Blog de variedades. Um pouco de esporte, um pouco de política, um pouco de fofoca, um pouco de mais tudo o que surgir de interessante. Enfim, um pouco de jornalismo na vida de quem gosta de notícias e interpretação de fatos
11 de agosto de 2011
Os atributos políticos brasileiros
Os últimos acontecimentos envolvendo o Ministério do Turismo fazem com que a gente conclua, não sem muita tristeza, que de gatunagens, mentiras, trocas de favores, festas com dinheiro público e cinismo, dentre outros "atributos", vive a política brasileira. Mas sobretudo vive em Brasília, para onde todos querem ir em suas "carreiras", digamos assim.
36 pessoas, entre altos funcionários do Ministério do Turismo e de outros setores, já foram presas - algumas, soltas 24 horas depois. A Justiça não mandaria prender ninguém sem ter em mãos dados concretos. O segundo servidor na hierarquia do órgão foi flagrado mandando um subordinado adquirir um imóvel com fachada bonita para poder justificar a sede do projeto onde ele e sua gang roubariam o dinheiro do contribuinte. E pelo telefone.
A isso tudo seguem-se ou se intercalam declarações estapafúrdias. O presidente do Senado, José Sarney, fez questão de deixar claro que a escolha do ministro da pasta não foi sua. Seria melhor se tivesse sido? Membros do Partido da República, o mais atingido no Turismo - da mesma forma como o foi nos Transportes - se dizem desconfortáveis e querem que idêntico tratamento seja dado a políticos de outros partidos da base do Governo como o PMDB, o PT e sei lá mais eu quais. Ora, mas isso é simples: bastaria dizer, um a um, os nomes dos ladrões que ainda não assinaram ficha de filiação do PR. Estaria resolvida a questão. Mas o partido "atingido" não quer isso. Quer de volta seus cargos para não passar à oposição. A chantagem, em Brasília, é praticada abertamente e com entrevistas a jornais, rádios e televisões.
Seria o caso de se perguntar: onde vamos parar? Para que serve um Poder Legislativo como esse, que se tornou caso de polícia e não merece o respeito de ninguém?
Só para não ficarmos apenas em Brasília, aqui no Espírito Santo o vice-prefeito de Cariacica, região da Grande Vitória, Geraldo Luzia Júnior, o Juninho, personagem pelo qual o presidente regional do partido já se indispôs com muita gente, vai trocar de legenda. Nada demais: coisa assim como trocar de cueca. E, de preferência, deve ir para o PSB que, como todo capixaba sabe, é o partido do governador. Regionalmente, fará caminho inverso ao do PR nacionalmente.
Há desdobramentos políticos no Brasil que fazem rir. O Ministro da Justiça vai questionar a Polícia Federal sobre se havia motivos para os 36 presos serem algemados. Maldade fazerem isso com pessoas tão boas, que só estavam roubando dinheiro dos nossos impostos!
E a senadora Marta Suplicy - algumas pessoas, maldosamente, a chamam de Marta Suplício - se disse indignada com os meios de comunicação por afirmarem que ela havia fugido do plenário quando descobriu que um dos presos era um seu protegido político. Ela jura que foi ao banheiro porque precisava - inclusive passando por uma área em obras. É maldade da imprensa mesmo. Se ela precisou sair correndo e demorou só pode ser porque a demanda era de fazer cocô. Já pensaram o que seria se uma senadora com aquela pose toda se borrasse no plenário? E a dificuldade, depois, para o serviço de limpeza separar defecador de dejeto? Não pode.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário