no teatro. Fora dele, com 88 mil homens nas ruas para garantir a segurança das Olimpíadas e dos turistas que por aqui passarão, agirão melhor aqueles que ficarem agindo quietos, silenciosos, aguardando por um descuido de improváveis verdadeiros criminosos internacionais.
Vamos partir do princípio de que não há defesa contra quem ataca protegido pelo anonimato e pela escuridão. Se França e Alemanha, para citarmos apenas dois exemplos, são vítimas, de que somos capazes nós, com nossa experiência zero nesse terreno? De quase nada.
Vamos torcer pelo sucesso nos Jogos Olímpicos nessa arena, já que nas demais o fracasso já está desenhado. É tudo o que Brasil pode fazer. Jogo de cena ajuda pouco ou nada.      

14 de julho de 2016

Um herói esquecido

Sérgio Carvalho o sertanista Cláudio Villas-Boas
No dia seis de fevereiro de 1994, recordo-me bem, foi noticiada a morte de Sérgio Miranda de Carvalho. Sem grande destaque. Lembraram-se os meios de Comunicação de que era um ex-capitão aviador paraquedista da Força Aérea Brasileira, que havia sido reformado compulsoriamente e passado para a reserva em 1969 e que seu apelido era Sérgio Macaco. Pouca coisa. Não houve espalhafato em torno do caso. Mas deveria ter havido. Ele era um herói esquecido da época da ditadura militar.
Durante aquele período, a resistência contra o golpe que chegou à deposição do presidente João Goulart fez com que milhares de brasileiros aderissem à luta armada. Um erro que custou milhares de vidas. E até hoje muitos homenageiam os mortos que tentavam pela via da força acabar com um regime político imposto ao Brasil pelas armas. Admirei e admiro muitos deles. Mas seu erro levou nosso País a permanecer por mais tempo sob a tutela das administrações militares.
Sérgio Miranda de Carvalho nunca foi glorificado por um motivo simples: ele entrou para a história não pode ter atuado com armas nas mãos mais sim por ter se recusado a isso. Com pode?
Em abril de 1968 crescia a reação do governo militar à luta das instituições de esquerda contra a ditadura. Sobretudo reação por luta armada. Presos eram barbaramente torturados e muitas vezes assassinados nas diversas instalações de combate à "subversão". Ainda não havia sido editado o AI 5, mas a estrema direita pretendia aplicar um golpe de morte aos comunistas. Como? Praticando um ato terrorista de grandes dimensões que seria, depois, atribuído a estes. Dessa forma seria possível convencer as alas militares mais brandas e a opinião pública a apoiar um massacre.
O plano foi desenvolvido graças a um psicopata. O brigadeiro João Paulo Burnier entregou a um grupo de quarenta homens do PARASAR (unidade de busca e salvamento da Aeronáutica) o projeto de eles atacarem pontos estratégicos de várias regiões do Brasil e explodirem o gasômetro, no Rio de Janeiro, provocando milhares de mortos. Entre o plano e sua execução estava o capitão aviador da ativa Sérgio Miranda de Carvalho. Ele não apenas se recusou a fazer isso como, apoiado por colegas, frustrou e fez vazar o plano que teve de ser abortado. Mas o alto comando da Aeronáutica, na época da ditadura, era duro: Sérgio foi afastado em definitivo da Força Aérea um ano depois.
O brigadeiro Eduardo Gomes, em 1978, pediu que o oficial fosse reincorporado em carta diretamente enviada ao então "presidente" Geisel. Em vão. Na Justiça, seus parentes e amigos conseguiram que o Supremo Tribunal Federal determinasse o retorno de Sérgio às atividades, como brigadeiro, em 1992 (posto que ele exerceria se tivesse continuado sua carreira). O ministro da Aeronáutica de então, brigadeiro Lélio Lobo, recusou-se a cumprir a ordem. Houve uma segunda determinação, também descumprida. Por derradeiro, o STF determinou o cumprimento da sentença ao presidente Itamar Franco. Esse se recusou a entrar para a história engavetando a ordem da Justiça. Não foi preciso esperar muito mais tempo, pois em 1994 o câncer derrotaria o ex-capitão.
Raramente alguém se lembra dele. Foi um militar oriundo das classes baixas, não tinha descendência na carreira, era negro, apelidado de Macaco e ainda se recusou a cumprir ordens. Como servia no PARASAR, entendeu que o destino o reservara a salvar e não a tirar vidas. Viveu seus últimos tempos quase incógnito. Hoje, quando a gente considera herói até mesmo goleiros que defendem pênaltis, seria bom nos lembrarmos de um oficial militar que poderia ter matado milhares e se recusou.
Seu heroísmo raramente é lembrado.  

9 de julho de 2016

O hábito da mentira

O Brasil se acostumou, desde talvez alguns séculos passados, à mentira oficial. Um exemplo disso é que a "Revolução de 31 de março" na verdade aconteceu no dia seguinte, 1º de abril de 1964. Mas como ela não poderia ser comemorada no "dia dos mentirosos", o engodo foi encampado à história.
Abro dessa forma esse texto para me reportar a um fato dessa semana que se encerra hoje: ministros do Governo Temer, um ao lado do outro, como um grupo de colegiais, anunciando a redução do "rombo" em 2017, que cairá, segundo eles, de 170 para 131 bilhões de reais. Como? Através de uma série de reduções de despesas como os pagamentos a inválidos da Previdência.
Gente, onde está a reforma do Estado? Onde está a redução do custo Brasil? Onde está a demissão de mais de quatro mil apaniguados do PT contratados nos últimos anos e cujas cabeças Temer prometeu, mesmo sabendo que esse número nem representa 10 por cento do contingente de cargos comissionados contratados nos últimos 13 anos para instrumentalizar o Brasil? Onde está a redução dos ministérios? Onde está, sobretudo e principalmente, a eliminação dos privilégios brasileiros? Temer sabia que não faria 90 por cento do que prometeu. Mentiu e mandou seus ministros discursarem em nome da redução do déficit monstruoso das contas públicas. Do Brasil inchado. Há pagamentos indevidos na Previdência, sim. Mas nem chegam aos pés dos demais tipos de roubos. Mas também há no Bolsa Família. Por que ele não ataca por essa trincheira?
Tirar Dilma Rousseff do Palácio do Planalto era e é uma necessidade. Nunca antes na história desse País se viu tanta corrupção. Da mesma forma, era e é uma necessidade que seu impeachment passe pelo Senado em agosto próximo. Essa faxina tem que se feita e completada. E é preciso, em 2018, os brasileiros encontrarem um líder para levar esse Brasil a porto seguro. Claro, o líder não é Temer, Dilma, Lula, Aécio nem nenhuma das outras figuras existentes hoje. Mas há tempo para que surja.
Temer mentiu por saber, desde o início, que não teria forças para enfrentar as corporações dominadoras do Brasil. Corporações essas que não se limitam ao barulho feito por funcionários públicos insatisfeitos com o congelamento de seus privilégios, mas que também se corporificam nos grupos de interesse do Legislativo e do Judiciário. Existe, gente, sobre a face da terra, algo mais disforme, mais canalha, mais despudorado do que esse tal de Centrão da Câmara dos Deputados?
Hoje, todas as grandes revistas noticiosas semanais de circulação nacional tornaram-se discursos monocórdios. Só escreve nelas quem defende a privatização de tudo e de todos. Mas os escândalos brasileiros não têm como grandes protagonistas os maiores conglomerados empresariais brasileiros? Então como colocar na conta de nossos dissabores apenas e tão somente a inépcia do Estado, quando sabemos que ela deriva, não do fato de as empresas públicas serem incapazes por princípio, mas de nossa "tradição" de distribuir nomeações com cargos de direção de estatais a apaniguados? O Estado tem que existir, e empresas públicas só são eficientes quando dirigidas profissionalmente.
Fiz um texto de perguntas. E isso por um motivo claro: se a gente não responder a todas elas em prazo curto ou médio, a crise brasileira só irá se agravar. E outros aproveitadores, outros despreparados como Lula se aproveitarão do fato para chegar ao poder com demagogia e corrupção.          

