O taser (veja a imagem acima, do modelo a que me refiro e que é usado pela segurança do Senado) é uma arma considerada "não letal" e que imobiliza uma pessoa mediante grande choque elétrico. Mas mata, sim. E está sendo usada por membros do serviço de segurança do Parlamento Federal Brasileiro de forma perigosa e ilegal, como ficou claro no último dia 12 de setembro, quando o senador Renan Calheiros teve seu mandato salvo por seus pares. O dia do suicídio do Senado Federal.
Muitas pessoas já morreram por causa desse modelo do taser. Sobretudo gente de saúde frágil, portadores de problemas cardíacos, de marca-passo ou detidos que se encontravam ébrios, mas mesmo assim foram imobilizados com o uso do artefato. Comenta-se que o número de mortos pelo uso desse taser no mundo todo já ultrapasse as 300 pessoas. O representante do fabricante, inclusive, tem um site no Brasil. Recentemente, houve uma reação do Parlamento Francês à adoção do recurso. Leia esse texto relativo ao fato, parte da argumentação dos parlamentares:
Uma pistola de electrochoques paralisantes deixa menos vestígios do que um cassetete, provoca sofrimentos agudos e será susceptível de ser utilizado para intimidar, humilhar ou fazer falar suspeitos, detidos, prisioneiros ou simples cidadãos. Nestas condições, esta pistola parece uma arma de tortura no sentido da Convenção das Nações Unidas contra a tortura, de 1984. A França, tendo ratificado este instrumento em 1986, está na obrigação de prevenir todo acto de tortura que poderia ser cometido sobre o seu solo. Ao dotar forças policiais, em constante contacto com a população, de pistolas de electrochoques paralisantes, nossas autoridades tornam-se culpáveis de falta de vigilância e expõem a população francesa a sofrimentos extremos e injustificados.
É preciso refletir. O Senado da República não pode permitir que seus homens de segurança tenham consigo algo tão perigoso. Uma arma de tortura.
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