Zezinho, aqui chamado Zé da Bola, foi um grande jogador de futebol. Começou no Rio Branco mas logo foi embora para o Rio de Janeiro, São Paulo, Buenos Aires e Seleção Brasileira, craque que era. Foi campeão da Copa Roca pela Seleção. E no Rio e em São Paulo era considerado virtuose, um centro-avante implacável, marcador de gols e ídolo de seus torcedores. Isso enquanto durou a carreira. Era pai do jornalista Ferreira Neto e de Índio, ex-técnico da Seleção Brasileira de Futebol de Areia que aqui por provincianismo cultural a gente chama de "beach soccer'.
Eu o conheci já veterano. Depois, ex-jogador. Morreu em Vitória vitimado por hábitos de vida que a abreviaram. Mas sempre foi reverenciado. Dar seu nome à área ao final de Camburi, quando o primeiro Parque Zé da Bola foi feito, e era homenagem pequena, foi o mínimo que se fez para preservar a memória dele. Um parque que, com o passar dos anos, foi sendo abandonado e se deteriorou ao final da praia, quase chegando à área da Vale.
Não importa aqui saber que tipo de acordo a Prefeitura de Vitória fez com a empresa produtora de pó preto. Mas, inicialmente, foi distribuída uma imagem na qual era pedido que as pessoas dessem sugestões sobre o nome da estrutura a ser construída no local. Postei e pedi que cada um enviasse sua Identificação preferida. Eu iria enviar a do Zé.
E muitos fizeram brincadeiras ligadas ao pó preto. Sim, porque hoje a ex-Companhia Vale do Rio Doce é conhecida por sua imensa capacidade de poluir o meio ambiente de Vitória sob o beneplácito dos poderes municipal e estadual. Mas tinha eu a esperança de emplacar o antigo nome. Até que de repente o jornal A Tribuna noticiou que a área de lazer já estava com denominação escolhida. E pela empresa que a está construindo.
É é um absurdo. Não acredito que o prefeito de Vitória vá permitir isso sem dar uma explicação pública sobre o assunto. Afinal, o prefeito deve ser o mesmo Luciano Rezende que ia à redação de A Gazeta dar entrevista sobre remo quando era campeão sul-americano de "dois sem" juntamente com seu irmão, Lúcio, e eu editor de esportes daquele jornal.
Recuso-me a acreditar!