28 de junho de 2016

Os nossos dilemas e os deles

A vitória dos que defendiam a saída da Grã Bretanha da União Europeia pegou a todos de surpresa. Principalmente porque agora ninguém sabe o que está por vir. E analistas políticos de matizes os mais diferentes possíveis tentam traçar paralelos entre essa crise europeia e os problemas do hemisfério sul, onde despontam com mais força os do Brasil. Pontos em comum há.
No caso inglês, o resultado das urnas foi mais do que uma reação dos mais velhos contra a montanha de imigrantes que hoje toma sobretudo a Inglaterra. Lá, como nos Estados Unidos, há forte reação contra os políticos tradicionais, bem como a repulsa envolve sobretudo a classe média menos favorecida inclusive intelectualmente, tanto contra imigrantes que teoricamente vão lhes tomar os empregos, quando contra a tecnologia que aumenta a automação e rouba postos de trabalho a todos. Os seja, o protesto vai da mão de obra pouco capacitada à alta tecnologia. Duas coisas que vão continuar existindo, apesar de todos os protestos que se venha a fazer.
E o Brasil? Aqui vivemos uma época de descrença em praticamente todos os políticos, e essa apostasia nasce sobretudo na classe média, que vem perdendo status já faz alguns anos. Não precisamos nos separar de outros países, mas temos definições sérias a tomar em termos de convívio econômico regional - vide Mercosul e Unasul - e ainda uma luta sem tréguas contra a corrupção que se enraizou como um câncer terminal da vida dos brasileiros de todos os lugares.
A alguns parece que o mal está na esquerda. Dizem isso até mesmo aqueles que não sabem explicar politicamente o que é isso ou então os que chamam todos os pensamentos não direitistas de comunistas. A outros surge a direita ou o liberalismo, a livre iniciativa, como os responsáveis pelos danos sofridos pelo Brasil. Ambos os pontos de vista estão errados. O mal se situa na extrema direita, pois ela é xenófoba, racista e genocida; e também na corrupção da esquerda, já que esta destrói ideais e a economia, como acontece no Brasil.
Nós vivemos entre os discursos da "bancada evangélica" do Parlamento, para os quais até o rock tem a ver com o demônio, com a insanidade de Jair Bolsonaro e amigos, e também com as prisões de falsos próceres da "esquerda", todos envolvidos num esquema de saque ao País sem precedentes na história. Nosso dilema maior tem a ver com isso. E dele nasce a repulsa do brasileiro pelos políticos.
O que vai acontecer? Não existe no horizonte um líder carismático e não populista que possa disputar o comando do Brasil contra os políticos profissionais. E as soluções (?) estão vindo de ações judiciais como a Operação Lava Jato e outras, que processam e prendem corruptos.
Mas a solução para o Brasil, como para os Estados Unidos e a Inglaterra, nasce e morre no sistema político-legislativo. Os casos europeu e norte-americano são problemas deles. O nosso é nosso. E só sairemos do atoleiro onde nos metemos se varrermos a corrupção e a maioria dos corruptos dos postos de comando. Sem isso apenas viveremos épocas de trégua sem progresso permanente. E essa luta é de todos os brasileiros. Em todos os dias, a todas as horas e todos os minutos.

14 de junho de 2016

Nosso herói desconhecido

Monumento a Domingos José Martins
No dia 12 de junho de 2017 vão se completar 200 anos da morte de Domingos José Martins. Fora de círculos acadêmicos e dos das pessoas que se interessam por história, poucos sabem quem foi esse capixaba que lutou na Revolução Pernambucana, também chamada de Revolução dos Padres, um movimento emancipacionista que eclodiu em seis de março de 1817 na que era então a Capitania de Pernambuco e foi sufocado violentamente pela Coroa portuguesa.
As razões para a Revolução são várias. Vão desde as ideias iluministas propagadas pelas sociedades maçônicas das quais Domingos fazia parte, passando pela crise econômica regional, o absolutismo monárquico português e os enormes gastos necessários para custear a Família Real e seu séquito, que haviam chegado ao Brasil por aqueles tempos. As capitanias tinham que enviar ao Rio de Janeiro enormes somas para o custeio dos portugueses, o que envolvia até as faraônicas festas que davam.
Domingos nasceu no Sítio Caxangá, no hoje município de Marataízes, filho de militar. Foi para Portugal, depois para a Inglaterra. Tornou-se comerciante também e amigo de um certo general Miranda, que havia lutado na guerra pela independência dos Estados Unidos e numa tentativa de emancipação da Colômbia. Esses, dentre alguns outros, foram os caldos de cultura da formação do revolucionário capixaba. Ele queria, como muitos, o Brasil emancipado de Portugal.
Mas o movimento acabou derrotado. Domingos Martins foi preso, enviado à Bahia e arcabuzado (fuzilado por arcabuzes) no dia 12 de junho de 1817 no Campo da Pólvora, hoje conhecido como Campo dos Mártires. Virou, com o tempo, patrono da Polícia Militar do Espírito Santo, do Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo (IHGES), da cadeira 14 da Academia Espírito-santense de Letras (AEL), nome de escola e de um município de região de montanha capixaba.
Mas é desconhecido pela esmagadora maioria dos espírito-santenses.
O Instituto Histórico e Geográfico do Espírito Santo tem obra sobre a vida dele. Em Pernambuco os relatos da Revolução de 1817 o situam no contexto da revolta. E como falta pouco tempo para se completarem dois séculos de sua execução, está na hora de o Espírito Santo resgatar oficialmente essa história. Nos colégios, nos círculos acadêmicos, nas discussões acerca de nosso passado, de nossa herança cultural, em todos os lugares onde as maiores figuras tenham um "altar" assegurado.
Os que usam o termo "herói" com as conotações atuais hão de perdoar Domingos José Martins. Ele não marcou um gol decisivo, não bateu recorde esportivo algum, não ganhou disputa de música e nem praticou outros atos menores. É um herói de nossa história por motivos maiores. Por ter lutado por um Brasil livre das amarras e dos grilhões que o mantinham colônia.  


