Logo que o último ex-presidente ganhou as eleições de 2018 um conhecido meu, militante de extrema direita, daqueles que colocam na parede, devidamente emoldurados, os diplomas recebidos na ESG, me convidou a tomar um vinho num supermercado da Avenida Rio Branco, aqui em Vitória (ES). A conversa acabou chegando à política e ele disse: "Bolsonaro ganhou. Sim, mas quem ganhou mesmo fomos nós. Chegamos para ficar e se for tentada mudança haverá ruptura. Pode acreditar nisso."
Em síntese, o golpe de estado estava previsto desde as eleições de 2018. Quero crer que se Fernando Haddad tivesse vencido seria tentado um meio não legal para impedir sua posse. O Clube Militar, no Rio de Janeiro, estava a postos para divulgar informações falsas, sublevar grupos extremistas e espalhar o ódio por todos os cantos. Mesmo depois do final da ditadura militar, em 1985, as viúvas do totalitarismo de direita estavam acordadas e tentando o contragolpe. Nunca desistiram. A constituição de 1988, tão defendida pelas forças democráticas, teria sido rasgada em praça pública se fosse possível.
Acho que meu conhecido tentava me cooptar. Logo percebeu que não seria possível.
O Brasil jogou fora mais de um trilhão de reais na tentativa de Bolsonaro se eleger. Nunca antes tantos crimes foram cometidos numa eleição que se pretendia fazer à margem das leis. E quando a apuração dos votos derrotou a camarilha, essa colocou em prática seu projeto de destruição da democracia. Foram várias as tentativas, todas frustradas. E até hoje o extremismo de direita tenta emplacar seus planos. Não consegue e, pelo visto, o projeto de uma "ruptura" constitucional foi parar no balde do lixo.
Mas os derrotados continuam agindo. Como sempre, nas sombras. Como é de sua cultura, utilizando-se de todos os meios para chegar ao sucesso. A revelação dos planos de golpe de estado contidos em celulares de criminosos como o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro mostra que vão insistir. A bomba que não explodiu no Aeroporto de Brasília atesta que eles não conhecem limites.
Nunca mais tomo vinho com fascista.
Oportuno post, cara Álvaro. Parabéns pelo texto lúcido.
ResponderExcluirE nem somos petistas ou llulistas..