15 de setembro de 2016

Dois discípulos de Goebbels

Às vezes parece que o PT de hoje vive de mantras. Essa palavra tem origem no sânscrito e significa que "Man" (mente) se completa com "tra" (controle). Na prática trata-se de um instrumento para controlar a mente e vem de desde o budismo mais antigo. No caso dos dias de hoje a gente pode com facilidade associar essa palavra a uma frase célebre. Melhor dizendo, tristemente célebre: "Uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade". Ela é de Joseph Geobbels, o teórico do nazismo e que com suas teorias ajudou Hitler a cometer uma infinidade de crimes contra a humanidade.
Vamos recuar só um pouquinho. O que fez Dilma Rousseff para tentar dar ao seu impedimento uma característica de golpismo? Repetiu à exaustão uma frase que ainda repete e continuará enquanto viver, pois ela é ao mesmo tempo sua defesa e seu ataque: "Não houve crime de responsabilidade".
O que faz agora Lula quando fala ou quando falam por ele, como foi feito ontem por seus advogados em entrevista coletiva dada em São Paulo ao mesmo tempo em que o cliente era denunciado pelo Ministério Público Federal em Curitiba (foto): "Não há provas".
O mantra de Dilma Rousseff sustenta a tese do golpismo ("Não vai ter golpe") e a coloca como vítima de uma trama diante da qual houve seu impeachment. O de Lula tenta mostrar que ele está sendo alvo da perseguição de um imenso complô que visa destruir sua carreira política ou o que ainda resta dela. Mais uma vez a intenção é clara: a de colocá-lo como vítima.
Dilma sabe que não vai voltar à presidência, até mesmo por que não teria a menor condição de governar. Mas seu discurso contra o golpe é a tentativa de ela se marcar na história como a injustiçada da República. Quem sabe por ser mulher! Lula sabe que sua carreira política está encerrada mas quer, em último caso, se tornar um perseguido político. Só que Dilma cometeu crimes de responsabilidade, sim, e talvez levada a isso por sua empáfia e arrogância. Já Lula foi usufrutuário (usando palavras de Eduardo Cunha) de propinas, marca de seu governo, muito provavelmente levado a isso pela sensação de impunibilidade que o poder provoca.
Os dois, como o PT faz, vivem de mantras e acreditam que a mentira repetida à exaustão surgirá um dia como verdade, ao menos diante dos menos esclarecidos. Eles são discípulos modernos do ideólogo do nazismo Geobbels. Resta saber se consciente ou inconscientemente.

14 de setembro de 2016

Mocinhos e bandidos.

Carmen Lúcia fala ao presidente Michel Temer
Algumas cenas da posse da ministra Carmen Lúcia na presidência do Supremo Tribunal Federal (STF), são icônicas. Como por exemplo a de Lula visivelmente constrangido ouvindo o ministro Celso de Mello fazer um vigoroso discurso anticorrupção, inclusive denunciando os facínoras que tomam conta do Estado para fazer uso dele em benefício próprio e de seus grupelhos.
A ministra foi muito criticada pela lista de convidados feita. Mas ela entendeu que deveria seguir à risca as regras da liturgia da posse, só a quebrando para iniciar sua fala dirigindo-se a "sua excelência o povo brasileiro". Também foi muito rígida em servir água e café aos convivas depois da solenidade, falando a todos sem mostrar embaraço. Afinal, havia convidado mocinhos e bandidos.
Lula faz cara de paisagem ao lado de José Sarney  
O que se pode deduzir disso? O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso não tinha como comparecer e fez questão de dar uma satisfação à ministra. Educação vem de berço. Lula não deveria ter comparecido, teria de ter entendido que o convite era apenas um gesto protocolar, mas mesmo assim foi. Falta de educação vem de berço.Teve de ficar atrás dos ministros Gilmar Mendes e Celso de Mello. Ao alcance da indiferença do primeiro e das palavras cruas e bem dirigidas do segundo.
Lula e Temer não se falam durante a solenidade
Icônico foi também o fato de o deputado federal Eduardo Cunha ter tido seu mandato político cassado no mesmo dia, ao final dele, na Câmara Federal. E com parlamentares confessando a jornalistas em off que não poderiam salvar o pescoço de seu protetor em voto aberto. Estamos às vésperas de eleições legislativas municipais, executivas do mesmo nível e em 2018 a coisa pega.
Lula atrás de Gilmar Mendes e Celso de Mello
Para quem acompanha a vida nacional foi didático ver toda a segunda-feira. Para ir digerindo aos poucos, nas horas posteriores, tudo o que aconteceu. Estava ali, diante de nós, um retrato fiel da vida nacional, com o pouco que há por ser preservado e tudo o que precisa ser mudado, inclusive na Justiça, fato ressaltado pela ministra que tomou posse no cargo mais importante do Judiciário.
Estavam juntos o bem e o mal. Os mocinhos e os bandidos. Os que devem subir e os vão cair inevitavelmente. Talvez na última vez em que aparecem juntos numa solenidade de tamanha importância..

2 de setembro de 2016

São os esquemas, senhores!

Chico Buarque e Lula. O primeiro olha a boquinha perdida. O segundo maquina
Enfim, o golpe!
Parecia uma simples plateia. Não era. Enquanto a Pátria Mãe tão distraída era subtraída em tenebrosas transações, as figuras decrépitas de Chico Buarque de Holanda e de Luiz Inácio Lula da Silva, o Lula, ocupavam as galerias do Senado. O primeiro foi logo para casa (em Paris?). O segundo ainda tinha funções a cumprir em Brasília: maquiavelicamente, convencer senadores a pagar dívidas passadas rasgando os artigos da Constituição que falam em impeachment.
Vamos recuar só dois dias no tempo. Estamos na sessão do Senado que cassou a presidente Dilma Rousseff (vejam a foto). Jogo perdido, Lula tramava não deixar a logo que seria ex-presidente sem direitos políticos e inabilitada, além de sem cargo. Ele conseguiu cobrar favores passados, convencendo senadores a fatiar o processo de impeachment e deixar Dilma sem mandato mas com todos os direitos políticos preservados. Assim ela poderia voltar aos palanques. Nomeada para cargos públicos relevantes, teria foro privilegiado e não poderia ser alcançada pela Justiça de Primeira Instância. Golpe de mestre! E a Constituição, quando diz claramente que impedimento causa perda total de direitos políticos, que se dane. É mais importante salvar os dedos já que os anéis se foram.
Aliás, o problema são os anéis.
O PT luta para continuar no poder e para salvar o que ainda resta dos milhares de esquemas de ganho de dinheiro público montados ao longo de 13 anos. Para tentar evitar as demissões de mais de cem mil apaniguados colocados em cargos comissionados no processo de aparelhamento do Estado. Afinal, Lula luta há muito mais de 13 anos por tirar milhões dos pobres, remediados e ricos para colocar em contas secretas do PT e seus amigos. Amigos como Chico Buarque de Holanda e muitos outros, todos revoltados com a perda do dinheiro fácil da Lei Rouanet.
O que está em jogo não é a democracia, essa figura de linguagem tão usada, tão falseada. O que está em jogo é mais inclusive do que o poder. São os esquemas, senhores. São um processo de enriquecimento ilícito de uma casta falsamente chamada de socialista ou popular, como queiram, e que chegou ao comando do Brasil para roubar tendo como pano de fundo a ilusão de que estavam lutando pelos pobres e os representando todos os dias, em todas as instâncias.
São a quadrilha mais ignóbil do nosso país! Mas ajudaram muitos parlam
entares, já que sem isso não teriam conseguido do Poder Legislativo o favor de rasgar a Constituição.