Acompanhando pela TV - ou outro meio de Comunicação - o noticiário dos Jogos Olímpicos de Pequim, esses da bela ilustração ao lado, a gente nota uma coisa muito interessante: o assunto "esporte" praticamente divide espaço, meio a meio, com o assunto "política". E é imensa a disposição dos coleguinhas jornalistas brasileiros, principalmente das grandes redes de Comunicação - sobretudo a maior delas - de falar sobre a falta de liberdades individuais, coletivas (da sociedade civil, enfim) dos chineses que vivem sob o regime comunista desde a ascensão de Mao Tse Tung ao poder. Às vezes isso chega a torrar a paciência daqueles que conhecem fatos políticos, a lítica como objeto de estudo, e busca apenas o esporte nesse caso. Nessa cobertura jornalística em particular.
Mas há uma omissão grave: os brasileiros que foram a Pequim para os jogos, receberam uma espécie de "cartilha" do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), pelo qual eles estão proibidos de quase tudo. Não podem falar de política, não podem usar adesivos, não podem isso, não podem aquilo, não podem aquilo outro. O "não" é a tônica do impresso. Por essas normais, os direitos de cidadania que as redes de TV tanto reclamam para a população da China - o que, em última análise, é problema deles -, no caso dos brasileiros, ficaram aqui.
Agora o interessante: ninguém critica isso. Ninguém acusa o COB. Ninguém pergunta aos atletas do Brasil se, para eles, essas restrições significam um atentado às liberdades que a Constituição de 1988 consagrou para todos nós, os brasileiros do Oiapoque ao Chuí.
Parece que as preocupações para com a liberdade começam a terminam na China. Entre os chineses. Aliás, como era aqui na época da ditadura militar que durou de 1964 a 1985, quando nenhum órgão da grande imprensa a contestava. Todos permaneceram caladinhos. Quietinhos. Até quando viram que o regime havia, literalmente, apodrecido.
Só aí se tornaram paladinos das liberdades civis.
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