12 de junho de 2016

O nosso vazio de líderes

O respeito de antes se  materializa na foto acima. Onde ele está hoje em dia?
O escritor escocês Irvine Welsh, que hoje mora nos Estados Unidos onde se prepara para lançar o livro "A vida sexual das gêmeas siamesas", sobre a vida na América e mais precisamente em Miami, deu entrevista a Época na qual, provocado pelo repórter, acabou tendo que falar sobre as eleições de novembro naquele país. Posso destacar do dito o seguinte:
"Trump e Hillary são duas das pessoas mais odiadas dos Estados Unidos. Se os dois candidatos são há algo errado com o sistema político. (...) representam a tão desprezados pelo povo, é porque avareza, a ganância, a arrogância, a pura ambição e o egoísmo. E aí você pensa: 'Meu Deus! A sociedade está tão ruim e débil que só conseguiu produzir candidatos assim?'".
Michel Temer é desprezados por grande parte do eleitorado brasileiro. Dilma Rousseff, por parcela incomparavelmente maior dele. Lula, que ainda detém parte de seu capital político apesar de todo o envolvimento nos escândalos das últimas duas décadas, tem rejeição recorde entre o eleitorado e corre o risco de vir a ser preso. Aécio Neves não consegue o respeito desse mesmo eleitorado.
O que está havendo conosco é parecido com o que ocorre nos Estados Unidos.
Selecionei para essa crônica a foto que a ilustra. Paulo Brossard (à esquerda) fala com Tancredo Neves (ao centro) e com Ulísses Guimarães (à direita). Eram líderes na mais pura acepção da palavra. Não aglutinavam todo o eleitorado, claro, tinham oposição de setores que ficavam bem à esquerda ou à direita do espectro político, mas em torno deles havia respeito. Quem, hoje, dentre os políticos mais em evidência, tem pelo menos uma pequena parcela da representatividade daquele trio? Ninguém. Nem mesmo Aécio conseguiu, ao longo da carreira, transferir para si parte do prestígio do tio.
Nós vivemos a mesma encruzilhada dos Estados Unidos? Não.
O que nos diferencia é que lá o melhor da política, com todos os seus percalços e representado pelo presidente Barak Obama, tenta evitar que um despreparado fanático chegue à Casa Branca e à proximidade dos botões que disparam mísseis nucleares. Aqui, um sindicato de ladrões apeado do governo tenta de todas as formas voltar a ele para garantir, ao menos em parte, a estrutura montada ao longo de 13 anos para a perpetuação de um projeto, não de Estado, mas de poder.
Nos Estados Unidos há um dilema. Aqui, uma tragédia.
Mergulhados na maior crise econômica da nossa história, não temos mais líderes robustos, de respeito. Temos a crise, o Centrão, um vazio que a mim principalmente assusta. Os líderes que se foram não conseguiram formar quem os sucedesse. Resta a nós, nesse momento, escolher o caminho menos pior. Aquele que mostra uma réstia de luz ao fim do túnel. E esse caminho se materializa no não retorno da presidente Dilma Rousseff ao poder. Ao menos para evitar o caos.  

11 de junho de 2016

Metamorfose calhorda ambulante

Em 1996, como ele mesmo fez questão de lembrar no discurso feito na noite de 10 de junho na Avenida Paulista, Lula denunciou "os 300 picaretas do Congresso". De lá para cá muita água passou por debaixo da ponte e a "metamorfose ambulante", como o ex-presidente de definiria um belo dia, acabou sendo amigo fraterno de muitos desses picaretas. Precisava deles para governar o Brasil e como seus atos se confundiam com os dos picaretas, o País passou a não conseguir diferenciar quem eram esses e que eram aqueles (no caso, Lula e seus ministros/amigos mais chegados).
Na noite de 10 de junho Lula retornou ao discurso de 20 anos passados. Disse sobre um caminhão de som durante os protestos petistas contra o presidente interino Michel Temer que os 300 picaretas de antes hoje são talvez muitos mais. Não sei se ele se inclui no rol. Incluo-o eu por minha iniciativa.
Lula não tem pudor. Para ele, o dito ontem não fica registrado. Não nas mentes daqueles que pretende alcançar com seus arroubos de boquirroto irresponsável. Diz, desdiz, acusa, nega, denuncia, recua e, sobretudo, mente. Mente desaforadamente o tempo todo. Tenta de todas as formas construir a cada dia uma "realidade" nova que sirva aos seus interesses. Elas, claro, nada têm em comum. Os interesses, claro, mudam a cada dia passado. Em comum as "realidades" de Lula guardam o fato de não serem reais. Como a vida dele é baseada em ficção política, suas "realidades" também o são.
Lula ameaça ser candidato à presidência da República em 2018. Promessa essa que guarda algum risco. Até lá existe a hipótese de que a "alma viva mais honesta desse País" - mais uma vez como ele próprio se definiu numa entrevista a jornalistas - esteja presa acusada de uma série de crimes. A alma e seu dono. O principal desses crimes, de ter usado a presidência da República para enriquecer desonestamente, enriquecer sua família, seus amigos e um seleto grupo de grandes empresários brasileiros, a maioria dos quais empreiteiros de obras públicas. Para azar de Lula, tanto esses empresários quanto muitos dos mais próximos amigos de governo do início dos anos de ouro do PT, em 2003, estão hoje cumprindo pena por crimes os mais variados possíveis.
Mas esse tipo de coisa não entra na cabeça de Lula. Ou então entra e ele expulsa. No discurso da Paulista (veja a foto que ilustra esse texto) ele não encampou em momento algum as teses atuais da presidente afastada Dilma Rousseff. Falou em respeito aos votos sem tocar no ponto crucial: votos e eleições têm que ser conquistadas dentro da lei. E mais uma vez usou a velha tática do amigo dos pobres, daquele que governa pelos menos favorecidos num instante da vida brasileira em que todos sabem, sobejamente, que Lula governa para si próprio e para os ricos que lhe dão apoio.
"A alma viva mais honesta desse País" é um mito que a realidade vai aos poucos desmontando. E a "metamorfose ambulante" existe. Mas é uma metamorfose calhorda ambulante.        

18 de maio de 2016

Os protestos dos "artistas"!

