Parece um filme de terror: 60 por cento dos pensionistas e/ou aposentados do Brasil estão endividados. Muitos deles sequer conseguem mais controlar as dívidas. Organismos como os de cobrança judicial atendem à fila de desesperados que tentam fazer acordos de pagamento. Os que fizeram dívidas diretamente descontadas de seus proventos, esses não têm nem a quem recorrer. O chamado "crédito consignado" simplesmente faz o dinheiro desaparecer como num passe de mágica.
Vocês sabem por que aposentados e pensionistas de forma geral estão nessa situação? Porque não fazem greve. Não têm peso político. Nada conseguem contra o anual achatamento de seus vencimentos. Eles não representam a horda dos que votam graças a Bolsa Família e outros "benefícios".
O atual governo, que tenta a perpetuação de seu modelo de poder para uso próprio, utiliza-se da política de valorização do salário mínimo e dos chamados "programas sociais" com interesse meramente eleitoreiro. E como o dinheiro da Previdência não é suficiente para atender a todas as demandas, sobretudo as mais justas, o imenso contingente de pensionistas e aposentados que recebem pouco ou quase nada acima do mínimo sofre. O projeto do governo, a maldade que ele esconde e jamais confessa, é ir achatando os proventos até que todos ganhem o mínimo. Isso, claro, exceto aqueles que detêm poder e estão aquartelados nos três poderes. No topo da pirâmide jurídico-social.
Os discursos que se faz hoje falam principalmente em Bolsa Família. E quem os ouve vê esse instrumento como uma profissão. Nada é pedido como contrapartida a quem recebe, muito menos capacitação profissional, educação formal de descendentes. Nada. Só de enaltece os programas e se pede voto. E voto de miseráveis, qualquer discurso vazio consegue. O PT se mantém no poder assim.
Enquanto nada muda, cresce a fila dos pobres nas agências da Previdência, nas filas de bancos e nas salas de espera de instituições de cobrança judicial. Homens e mulheres que passaram a vida inteira trabalhando agora sofrem penúria dolorosa justamente no final da vida, quando ainda têm que enfrentar os gastos decorrentes de enfermidades crônicas, próprias da idade.
Esse é o Brasil desumano que se tenta vender todos os dias aos incautos como se fosse um modelo de desenvolvimento e justiça social. O Brasil do dinheiro ainda não roubado.
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