A crise envolvendo os quase dois milhões de contribuintes da Previdência Social que não conseguem nenhum tipo de atendimento em todos os postos da instituição no Brasil mostra de maneira clara, inequívoca e dramática como o atual governo federal é incompetente. Não apenas isso: é insensível e voltado apenas e tão somente a interesses corporativos localizados, além das crenças políticas retrógradas e de viés nazi-fascista do presidente da República.
Nada pode justificar o fato de os brasileiros verem pela TV a imagem de um homem idoso amparado por duas mulheres que lhe oferecem uma garrafa de água mineral, chorando copiosamente porque não consegue fazer "prova de vida". No desespero, sofrendo pelo desamparo cruel das autoridades de seu País, pode acabar morrendo naquela fila. Talvez seja esse mesmo o seu destino.
Desde que tomou posse em janeiro do ano passado o atual presidente Jair Bolsonaro tem como objetivo básico de seu mandado desconstruir. Totalmente perdido em meio a demonstrações de sua incapacidade de entender como funciona um estado democrático e de direito, ataca jornalistas todos os dias, faz sinais de armas com as mãos como um débil mental qualquer e reforça em todos a agora quase certeza de que nem ele nem seus ministros sabem onde estão e para onde vão.
E é um ministério e tanto! O ministro da Educação não sabe escrever. O do Meio Ambiente foi condenado em processo transitado em julgado por crime ambiental. Há certa ministra capaz de jurar que meninos vestem azul e meninas, rosa. O das Relações Exteriores consegue não ser respeitado nem ao menos por seus pares do Itamarati. E o da Economia defende descaradamente interesses corporativos os mais diversos, inclusive e principalmente dos organismos nacionais que representam o ensino privado e que são capitaneados por sua irmã. Graças a isso o outro, aquele que não sabe escrever, encontra tempo para ver "viés de esquerda" e plantações de maconha em todas as universidades públicas e institutos federais de educação que deseja destruir para agradar ao patrão.
Em meio a esse caos, de que maneira o indivíduo que depende da estrutura da Previdência espera ser atendido? Não é da bancada evangélica, da bala ou ruralista. Não representa grandes corporações comerciais ou industriais. Não se sente obrigado a comparecer diariamente à saída do Palácio da Alvorada para bater palmas ensaiadas ao presidente. Como esperar qualquer coisa?
O contribuinte da Previdência vive a angústia atual porque não é nada. Rigorosamente coisa alguma para o atual governo. Não está no seu horizonte de prioridades, mesmo minimamente. Aquele filmado chorando por não poder provar que está vivo faria um favor imenso se morresse na fila ou fora dela, pois para o governo tanto faz. Pode parecer duro dizer isso mas é a mais pura verdade.
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