Brasileiros em Cannes se unem aos protestos para desacreditar o Brasil
Não existem protestos válidos sem causas dignas. E as causas precisam ser sempre, obrigatoriamente, claras. Não luta por nada quem luta apenas por seus interesses particulares, mesquinhos.
Ver pela TV ontem e pelos jornais hoje um grupo de artistas brasileiros protestando em Cannes contra o fim do Ministério da Cultura, o Minc, foi triste. Pessoas ricas, que em alguns casos passaram grande parte dos últimos anos se locupletando de dinheiro público, fizeram uma exibição de falta de respeito para
com seu País em um evento de cunho artístico. E com que finalidade? Apenas e tão somente para desacreditar um governo em exercício e defender um outro, que sofreu impedimento e foi responsável pela maior rapina de que o Brasil já foi vítima em todos os tempos.
Essas pessoas não estão vendo o estado em que se encontra a saúde pública brasileira? Não estão. E não estão porque não dependem do SUS. Quando precisam de assistência médica, utilizam-se de hospitais privados do nível do Albert Einstein ou do Sírio Libanês, os mesmos que atendem ao ex-presidente Lula e à presidente afastada Dilma Rousseff, além de muitos outros apaniguados do poder no Brasil, com o dinheiro do contribuinte sofrido, pobre, sem esperanças.
Essas pessoas não estão vendo o rombo das contas públicas brasileiras provocado pelo governo que eles defendem? Rombo esse que vai desmoronar sobretudo contra as costas dos brasileiros mais pobres, aqueles mesmos que o tal governo dizia criminosamente ser seu representante?
Essas pessoas não estão prestando atenção para o fato de que temos hoje mais de 11 milhões de desempregados no Brasil? Todos sem condições de se sustentar por culpa única e exclusiva desses 13 anos de desmandos do PT e de seus protegidos? Não, mais uma vez não estão.
Essas pessoas não estão vendo que programas ditos sociais como Minha Casa, Minha Vida e Bolsa Família estão insolventes porque foram usados de forma demagógica e desonesta pelos últimos governos para engordar votações em eleições importantes, sobretudo federais? Não estão.
Essas pessoas não estão se preparando para conhecer o rombo do BNDES? Não sabem que Dilma Rousseff deixou a presidência com o Brasil apresentando déficit de cerca de R$ 242 bilhões? Dinheiro que o Tesouro não tem para cobrir, tudo isso por causa de fraudes conhecidas como "pedaladas" e "economia criativa", coisas que em outros países dariam anos e anos de cadeia?
Ora, amigos, não me obriguem a usar o termo artistas como sendo "artistas". Vocês e muitos dos outros que protestam aqui só estão tristes por terem perdido suas "boquinhas". Ouçam aqueles que se envergonham de tais práticas. Ou então recolham-se às suas mansões para chorar as mágoas. Não contribuam para que nossa tragédia como nação seja ainda maior.          

12 de maio de 2016

Tchau, querida. Você mereceu!

Por 55 votos contra 22, em um quorum de 77 senadores, a presidente Dilma Rousseff foi acusada formalmente de crimes de responsabilidade e agora vai ter que responder por uma acusação definitiva. Está afastada de suas funções e corre o grave risco de ter o mandato cassado. É uma situação merecida e fruto de um processo absolutamente legal, acompanhado e validado pelo Supremo Tribunal Federal. Não cabem contestações, portanto. Não houve golpe algum.
De 2003 a 2010 o ex-presidente Lula, por intermédio de expedientes diversos, destruiu o Brasil. Isso foi possível porque ele se aproveitou da situação mundial favorável, da ignorância de grande parcela da população e da boa fé de outras pessoas, além do radicalismo de uns mais, para construir sua base de votos. Chegou a ter mais de 80 por cento de aprovação popular. Mas corrompeu o Parlamento, destruiu empresas públicas, distribuiu dinheiro de grandes empreiteiras corruptas entre aliados, e tudo isso para garantir que o Brasil pudesse ser aparelhado para satisfazer a seus interesses e de sua quadrilha. A Petrobras, antes maior empresa do Brasil, foi jogada à lona.
Dilma Rousseff, maior de seus "postes", assumiu como escolha pessoal de Lula. Conviveu diretamente com ele ao longo de todos os anos que antecederam sua escolha e foi até mesmo Ministra Chefe da Casa Civil. Tinha conhecimento de tudo o que se passava. Ninguém que usa os meios que estou usando é criança para não saber disso. Ela foi e é parte do esquema.
É arrogante. Humilha seus semelhantes. Grita com todo mundo. Está sendo afastada em parte por isso. Mas seus crimes de responsabilidade estão provados. Está provado também que para vencer as eleições de 2014, maquiou as contas públicas e mergulhou o Brasil na maior crise econômica de sua história. Caso não renuncie, e torcemos para que faça isso, será responsabilizada por todos os crimes cometidos. A começar por Pasadena e a terminar pela caixa preta do BNDES. Ainda não se sabe ao certo o montante do buraco aberto contra esse banco. Mas isso há de ser tornado público.
Daqui para a frente resta a nós, brasileiros, acreditar que o governo chefiado pelo vice-presidente Michel Temer será marcado pela lisura. Pela honra. Não, ele não é santo. Mas é o remédio constitucional de agora. O único à mão. Caso não corresponda às expectativas, poderá ser afastado ainda de forma mais dura, mais acachapante. Que não ocorra isso.
Temos como sair da nossa maior crise. Somos grandes e em 2018 poderemos construir um governo de homens e mulheres dignos, capazes de nos resgatar como Nação. Capazes de nos recolocar no cenário mundial como um País de crédito internacional. Honrado e progressista.
Tchau, querida. Você mereceu!              

10 de maio de 2016

Meu Brasil sangra!

Meu Brasil sangra!
Meu País se debate atolado na maior crise de todos os tempos. E enquanto isso acontece, bandidos com mandato lutam para manter privilégios, mamatas e um Estado inchado onde não cabem mais propinas, fisiologismos, formação de quadrilhas e tudo o que possa ser assemelhado a isso. Sim, porque não há mais dinheiro. O Tesouro está vazio. Levaram tudo.
No exterior (vejam a foto de Veja/Abril) os noticiários se avolumam mostrando essa crise muitas vezes com tintas mais negras do que a realidade. Isso interfere nas decisões de órgãos importantes como as agências de classificação de risco, que podem nos rebaixar ainda mais.
Meu Brasil sangra.
E nessa madrugada um bucéfalo entronizado como presidente interino da Câmara Federal revogou uma loucura que havia feito na véspera. Pronto, não está mais valendo a decisão de tentar anular o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Mas o estrago está feito. O que virá agora saindo das cabeças dos celerados que tentam manter esse cadáver político no poder da República a qualquer custo? Ao custo de gritos e loucuras as mais variadas?
Eles sabem que quando sua defunta presidente cair, cairão todos os privilégios. Têm tudo a perder, quem sabe até mesmo a liberdade, pois adeus foro privilegiado. Cerca de 130 mil cargos comissionados para apaniguados de importância pequena, média ou grande desaparecerão. Os ministérios, segundo anunciado ontem, caem de 41 para 31. Deverá haver redução de gastos da máquina pública, pois nossa dívida interna já ultrapassou 10 por cento do PIB. Viramos uma Grécia!
Mas isso não é nada. Dilma e seus sequazes querem quebrar o Brasil antes. Hoje inauguram bairros do Minha Casa, Minha Vida em lamaçais. Querem dar reajuste de nove por cento ao famigerado Bolsa Família quando contribuintes do INSS, aposentados e pensionistas receberam cinco. E prometem fazer mais do dinheiro já inexistente anunciando obras que não virão.
No Congresso, foi recolocado em pauta um reajuste para o Poder Judiciário. Ministros do Supremo Tribunal Federal podem passar a ganhar R$ 39 mil mensais em vez de 33 mil. Servidores desse poder podem ter reajustes que chegam a 41 por cento. E não há dinheiro no Tesouro. O efeito cascata que essa decisão, se tomada, vai provocar, nos tornará insolventes quase sem remédio.
Meu Brasil sangra!
E esse sangramento já se tornou uma hemorragia que não estão querendo conter. O que as pessoas são capazes de fazer para manter privilégios. Simplesmente quebraram meu País. O que virá agora?  

