O 7 de setembro mais distópico da história brasileira nasceu gerando memes, como esse da montagem fotográfica ao lado. E não poderia ser diferente. Afinal de contas, no dia da comemoração de outro aniversário de nossa independência como país, uma enorme bandeira dos Estados Unidos foi desfraudada em plena Avenida Paulista, diante de palanques onde estavam autoridades e mostrada aos gritos de "Trump..." por uma imensa legião de idiotas ditos bolsonaristas ou "patriotas".
Depois do susto, muitas pessoas ficaram se perguntando o que há na cabeça de gente que usa bandeira estrangeira na festa de sua pátria, e isso quando essa outra nação faz uma infame campanha contra a nossa para tentar interferir num resultado de julgamento penal. No mínimo é um desrespeito.
E a cobertura desse 7 de setembro teve de tudo. Um indivíduo filmado vestindo camisa com a bandeira do Brasil tentou mas não conseguiu explicar o que estava fazendo na mais importante avenida de São Paulo. Outros conseguiram mais ou menos, e usando uma fórmula ou outra para provar que vivemos numa ditadura do Judiciário, isso quando uma boa parcela desses viveu realmente e ao menos em parte a última ditadura que infelicitou o Brasil. Uma senhora saudosa dos últimos ditadores de farda explicou entusiasmada como era boa aquela época! Muito diferente de hoje, sem dúvida!
Mas a melhor de todas foi outra senhorinha, cabelos bem grisalhos, ar professoral e que explicou a uma debochado "repórter" que Lula, Alexandre de Moraes e todos os demais membros do tual governo são clones ou coisa parecida porque os reais que existiram foram cooptados ou sequestrados por extraterrestres que estão em seus lugares hoje, aguardando o momento certo para se revelarem e darem sequência ao projeto de captura do Brasil. Não sei ao certo onde fica o bolsnarismo e seu líder maior nesse projeto. Talvez nem ela...
De qualquer forma o 7 de setembro mais distópico de todos os tempos, capaz de colocar no bolso a excelente história de "O último azul" também foi marcado por apostas num futuro sem boas perspectivas. Como foi o caso do carioca governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que vestiu a farda de extremista de direita, pediu Bolsonaro para presidente em 2026, chamou o ministro Alexandre de Moraes de tirano e disse que ninguém mais o suporta. Ou aguenta. Se ele pretende governar o Brasil, o caminho traçado é um túnel sem luz ao final. Pelo menos num país democrático. E a menos que a exemplo de seu líder e capo di tutti capi, a ideia seja depois pedir desculpas, dizer que falou sem pensar e que está tentando se conter de agora em diante.
Foi um 7 de setembro distópico, com certeza. E vai ter consequências além do julgameno que deve terminar sexta-feira no Supremo Tribunal Federal. Com taxas de Trump ou não.
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