O Governo do Estado do Espírito Santo vai fazer, à custa do erário, obras necessárias, de complementação de acessos da Terceira Ponte, que liga Vitoria a Vila Velha. A concessionária Rodosol se recusa a fazer ela as obras, a menos que possa aumentar as tarifas de pedágio e o prazo de concessão. Leia-se: a menos que passe ao contribuinte toda a conta.
Quem redigiu o contrato que deu à Rodosol a concessão de exploração da Terceira Ponte? Pergunto, porque esse contrato é, em essência, idêntico a todos os demais de obras públicas entre os entes federativos ou a União e empreiteiras que sobrevivem à custa de construir, seja lá o que for, para o Estado. Um garrote que garante tudo aos consórcios que são formados e nada a municípios, estados ou Federação. Ou seja, ao cidadão comum. Aquele que todos os dias paga impostos, direta ou indiretamente.
A revista Época dessa semana publica anedota que corre entre pessoas que fazem negócios com o Governo. Diz assim: Deus criou o mundo em sete dias, sem estourar o cronograma nem o orçamento da obra, porque não teve de fazer licitação, contratar empreiteira e pagar propina a políticos.
Essa é uma piada lá de Brasília. Mas pode ser contada aqui também. Se alguém contá-la a algum membro da Rodosol, garanto que ele vai rir muito. Afinal, é gozada.
Só não é engraçado saber, nós que passamos pela Terceira Ponte e pagamos o pedágio caro de vez em quando - milhares fazem isso todos os dias -, que ainda teremos de arcar, indiretamente, com a conta dos novos acessos.
Saber que isso decorre da corrupção entranhada nos hábitos e costumes do relacionamento entre poder público e empreiteiras, um dos mais promíscuos dentre tantos os que existem nesse país, é simplesmente ridículo. De fazer chorar...
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