Foi a própria Maranata quem descobriu a falcatrua e afastou possíveis envolvidos. Mas a questão está nas mãos da Polícia e do Ministério Público. Estranhamente, quando o caso veio a público, a edição de domingo do jornal denunciante, geralmente com grande dificuldade em vendas avulsas, desapareceu em poucos minutos. Pacotes de 50 exemplares eram arrematados tão logo chegavam às bancas.
A Maranata é somente mais uma denominação no universo do grande negócio chamado igrejas neopentecostais. Elas se tornaram minas de ouro de algumas décadas para cá. Na Universal do Reino de Deus e na Renascer em Cristo, os escândalos são quase semanais. Líderes das duas denominações estão presos ou respondendo a processos. As noites e madrugadas das emissoras de TV estão todas alugadas a diversas "confissões". Pode-se ver "milagres" dos mais diversos "profetas" e "enviados do Senhor", além de outros mais, prometendo o céu aos fieis. O deles já foi conquistado. Quase todos têm jatos particulares, helicópteros e moram em mansões, às vezes no exterior. Do Brasil, das mais diversas formas, saem caminhões de dinheiro recolhido de dízimos - essas cifras não pagam impostos - com destino a paraísos fiscais ou empresas de fachada localizadas nos mais diversos lugares. Os laranjas são quase incontáveis.

Ao que tudo indica, coisa parecida ocorreu na Maranata sem conhecimento de grande parte dos que a dirigem. A Polícia desconfia de investimento de dinheiro do dízimo em imóveis localizados em regiões nobres do Estado do Espírito Santo e talvez até mesmo em Miami, nos EUA, cidade pela qual picaretas dos mais diversos matizes, todos "pastores", "bispos " ou outros tipos de "eleitos de Deus", têm especial predileção. Também, pudera, lá estariam longe dos olhares mais fiscalizadores das coisas brasileiras e próximos do Brasil.
Faz muito tempo, sabemos todos que a criação de grande parte das igrejas neopentecostais transformou o dito popular do "tempo é dinheiro" em "templo é dinheiro". Resta saber quando esse país de tantas falcatruas desconhecidas e conhecidas terá a coragem cívica de deter essas quadrilhas, separando o joio do trigo. De finalmente se convencer de que os que dirigem parcela considerável de tais organizações não são reais pastores de denominações religiosas sérias, comprometidas com preceitos e dogmas, mas sim aproveitadores que querem enriquecer - e enriquecem - à custa da boa fé de terceiros.
E colocar os quadrilheiros na cadeia.
Em tempo: segundo um advogado que os representa, cerca de mil descontentes com a Igreja Cristã Maranata a estariam deixando. Eles devem fundar em breve uma nova "igreja", a qual terá o nome de Louvai. Espera-se então o início de mais uma escavação de mina de ouro teológica. Sim, porque muitos vão querer fazer isso. Infelizmente o Estado do Espírito Santo vem sendo sede desse tipo de "fenômeno" há algum tempo.
Um comentário:
estou decepcionado com a Maranata...confiava nos "irmãos " e achava que jamais isso aconteceria lá...Mas o importante é que Deus sabe quem é fiel e quem não é. Entrego a Ele a sentença a ser tomada contra esses ""joios""11
Postar um comentário