
Um estudo sério publicado há não muito tempo mostra que o país mais feliz do mundo é a Dinamarca. Mas como pode ser o mais feliz do mundo um país que cobra de cada um de seus cidadãos imposto de renda que oscila de 50 a 70 por cento?
Essa felicidade deriva primeiro do fato de que não há miséria na Dinamarca. Todos têm trabalho, um horizonte na vida. O estudo é obrigatório e gratuito durante os dez primeiros anos da vida das pessoas e as universidades também. E o sistema médico/hospitalar igualmente não custa um único centavo ao cidadão, que pode escolher médicos especialistas. Até o final da vida. Para completar, todos os dinamarqueses, depois dos 65 anos, recebem uma pensão do Estado. Para sobreviver com dignidade. E ainda o incentivo para continuar trabalhando. Para a saúde mental.
Esse é o verdadeiro - e possível - estado social!
Nós, brasileiros, pagamos cerca de 40 por cento do que ganhamos em impostos. Não temos sistema educacional que preste, o SUS é uma indecência e a aposentadoria dos que são contribuintes da iniciativa privada, idem. Tudo em nosso país se corporifica em impostos. Agora mesmo todo o trecho da BR-101 que corta o Estado do Espírito Santo vai ser privatizado. Custará cerca de R$ 30,00 cruzar menos de 500 quilômetros de Sul a Norte do pequeno Estado. E vamos continuar pagando a CIDE, um imposto para a conservação de estradas.
Que pena, não estamos entre os primeiros em felicidade. Mas resta um consolo: somos campeões mundiais da demagogia. Do Oiapoque ao Chuí, abundam no Brasil aqueles que se esmeram na arte de enganar o próximo, se perpetuar no poder e fazer desse poder uma redoma onde eles possam se esconder das consequências de seus atos. Esse é o Brasil. O da foto é a Dinamarca.