3 de maio de 2016

Derrubar esse governo não é luta ideológica

Quanto mais o Senado se aproxima do momento de votar a admissibilidade do impeachment da presidente Dilma Rousseff, mais crescem os esperneios dos que ainda apoiam seu governo. Dentre eles estão quem se locupleta com a farra do dinheiro público, quem vive de Bolsa Família, acredita no Minha Casa, Minha Vida e outras "crendices" criadas pelo Estado ou então, e isso choca, pessoas inteligentes que conseguem ver no atual momento uma questão ideológica. Uma luta de classes. Um "nós contra eles". Ou coisa parecida. Não se vê na Operação Lava Jato e em todos os fatos que abundam nos dias atuais o que eles realmente são: nossa oportunidade de ouro de combater roubos de dinheiro público, de passar o Brasil a limpo de uma vez por todas.
Finalmente, de construir por cima do que sobrou do nosso País depois da rapina dos últimos 13 anos, uma nação que realmente nos orgulhe. Que nos represente de verdade.
Uma das figuras mais patéticas dos dias atuais é uma senadora da República. Gleisi Hofmann, aquela que promete que "vai ter luta", guarda por debaixo de suas madeixas uma ferocidade inconsequente. E necessária no caso dela, já que tanto ela quanto seu marido podem vir a ser réus em processos da Lava Jato. Não há um pingo sequer de ideologia em seu combate sem quartel contra os que querem ver o final desse governo já findo. Ela luta para sobreviver, apenas isso.
E nem parece ser a figura mais importante, mais "de peso", nesse cipoal de bandidagem em que se transformou os últimos governos brasileiros. Refiro-me especificamente aos do PT. Ela se destaca pela beleza física, pela sobriedade no vestir e falar e pelas inconsequências que é capaz de dizer. Ontem, por exemplo, tentou obrigar uma pessoa convidada a falar aos senadores sobre as pedaladas fiscais da presidente, que queria o impeachment. Que, podendo, votaria pelo impedimento da presidente. O cidadão estava lá apenas para dar qualidade técnica aos argumentos que defendia.
Sabemos todos, pois não somos bobos, que gente desonesta não se restringe ao PT. Eduardo Cunha está aí mesmo para não nos deixar mentir. Renan Calheiros, estrategicamente "esquecido" agora pelos defensores do governo, idem. Mas sabemos todos também que para limpar esse País, estripar de nossas vidas essas quadrilhas organizadas. é preciso começar. E o começo precisa se dar obrigatoriamente pelo topo da pirâmide. É de cima para baixo que se limpa a corrupção de um País.
Portanto, insisto: essa luta não é ideológica. E nem é uma luta contra o "governo dos pobres" porque essa é mais uma mentira criada pelos quadrilheiros para nos anestesiar.  

26 de abril de 2016

O custo não importa mais

Na falta do que fazer, pois não tem o que fazer, o  ex-presidente Lula sobe em palanques e faz ameaças. Não falta do que fazer, pois nada sabe fazer, a presidente Dilma Rousseff reúne claques e grita contra o "golpe". E esses espetáculos de baixa qualidade preenchem o tempo em que vivemos enquanto o Senado se prepara para votar o impeachment da chefe de Estado. Há um clima de litígio no ar e muitos não se incomodam sequer em disfarçar a disposição para brigar além dos limites que a Constituição impõe. No caso do governo, ninguém quer perder milhares de cargos e dinheiro federal.
Ao que tudo indica os setores ligados ao governo se preparam para 180 dias de impedimento que, depois disso, podem ser definitivos ou não. Tem-se a luta no Senado como perdida. E caso isso se concretize, uma coisa é certa: o PT e seus aliados vão tentar não permitir que Michel Temer governe. Vão tentar manter o Brasil parado por meio ano, pois há muito tempo ele não se move. Onde é o fundo do poço que a maioria dos economistas honestos garantem ser mais embaixo?
Onde ficará Dilma se ela sofrer seis meses de impedimento? No Palácio da Alvorada, conspirando? Claro que não pode. E Lula que então não terá de se preocupar em ser mais ministro da Casa Civil? Para onde se deslocará o "foco de resistência" dessa esquerda de araque assaltante de cofres públicos que há 13 anos faz do Brasil um grande butim? Tão grande que não se tem ideia do tamanho.
Como sairá nosso País desses mais seis meses de enfrentamentos? Claro fica que o presidente empossado, Michel Temer, terá todos os poderes constitucionais à mão. E se ele quiser fazer de um semestre um mundo, terá de rebolar. Mudar tudo. A começar por injetar ânimo na economia, desmontar os esquemas petistas que tomam o Brasil todo, em todos os setores, reduzir o "Custo Brasil", os ministérios, os apaniguados de hoje, os párias do poder central. E tudo isso sob fogo.
Quanto resta ao Brasil em termos de capacidade de suportar revezes é o que sempre me vem à mente. Sim, porque a economia está destruída, a Petrobras é uma empresa tecnicamente falida, ainda não se tem noção do tamanho catastrófico dos danos causados ao BNDES, aos fundos de pensões das empresas estatais e a muitos outros setores. Como resistir, como começar a reconstruir a partir do zero tendo que abaixar a cabeça de minuto a minuto para se desviar de projéteis?
Ao afastamento de Dilma, caso se concretize, não se seguirão dias de paz. Muito pelo contrário. Na improvável hipótese de ela continuar, não terá como governar. Desse caos todo emerge, pelo menos para mim, uma única certeza: não há outra saída que não seja enfrentar a situação como está colocada. E torcer para que a Operação lava Jato siga célere na direção em que está, tentando nos ajudar a fazer no Brasil a faxina que deve ser feita. E não importa mais o custo que isso tenha.          

21 de abril de 2016

Dilma surtou!

