No caso das estiagens, deveria haver maiores ações de construção de barragens, de aumento da capacidade de irrigação via poços e outros recursos. Há soluções para isso e os países do chamado Primeiro Mundo já as utilizam. No caso das enchentes, é diferentes. Talvez haja poucos países no mundo onde as obras públicas sejam de tão má qualidade. Talvez não haja outros países no mundo onde os reflexos disso façam-se sentir tão diretamente no bolso do cidadão, sendo que a culpa não é dele. Minas Gerais está em estado de calamidade. O Espírito Santo também (primeira foto). Rio de Janeiro, idem. São Paulo (segunda foto) igualmente enfrenta reflexos duros.
No caso do Rio, uma "barragem" rompeu em Campos e inundou tudo. Uma comunidade teve de ser evacuada. Na verdade, era o aterro de uma estrada que servia como barreira de contenção para o Rio Muriaé. Não se faz isso em lugar algum sério do mundo. Diques são diques e construídos para tal. Pode-se até colocar uma estrada sobre ele mas não se pode fazer com que sirvam para isso. No caso fluminense, engenheiros dizem que a rodovia não teria a menor condição de conter a cheia do Rio Muriaé.
Há cerca de um ano uma tromba d´água acabou com cidades da região serrana do Rio de Janeiro. Alguns prefeitos colocaram no bolso o dinheiro das verbas de emergência destinada à reconstrução. Na China - e não a estou citando como exemplo - eles seria executados com um tiro na nuca e as famílias pagariam as balas. No Espírito Santo, as enchentes atingem sempre os mesmos lugares. Prefeituras promovem obras de emergência e depois os lugares enchem ainda mais. Uma prefeita capixaba, da cidade de Viana, colocou a culpa em São Pedro. Foi ele quem deixou chover dessa forma.Uma "solução" foi encontrada. Em alguns municípios, o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) será liberado para os prejudicados. Ou seja, a conta do prejuízo causado pela incúria pública vai ser repassada ao cidadão. Quando ele se aposentar sacará a merreca que sobrar.
Mas vocês sabem o que leva essas coisas a acontecerem? No Brasil, uns dos maiores investidores das campanhas políticas são as empreiteiras de obras públicas. Elas despejam dinheiro a rodo. Então, depois das eleições, os contratos de obras públicas - e isso sem falar em que muitas licitações não passam de jogos de cartas marcadas - são feitas com todas as brechas possíveis e imagináveis para permitir que os trabalhos tenham qualidade mínima. Ou nenhuma. E também que custem mais do que uma obra elaborada somente com tecnologia de ponta. Quando os problemas começam a aparecer, faz-se remendos. E isso durante cinco anos. Depois, a responsabilidade não é mais do empreiteiro. Ele já embolsou o lucro e está enviando novos cheques para as campanhas políticas dos canalhas, digo melhor, dos políticos amigos.

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