Esse livro cuja capa está aí ao lado, Nova História Crítica, do historiador (sic!) Mário Schimidt, tem sofrido intenso torpedeamento nas últimas semanas. Sobretudo e principalmente porque, segundo praticamente todos os comentários, ele tem um "viés ideológico de esquerda". Há um erro crasso nessas considerações: quem critica uma obra, seja ela qual for, por seu viés político, utiliza para tanto um outro viés, este antagônico. Trata-se de um vício de origem que tira a credibilidade da crítica.
Certo seria dizer o óbvio: o livro do sr. Schimidt não deveria estar sendo utilizado nas salas de aulas, não porque é de esquerda, mas sim porque é bisonho. Contém erros de língua portuguesa, imprecisões histórias e comentários que chegam quase às raias do absurdo, além de outros desatinos mais. Trata-se de alguma coisa que jamais deveria cair nas mãos - e nos olhos - dos estudantes. Por sua baixa qualidade e não por seu "viés". Afinal, livros de história, todos eles, têm alguma dimensão ideológica.
O Brasil possui, tanto à direita quanto à esquerda de seu espectro intelectual, inúmeros pensadores capazes de produzir obras de qualidade. O MEC deveria tomar cuidado com o que envia aos nossos estudantes.