Não é justo procurar as raízes dos recentes acidentes aéreos ocorridos no Brasil, como os da Gol e da TAM, em problemas recentes. Eles remontam há mais de 20 anos, quando a Varig ainda voava em céu de brigadeiro, ao lado da Vasp, da Cruzeiro do Sul e da Transbrasil e chegou-se à conclusão de que Congonhas não comportava mais todo o tráfego de São Paulo. Era preciso fazer um novo aeroporto para centralizar sobretudo os vôos internacionais.
Todo mundo que entendia de aviação queria esse aeroporto em Campinas, mais precisamente em Viracopos (foto), já então considerado a estrutura aeroportuária mais segura do Brasil e uma das mais seguras do mundo. Mas era época de ditadura militar e os militares decidiram que o governo faria a obra em Guarulhos, em Cumbica, que quer dizer novem baixa em linguagem indígena, porque lá havia uma base aérea.
Era um dos coroamentos da filosofia da Segurança Nacional, que considerava assim a aviação comercial: caso de Segurança Nacional. Por isso no Brasil há instalações militares em vários aeroportos, sobretudo nos principais deles. Até mesmo uma linha de trem bala ligaria Campinas a São Paulo em 20 minutos. Mas nada disso aconteceu. O novo aeroporto ficou mesmo em nuvem baixa, pois ninguém discutia ordens naquela época.
Em seguida vieram as incompetências governamentais, o não investimento em segurança de vôo, o desleixo para com o cidadão e a sequência de erros que culminaram nos acidentes, sobretudo no de 17 de agosto, com mais de 200 mortos. Tomara não haja outro, porque acontecer, pode. O caldo de cultura está pronto há muito tempo.
O avião da TAM não caiu por acaso. Começou a cair na Ditadura Militar.
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