Recordo-me como se fosse agora de que o presidente Lula certa feita disse querer receber críticas e não ficar cercado por puxa-sacos como está acontecendo hoje. Já fiz isso uma vez e vou fazer novamente porque acredito como quem crê na morte que se esse presidente for derrubado nós estaremos abrindo as portas do inferno. E de forma tão eloquente como jamais foi nem nos piores momentos da sanguinolenta ditadura militar 1964/1985.
Aliás, o termo "porta do inferno" tem origem religiosa. Pode se referir a Hades, o reino dos mortos, ou então à promessa que teria sido feita por Jesus de que a Igreja não seria derrotada pelas forças do mal. Nas mitologias da Grécia e de Roma, Hades, também chamado de Plutão, era um deus que governava o submundo. Então, as portas do inferno ou "as portas de Hades" significavam esse poder. Já na Bíblia o
pensamento se refere ao reconhecimento de Simão falando de Jesus como "o Cristo". E este lhe revela: "E eu digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela".
Faço esse início nada agnóstico como sou para argumentar que quem hoje sonha com o autoritarismo político embutido em falsos discursos moralistas e religiosos tenta reviver os idos da ditadura militar nos seus piores momentos! Os discursos de "liberdade de expressão" e outros são balela pura. Todas essas pessoas conviveram com o pior do autoritarismo politico brasileiro e querem fazer voltar a época como vingança e para que ela seja muito mais aguda e desprezível do que foi em tempos passados. Os Estados Unidos mostram como é isso no início do governo Trump e no desmonte daquela democracia de dentro para fora com o ataque a todas as instituições.
Lula está cercado por pessoas que buscam isolá-lo da realidade. Por isso sempre que pode fala de improviso e sobe a cada dia mais degraus na escada do populismo. Essa longa escadaria costuma ser precedida por outra que desce e leva ao reino dos mortos, onde está Hades. Ele, o presidente, não vê isso porque o entorno não deixa e lhe cria um efeito de redoma atuando como falso escudo protetivo. Mas o antigo metalúrgico está cercado de hienas.
Ontem mesmo eu disse que o presidente não tem contato com a juventude e isso é muito mal. Péssimo. Principalmente porque a cada dia que passa mais o cerco contra ele se fecha na busca por espaços num governo enfraquecido. Até Arthur Lira, essa decrépita figura já almeja um cargo de ministro, e da Agricultura, por que não? A expectativa do butim assanha todo o grupo de hienas de Brasília quando esta sente cheiro de carniça. Usam de movimentos em torno de um impeachment, mas querem mesmo ficar à sombra do poder, pois nessa posição é bem mais fácil subir nele. Está ali mesmo o tronco da árvore frondosa...
Há tempo para reação. Para um corte mínimo em despesas, ainda que isso toque em programas caros ao presidente, para um contato mais constante e sincero com a população sem o recurso do populismo barato, para uma reforma mínima e digna do ministério e para um combate efetivo às mentiras que assolam o Brasil com a única e clara intenção de destruir tudo o que está à frente, inclusive as vindas dos Estados Unidos. À frente de nós está o futuro daqueles que realmente querem construir um país de instituições fortes e firmadas com a Constituição de 1988.
Vivi a ditadura e sei como ela se comporta. Fechem as portas do inferno.
Álvaro., cada dia vejo nos teus escritos um pontos de vista muito bem colocados. Parabéns.
ResponderExcluirA posse de Lula não foi o começo do paraíso, mas a saída do inferno e que hoje antevemos esta porta. O que nos resta é confiar e esperar por dias melhores. Confiar naqueles cidadãos esclarecidos e que acompanham os acontecimentos para votar no melhor. Pelo futuro do País.
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