Dilma Rousseff surtou!
Em 2014 ela cometeu várias "pedaladas fiscais", saques ilegais em bancos públicos sem que houvesse dinheiro no caixa do Tesouro para cobri-los. Voltou a fazer isso em 2015. As primeiras contas foram recusadas pelo Tribunal de Contas da União. As de 2015 devem seguir o mesmo caminho. Isso é considerado crime porque configura empréstimo e penaliza empresas bancárias públicas. E ela cometeu tais atos juntamente com seu ministro da Fazenda, Guido Mantega, seguidamente. Era ano de eleição e Dilma queria porque queria abastecer programas sociais como Bolsa Família e Minha Casa, Minha Vida, com intuitos eleitorais. Cometeu crimes de responsabilidade sabendo o que estava fazendo. E agora grita e reitera que está sendo vítima de um golpe.
Ontem o STF, por três de seus ministros, disse claramente que o impeachment é perfeitamente legal. Apenas trata-se de um julgamento político, como acontece em todos os países nesses casos. Mas ela mesmo assim viajou para os Estados Unidos e vai falar na ONU numa reunião onde o tema é clima. Consta que seu discurso fugirá à pauta da reunião para repetir a mesma ladainha. Isso é um crime, pois se trata de viajar com dinheiro público para defender interesses próprios, pessoais.
A TV hoje mostrou as imagens de Dilma entrando no helicóptero da FAB para ir à Base Aérea de Brasília. De carro com batedores a viagem dura 25 minutos. Por via aérea, dez, E para economizar 15 minutos ela gasta pelo menos 20 vezes mais em dinheiro público. Viaja em primeira classe, fica em suítes presidenciais de hotéis cinco estrelas, não poupa cartão corporativo e fala em proveito próprio. Tudo isso gastando irregularmente o nosso dinheiro. Dinheiro do contribuinte.
Dilma Rousseff custa por dia ao Tesouro brasileiro 40 por cento a mais do que a rainha Elizabeth II custa ao erário britânico. Mesmo com a monarca de 90 anos tendo que consumir energias a não mais poder para cumprir cerca de 300 tarefas oficiais/cerimoniais por ano.
Dilma participou do governo Lula, na maior parte do tempo ocupando sala ao lado da do presidente. Durante grande parte desse período, cometeu-se uma infinidade de delitos contra o interesse público. Mas ela alega não ter nada com isso. Alega nada ter feito. Ser ilibada.
Pobre Brasil.
Poderemos ver amanhã, pela primeira vez na história, uma presidente falando na ONU para tentar destruir ética e moralmente seu País por intermédio de mentiras. Mentiras deslavadas, que só mesmo gente incapaz de fazer um mea culpa ou então de mudar procedimentos erráticos é capaz de cometer. O tempo dela chegou ao fim. Caso contrário, estaremos todos na miséria em breve. Somente hoje, como fruto de seus desmandos, mais de 10 milhões de brasileiros não têm do que viver.
Basta!      

19 de abril de 2016

Duas opções para Temer

A presidente Dilma Rousseff que foi à televisão falar de seu impeachment na Câmara dos Deputados não diferenciava da que falou antes em nada. Ou talvez por um detalhe: vestia um sóbrio conjunto azul (foto), o que não é lá muito de seu feitio. No mais, demonstrou a mesma arrogância de sempre. Essa arrogância está sendo sua perdição e é incrível que ela não perceba isso.
Dilma Rousseff foi a pior chefe de Estado que o Brasil já teve. Durante os oito anos de Lula, viu a imensa quantidade de roubos que aconteciam e nada fez. Depois que assumiu a cadeira de seu sucesso no Planalto, continuou fazendo de conta que as falcatruas do governo não aconteciam. Só por isso, ao menos um crime ela cometeu ao longo desses anos todos: conivência. E sua assinatura em documentos da Petrobras, sobretudo na compra da usina de Pasadena, a leva a mais.
A presidente cometeu, sim, crime de responsabilidade. Isso está explícito na Lei. O Executivo não pode tomar empréstimo aos bancos públicos e, em ano de eleição, nem aos bancos privados. Dilma fez isso tudo sabendo que estava errando. Mas insistiu. Agora mesmo, em 2015, continua fazendo as mesmas coisas e suas contas do ano passado deverão ser travadas pelo Tribunal de Contas da União da mesma forma como aconteceu com as de 2014. É um crime continuado.
Sou capaz de apostar que a influência de Lula vem sendo e vai continuar a ser a desgraça da presidente. Ele fez dela o que é. E a gerentona jamais teria sido eleita nada caso não fosse pelo prestígio do ex-presidente, que deixou o poder com mais de 80 por cento de aprovação em 2010. Lula elegeu alguns postes. Dilma foi um deles. Só que ela continuou sendo o que já era na Casa Civil e em outros postos que ocupou: arrogante, grosseira, incompetente, sem capacidade para negociar.
Se cair, e tudo indica que isso vai ocorrer, terá caído por seus deméritos e mais nada.
E Temer, gente? O vice-presidente se sentará na cadeira da gerentona para entrar para a História ou para ser apenas mais um político do PMDB fiel ao fisiologismo de seu partido? Para ele só há essas duas opções. Mais nenhuma. E a goela do PMDB é imensa. Gigantesca. Basta ver algumas biografias, como as de Renan Calheiros e Eduardo Cunha para comprovarmos isso.
Torço, pois amo meu País, para que pela cabeça de Michel Temer esteja passando a vontade, a determinação de entrar para a história. De fazer a diferença domando o PMDB e exigindo dele que o deixe governar um País em frangalhos, caindo aos pedaços, quase falido.
Caso contrário, coitado do Brasil!  

