29 de agosto de 2016

Crimes de lesa-pátria

No Congresso, um personagem se defende. E é bem diferente da pessoa real
Nada é mais confortável do que a posição de vítima. E a presidente Dilma Rousseff treinou exaustivamente para ficar nessa situação hoje diante do Congresso Nacional, no Senado da República, diante das câmeras de televisão e das filmadoras de seu documentário.
Por que Dilma Rousseff faz isso? Porque ela pretende provar, agredindo fatos e provas, que não cometeu crime de responsabilidade como prevê a Constituição do Brasil para ser processada e perder o mandato. Diante de toda a Nação ela quer vender a imagem de uma pobre mulher, ex-presa política, que está sendo vítima de um golpe. Isso diante do Poder Legislativo que leva adiante um processo constitucional presidido pelo presidente do Supremo Tribunal Federal.
Como pode?
Dilma Rousseff, para ganhar as eleições de 2014, aconselhada e dirigida por um seu marqueteiro que hoje está preso e responde a processo por várias ilegalidades, criou a tal "contabilidade criativa", artifício que permitiu a ela iludir o povo brasileiro, maquiar as contas pública e esconder de todos - ou da maioria - a situação caótica vivida pelo Brasil enquanto rios de dinheiro eram gastos para que votos necessários a vencer as eleições fossem ganhos. Dos 54 milhões de sufrágios dados a ela naqueles eleições, um percentual alto foi conquistado de forma espúria. À custa de fraude.
Vieram as pedaladas fiscais. Outros artifícios ilegais para esconder fatos. Paralelamente a isso a verdadeira Dilma, diferente da que fala no Senado, distribuía grosserias pelos quatro cantos, sobretudo em subordinados diretos. Falava uma besteira atrás da outra, todas as vezes em que chegava a um microfone, sobretudo para falar de improviso. Prestou homenagem até à mandioca. E viu as contas do País se deteriorarem e o contingente de miseráveis chegar a um nível  nunca antes visto. Agora, são mais de doze milhões de desempregados. E a corrupção endêmica insiste em não ceder, já que foi política de Estado de 2003 para cá.
Dilma não cometeu só crimes de responsabilidade. Cometeu também crimes de lesa-pátria. E isso é previsto em lei: "Art. 1º - Esta Lei prevê os crimes que lesam ou expõem a perigo de lesão: II - o regime representativo e democrático, a Federação e o Estado de Direito." Sobretudo e principalmente quando atos irresponsáveis podem levar o Estado às vésperas da insolvência.
Agora a presidente vai gastar o restante do tempo que tem em seu esperneio final para tentar prejudicar ainda mais o Brasil. Vai levar até o fim sua luta para mostrar que a mandatária que está no Senado é a real e não a imaginária. Que pena, dona Dilma, poucos ainda acreditam nisso.  






17 de agosto de 2016

Dilma Rousseff, a patética

É patética a figura da presidente afastada Dilma Rousseff quando ela se apresenta para alguma coisa. Ontem, ao ler sua carta/esperneio no Palácio da Alvorada (foto), tentou fazer o que nunca fez na vida: negociar. Trocar o impeachment quase certo por uma série de barganhas que incluem um inconstitucional plebiscito. Em vão. Nem barganhar ela sabe fazer bem.
Dilma Rousseff paga o preço alto pela arrogância. Durante anos, inclusive antes de ser entronizada presidente como o maior dos postes criados por Lula, ela já era conhecida em Brasília como grosseira e pelos inúmeros episódios de descompostura que dava em seus subordinados e iguais. Teve gente que saiu de sua sala chorando após ouvir gritos e, não raro, palavrões.
Governantes não devem jamais negociar cargos cegamente e colocar em posição de comando pessoas incapazes ou desonestas. Infelizmente o que muitos fazem. Mas nem isso Dilma pode alegar como explicação para ter, ao longo de seus mandatos - esse último pela metade - deixado parlamentares esperando por ela horas em salas de espera. Nomeou ou manteve nomeados dirigentes de estatais que literalmente quebraram o Brasil. Nomeou ou manteve nomeados ministros claramente incompetentes ou desonestos, sim. Sua figura "ilibada" se choca com a realidade dos fatos.
O que ela tenta negociar hoje? A volta ao poder. Esse poder que não aceita perder mas na prática já perdeu, pois não tem mais condições de governar. Se voltasse seria refém de um Congresso hostil, de ações judiciais por improbidade administrativa e de mais uma série de outros fatores. Não poderia sair à rua. Não poderia discursar em atos públicos. Teria que ficar escondida em seus dois palácios usando helicópteros e aviões em seus deslocamentos e ainda exigindo de subordinados que segurassem seus guarda-chuvas em dias de mal tempo. Seria, numa situação como essa, figura mais caricata do que é hoje. E faria o Brasil sangrar mais do que já sangra, pois tentaria desfazer a totalidade dos atos praticados pelo governo em exercício desde sua posse, substituindo ministros, etc.
Dilma Rousseff, figura patética, leu sua carta. Reafirmou o "golpe". E depois retornou à solidão das paredes do Palácio da Alvorada, onde habita. Derradeiro endereço no poder que jamais deveria ter exercido.