4 de junho de 2025

Operação Brother Sam 2


1964 era tempo duro de guerra fria quando os Estados Unidos enviaram um grupo de navios de guerra à costa brasileira para garantir que o golpe militar de 1964 tivesse sucesso. Isso foi garantido pelo presidente Lyndon Johnson, sucessor de John Kennedy na presidência dos EUA. O ponta aviões Forrestal (foto) comandava a flotilha que prometia intervir em solo brasileiro caso o presidente João Goulart não fosse deposto. A tentativa de intervenção se chamava "Operação Brother Sam" e era a cara do intervencionismo dos Estados Unidos de então. O tempo passou, a guerra fria parecia morta por inanição, mas eis que hoje esses tempos parecem querer voltar graças a um presidente histriônico norte-americano e uma dúzia de criminosos golpistas brasileiros instalados em terras de Tio Sam.

Na época, em 64, o embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Lincoln Gordon, conspirava abertamente entre militares golpistas. Era do Partido Democrata e embora tivesse sido um dos artífices da queda de um presidente constitucionalmente eleito, insistiu durante anos jurando que o golpe havia sido "100 por cento brasileiro". Os tempos o desmentiram e hoje se sabe que além do Brasil os Estados Unidos intervieram em outros países sul-americanos como o Chile onde o presidente Salvador Allende, que se recusou a entregar o governo aos golpistas morreu defendendo o Palácio de La Moneda atacado pelo Exército e pela Força Aérea de seu país na traição que tinha à frente o criminoso Augusto Pinochet, um general no qual o presidente assassinado chegou a acreditar. Quanta inocência!

Enquanto desqualificados como Eduardo Bolsonaro e agora Carla Zambelli fogem para o exterior e tentam acirrar os ânimos dos Estados Unidos contra o Brasil com ações que buscam claramente atacar o Supremo Tribunal Federal, já há nos EUA algumas autoridades legislativas e executivas que falam no "direito" de seu país usar o arquipélago de Fernando de Noronha e a base aérea de Natal como bases de aviões norte-americanos porque aquele país investiu na região durante a Segunda Guerra Mundial. Mesmo isso ainda não estando confirmado, é perigoso. É o mesmo discurso de "segurança nacional" que Donald Trump usa para o Canal do Panamá, por exemplo, além do Canadá e da Groenlândia. E isso tudo é gravíssimo nos dias de hoje, quando focos de guerras se espalham pelo mundo.

Sabemos que os tempos são instáveis e que por trás das atuais medidas protecionistas dos Estados Unidos está escondido o medo que esse país sente de a China roubar-lhe o posto de primeira potência econômica e militar mundial, coisa que, asseguram os especialistas, vai acontecer em breve. O risco é o mundo conviver com a existência na Casa Branca de um indivíduo de caraterísticas sociopatas, que age por instinto e que pode, sim, ser influenciado pelos criminosos de extrema direita que estamos exportando hoje e que traem seu país abertamente em nome de uma ideologia de ódio e desprezo pelas instituições.

O Brasil não pode ser base área dos Estados Unidos.

Nossa Suprema Corte tem que ser respeitada.

O mundo não vai  sobreviver a uma Terceira Guerra Mundial.          

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