15 de abril de 2016

Continuo o mesmo

Fiz hoje uma coisa que não queria e que a mim causa mal estar: bloqueei no meu Facebook um velho companheiro de jornalismo. Ele foi deselegante e me acusou do que está se tornando moda hoje entre aqueles que defendem o moribundo governo Dilma Rousseff, e que é chamar os adversários de parciais, de fazerem jornalismo por encomenda e de terem abandonado velhas crenças e convicções.
Deixo aqui um registro: sou hoje o mesmo Álvaro que um dia militou no Partidão, com as mesmas crenças políticas, a mesma ideologia e, sobretudo e principalmente, os mesmos princípios: não tolero ladrões. Sobretudo e principalmente os de dinheiro público. Por isso, acho imperativo que o Brasil seja passado a limpo, varrido, faxinado. E isso tem que começar pela cúpula do poder.
Os que quiserem me chamar de coxinha podem fazê-lo à vontade. Não passei a ser um homem de direita, apenas continuo sendo direito. Às vezes na vida é preciso parar, pensar e acusar aqueles que fingiam estar ao lado dos planos de justiça social e de progresso, mas fizeram disso uma cortina de fumaça para poder roubar, engodar seus cofres e os de seus apaniguados. E ainda têm o desplante de se defender acusando terceiros, tentando rotular os adversários e se denominando ou "a alma viva mais honesta desse País" ou então "ilibada". Esse tipo de coisa é mais do que suspeita.
O Brasil vive um momento de crise muito aguda. O País foi roubado. Assaltado. Dilapidado. Ontem mesmo ficamos sabendo do total do rombo dos fundos de pensões das grandes estatais. São bilhões de reais. E o desvio vem de 2003 a 2015. Quem estava no poder nesse período? Os mesmos do mensalão, do petrolão, da destruição da Petrobras, dos desmandos da Eletrobrás, do BNDES (nesse caso a gente ainda nem conhece direito o montante do butim). Os mesmos que nunca sabem de nada, que não conhecem ninguém, que abandonam seus capangas à própria sorte para tentar sobreviver escondendo-se nos chiqueiros onde vivem, entre os montes de lavagem. Os mesmos que tremem de medo toda a vez que o nome Celso Daniel é pronunciado em qualquer lugar ou circunstância.
Virou moda acusar aqueles que lutam contra o governo federal de estar ao lado, "da Globo, de Veja, de Época, de IstoÉ, da imprensa golpista em geral, inclusive de Vitória". Tem muito mais gente honesta nesses meios de Comunicação do que entre aqueles que batem no peito arrotando virtudes que não existem e proclamando a valentia dos covardes. Cegueira política é um mal que não tem cura. E esquerdismo tardio, sem base alguma, algo que pode ser manipulado por malandros.
Votei em Lula em 2002. Tinha esperança de que velhos militantes de esquerda fossem capazes de, dentro da legalidade, lutar pela construção de uma sociedade mais justa. Enganei-me. Havia ajudado a eleger uma quadrilha de bandidos sem princípios. E formada até por gente que no passado lutou nas ruas, foi presa política e exilada. Onde esses canalhas jogaram seus ideais?
Eu, de minha parte, continuo o mesmo.  

11 de abril de 2016

Casa de Tolerância Golden Tulip

Um hotel cinco estrelas, que funciona como casa de tolerância, mostra ao Brasil até onde a classe política pode chegar em termos de promiscuidade. Para salvar o mandato da presidente Dilma Rousseff, o ex-presidente Lula se encastelou no Hotel Golden Tulip, em Brasília. É seu bunker. Perto dali, no Palácio da Alvorada, bunker dela (vejam na foto as duas localizações), a presidente Dilma aceita que tudo seja negociado. O ex-presidente pergunta a um seu interlocutor: "Do que você precisa para ficar conosco?" O corruto, digo, interlocutor dá o preço e o negócio é fechado. Mas nomeações só saem depois da votação do impeachment. negócio entre essa gente é assim. Lula e Dilma trocam telefonemas, impressões, acordos e acertos o dia todo, sem parar. E tudo o que é acertado leva nosso dinheiro de contribuinte brasileiro, a vítima de todos os esquemas de corrupção.
A presidente "ilibada" sabia desde o início que suas campanhas políticas eram abastecidas com dinheiro de propina. Delações premiadas com status de prova mostram isso. Otávio Marques de Azevedo, ex-presidente da Andrade Gutierrez, está contando tudo. Só das obras da Usina de Belo Monte saíram R$ 150 milhões em propina e grande parte desse valor abasteceu, travestido de doações legais, as campanhas do PT de 2010 e 1014. A candidata Dilma, a mesma que aprovou a compra da sucateada refinaria de Pasadena, em sua infeliz passagem pela Petrobras, sabia de tudo.
Hoje, enquanto na Câmara dos Deputados vota-se a aprovação ou não do relatório que pede a cassação de Dilma, no quarto prostíbulo do Golden Tulip o ex-presidente Lula continua a receber seus convidados. "O que você quer?", pergunta ele. E o consultado responde. Numa época em que a Saúde está à hora da morte, com casos de gripe H1N1 espoucando por todos os lugares, o Ministério da Saúde pode cair em mãos ineptas ou desonestas. E ao mesmo tempo em que os estudantes de todo o Brasil não têm escolas que prestem, o mesmo vai acontecer com o Ministério da Educação.
Eis o tamanho da tragédia brasileira.
E ela é maior ainda porque o vice-presidente Michel Temer pode chegar ao poder sem apoio popular algum. E se ele também for cassado, as opções seguinte são todas da pior espécie que se pode imaginar. Mas não há saída: só se começa uma faxina tirando do poder os chefes das quadrilhas. Aqueles que transformaram a corrupção em projeto de Estado. Os que assumiram o poder não com planos de governo, mas sim com ambições de pessoais. E na vontade de chegar sem nunca mais sair vieram o Mensalão, o Petrolão e todas as demais formas de corrupção.
Como essa que acontece agora, à luz do dia, no Hotel Golden Tulip.    

3 de abril de 2016

Um museu corre risco no Espírito Santo

Na entrada, o Museu Mello Leitão convida o visitante...
Era assim: na portaria bem cuidada pagava-se R$ 2,00 por pessoa para ingressar. Podia-se ficar o tempo que se quisesse. Uma lanchonete tem montada vendia não apenas lanches mas também recordações que podiam ser camisetas e outras coisas. Não raro alguém da administração auxiliava os visitantes com informações. E havia diversos tipos de atrativos, inclusive um filme rápido e que era exibido ao público contando a história do museu. Hoje tudo mudou.
O Museu de Biologia Professor Mello Leitão, que fica no Centro de Santa Teresa, região serrana do Espírito Santo, é público federal e subordinado ao Instituto Brasileiro de Museus e Instituto Nacional da Mata Atlântica. Foi fundado em 1949 pelo naturalista Augusto Ruschi e seu nome homenageia um importante pesquisador. O que aconteceu com ele? Depois de muito tempo passou ao controle federal. A cobrança de ingressos foi abolida. E com a crise atual e o contingenciamento de verbas públicas, aos poucos a penúria vai chegando à instituição que é motivo de orgulho para os capixabas.
Falar sobre isso, só em off. Mesmo assim com cuidado. Os que aceitam admitir as dificuldades dizem que foi um erro a abolição da cobrança de ingressos. Eles não mantinham a instituição mas ajudavam. Agora o museu depende em tudo do governo federal. Na hora em que as verbas cessarem - e alguns acham isso possível - ele vai fechar. A Prefeitura de Santa Teresa não tem como manter. E nem quer.
Fala-se com cuidado por um motivo simples: o temor é de que críticas façam com que o governo federal abdique do Mello Leitão: "Estão insatisfeitos? Então fiquem com ele". Salvar a instituição teria de passar pela volta das cobranças de ingressos, talvez mais caros, e pelo encontro de patrocinadores. Coisa difícil em tempos de crise. Teme-se mais: que o governo federal use as críticas para deixar o museu de lado dizendo que agora os pobres não vão mais poder ter acesso a ele.
...mas os sinais de abandono já são bastante claros
Sim, o Mello Leitão recebe, durante as semanas, excursões de estudantes vindos de todos os lugares. Isso sempre houve e sem cobrança, Mas sobretudo nos sábados e domingos as visitas são avulsas. Até algum tempo atrás, pagas. Foi dessa verba que se abriu mão. E em praticamente todo o mundo, paga-se para visitar museus. Senão, como manter as estruturas?
O Mello Leitão ainda tem atrativos. Mas os macacos foram embora. Recentemente foi fechado o espaço dos jabutis. Nas áreas de visitas é fácil notar que os cuidados diminuíram. A  lanchonete está mal cuidada e às vezes não abre. Não se vende mais lembranças. Também diminuiu o número e a diversidade de animais do acervo. Em off as pessoas falam que falta dinheiro e que esse assunto se tornou tabu. Até as redes sociais estão bloqueadas no local. Oficialmente, para evitar que os funcionários se distraiam ao trabalho. Mas não é verdade, os teresenses sabem disso.
A verdade é que a instituição que tem por objetivo coletar, estudar, preservar e expor exemplares de plantas e animais, sobretudo da Mata Atlântica, está em perigo. Seu acervo não é mais de 40 mil exemplares como prega o site. E as estações biológicas de Santa Lúcia e Caixa d'Água também correm risco. Ninguém fala abertamente sobre isso por enquanto. Mas logo todos terão que falar.              

