9 de abril de 2024

Musk, os outros e os tempos estranhos


De repente, como que surgido do nada, um megaempresário sul-africano naturalizado norte-americano, Elon Musk, se volta contra o Brasil (foto). Mais precisamente contra o Poder Judiciário brasileiro, dizendo com todas as letras que não vai mais respeitar as normas legais de nosso pais. Como se este fosse um apêndice de suas empresas. E isso me remete a um fato passado, quando um ex-presidente, montado num palanque da Avenida Paulista disse também com todas as letras que não iria mais respeitar as normas do Supremo Tribunal Federal. Ambos ameaçaram e ficaram por aí mesmo. Os dois, sobretudo o segundo, sente um medo grande de dar um passo à frente e terminar na prisão.  

O bilionário joga um jogo de alto risco ao comando de uma rede social que se chamava "Twitter", agora virou "X" e que perdeu mais de 70 por cento de seu valor de mercado desde a compra. Ninguém sabe ao certo o que ele pretende com seu negócio. E nem porque escolheu o Brasil como inimigo preferencial. Mas sabemos todos que ele tem contra si o Poder Judiciário, o Poder Executivo e parte do Poder Legislativo brasileiros, todos dispostos a enfrentar a arrogância desse cavaleiro da triste figura. Ele certamente pode estar enfrentando um inimigo superior à sua capacidade de combate e ainda não percebeu isso.

O lamentável é que o ataque desse tal Musk atinge em cheio a soberania nacional, pois ele desafia nosso país no que tem de mais caro: a inviolabilidade da Constituição. Nenhum Estado do mundo aceita ser atacado dessa forma sem uma reação pronta e legal. Mas causa espanto, embora não seja surpresa, que parte do Congresso Nacional, sobretudo e principalmente sua extrema direita não se insurja contra a aberração. Ao contrário, a apoia como se isso se tratasse de fato banal, corriqueiro e possível de ser trazido para o tanque de lavar roupa suja da política brasileira e ao abrigo da inépcia e do adesismo do presidente da Câmara, Arthur Lyra.

As postagens que foram retiradas do ar no "X" referiam-se a comentários mentirosos e divulgadores de mensagens falsas produzidos pela extrema direita do Brasil e que tinham por objetivo difundir o ódio entre brasileiros. Existe uma central de difusão de mentiras entre nós, gestada durante o período da última presidência e que continua em atividade enfrentando as normas legais apesar dos esforços das cortes judiciais superiores de agirem rigorosamente dentro do que pregam as leis. E isso persiste graças ao medo e ao adesismo de ocasião de pessoas como o presidente da Câmara, que age pensando unicamente na defesa de seus interesses privados e corporativos.          

Não mais, não será assim. O Brasil haverá de reagir contra isso.  

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