
Eu disse "em qualquer lugar do mundo"? Desculpem-me, foi engano.
O Brasil não é o único caso, pois há países onde as coisas são até piores. Mas aqui o dinheiro dos tributos que o cidadão paga - e a cada ano paga mais - mal serve para ser usado em seu benefício. Ele custeia privilégios, compra apoios políticos, infla a máquina pública, se esconde debaixo do tapete, eterniza a pobreza à custa de falsos programas sociais e mantém um sistema de propaganda que tenta vender ao cidadão, sobretudo ao que tem menor grau de informação ou educação formal, a imagem falsa de que ele vive num país onde um "governo de esquerda" trabalha para os trabalhadores.
Esse é o dano do imposto no Brasil. O fato de ele não retornar como benefícios, como melhoria de nível de vida. O fato de que ele serve para pagar suborno, manter 39 ministérios e um mundaréu de amigos, parentes e companheiros dos que chegaram ao poder sobretudo graças à ignorância popular.
"Brasil, Pátria Educadora"? Isso é brincadeira.
Os direitos dos trabalhadores jamais serão tocados? Isso é mentira.
O governo eleito em fins do ano passado é hoje o inverso de tudo o que prometeu ao longo da campanha política. E durante toda essa campanha isso foi dito incontáveis vezes e de todas as formas. Mas como convencer quem recebe dinheiro público na formas de bolsas de diversos matizes e acha que o País protege a todos dessa forma, sem as contrapartidas do trabalho e da qualificação?
Os 39 ministérios serão a cada dia mais inflados. Será preciso proteger o governo do fantasma do impeachment. Esconder o mar de corrupção que tem na Petrobras seu maior exemplo. Será preciso fazer como ontem: falar em reuniões ministeriais que o Estado brasileiro trabalha para os menos favorecidos e, ao mesmo tempo, contemplar os poderosos com favores. Afinal, um governo envolvido até a medula, direta ou indiretamente, em escândalos, depende de quem se vende. E hoje o butim custa caro.
Que saibamos disso nós, os devedores dessa conta.
Um comentário:
Prezado Álvaro:
Por acaso (será que existe), tive acesso ao seu blog. No momento, em vez de comentários sobre seu texto (não achei outro espaço), lhe digo bem rapidinho:
Sou de Recife / João Pessoa, e moro, aqui, em Teresina, onde tudo referente à divulgação de livros é duro e penoso. Desde adolescente e como docente universitária, sempre escrevi em ritmo compulsivo. Mesmo com doutorado em ciência da informação, me graduei em jornalismo, em 2006. Hoje, aos 66 anos, tenho me dedicado a crônicas. Agora, lancei meu segundo livro IDEIAS EM RETALHOS: SEM RODEIOS NEM ATALHOS, com 90 textos que falam de tudo ou quase tudo.
Pergunto: há algo que possa fazer para me ajudar? Comprar um único exemplar para exposição e eventuais comentários? Ganhar um livro – me mande seu endereço. Enfim, qualquer ajuda me serve e muito! Maria das Graças Targino
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