1 de abril de 2016

Um tiro na mosca!


Vejam como um ministro do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso (foto), sem saber que estava sendo gravado, deu um tiro na mosca. Colocou a nu todos os maiores problemas de nossa política. Falava informalmente, não sabia que havia um sistema interno de gravação, e mandou bala.
Disse ele despreocupadamente à plateia acadêmica: "A política morreu, porque nós temos um sistema político que não tem um mínimo de legitimidade democrática. O sistema deu uma centralidade imensa ao dinheiro e à necessidade de financiamento, e se tornou um espaço de corrupção generalizada. Estou falando aqui, em um ambiente acadêmico, como se eu estivesse com meus alunos. Quando anteontem o jornal exibia que o PMDB desembarcou do governo e mostrava as pessoas que erguiam as mãos, eu olhei e disse: 'Meu Deus do céu, essa é a nossa alternativa de poder'. Não vou fulanizar. Quem viu a foto, sabe do que eu estou falando. Portanto, o problema da política nesse momento é a falta de alternativa. Não tem pra onde correr. Isso é um desastre"'.
O ministro tem razão. Carradas de razão. O vice-presidente que agora pode assumir o poder com o impeachment da presidente Dilma Rousseff é o seu vice. Até a semana passada, chamado de parceiro, de companheiro, de outros adjetivos bondosos. Deu o fora e agora é bandido. E no dia de hoje, no desespero para não perder o mandato, a presidente do PT tenta cooptar para perto de si todos os bandidos disponíveis. Aqueles que se vendem a preço de ocasião, trocando apoios em momentos críticos por cargos onde possam roubar. Ou trocando por dinheiro mesmo. Como aconteceu no Mensalão, Como jamais deixou de acontecer na política brasileira. Desgraçadamente.
Sempre houve promiscuidade na política brasileira no trato com o dinheiro público. Mas foi de 2003 para cá que a prática se tornou política de Estado. Lula mandou que todos os à venda fossem comprados. Ele queria fazer passar o projeto do PT, que jamais foi um projeto de governo mas sim de poder. Dos que se faz para que esse poder seja mantido indefinidamente. Sim, porque para o PT não deve haver alternância, como pregam as boas prática democráticas. Deve haver uma administração que dure para sempre, que jamais interrompa sua atuação, mesmo trocado de chefe. Afinal, não se vai instrumentalizar o Estado, não se vai tomar de assalto todos os cargos públicos para abandonar o butim depois. Os "cumpanheiros" têm que ter como ganhar a vida trabalhando pouco ou quase nada.
A constatação do ministro Barroso é de todas as mentes lúcidas do Brasil. E por isso é preciso começar a passar a limpo esse País. De preferência de cima para baixo, aprovando o impeachment da presidente. E esse será apenas o primeiro de muitos outros passos.
      





31 de março de 2016

Vamos começar a faxina agora!

Só se limpa o que está sujo começando a faxina pela sujeira mais em evidência. Depois, aos poucos, com cuidado, vai-se limpando o resto. Caso contrário a sujeira fica e aumenta.
Hoje, a maior "preocupação" dos que defendem com unhas, dentes e irracionalidade política o governo Dilma Rousseff é dizer que se a presidente for afastada, Michel Temer assumirá. Ou então Eduardo Cunha. Ou então Renan Calheiros (que é aliado deles até prova em contrário). Ou então qualquer um. E eles perguntam: "Você quer isso?". Se minha parte, agora quero sim. Estou há anos luz de distância de considerar qualquer dessas pessoas moralmente apta para assumir a presidência da República. Mas ou nós começamos a limpar o Brasil agora ou isso nunca será feito. E, no momento, os crimes de responsabilidade foram descobertos no atual governo. São ônus da Chefe de Estado. O responsável é sempre aquele que está à frente do governo. Ao seu comando.
Dilma Rousseff cometeu ou permitiu que se cometesse, o que hoje dá no mesmo, vários crimes de responsabilidade. Tirou dinheiro de empresas bancárias públicas para aplicar em programas sociais durante uma campanha eleitoral com interesse em obter votos na eleições. Isso é ilegal. E ela recentemente teve que repor esse dinheiro. Maquiou contas públicas para dar aos brasileiros a falsa intenção de que estaríamos tendo superavit quando o navio estava naufragando. A intenção era enganar para ganhar as eleições. Isso é ilegal, aético e amoral. E foi feito. Cometeu outros crimes denunciados pelo senador Delcídio do Amaral em sua delação premiada e as conversas dela com o ex-presidente Lula, divulgadas com autorização judicial, são um escárnio. Só mesmo cegos pelo PT podem acreditar que a intenção não era a de "blindar" Lula. Afastá-lo da Operação Lava Jato.
Há base jurídica de sobra para o impeachment. Acusar o procedimento de golpe é uma espécie de defesa cega do indefensável. O que se faz quando não há mais argumentos a expor.
A limpeza do Brasil tem que começar pelo Executivo ou não começará nunca. Depois do afastamento de Dilma, ela não deve parar. Deve ir até o fim.  Há nesse País hábitos políticos que tornam as relações de poder de uma promiscuidade absurda. Sempre com prejuízo para o erário. Ou isso será erradicado agora ou não se erradicará nunca mais. Agora mesmo esse governo ética e moralmente morto está trocando apoios por cargos sem preocupação alguma com a defesa do dinheiro público. Não tenho a menor dúvida: muitos dos que ganharão "agrados", entrarão no governo para roubar.
Temos compromissos para com o futuro do Brasil. Desse Brasil que ficará para nossos descendentes.