Quem sangra?
O presidente do Senado, Renan Calheiros, absolvido por seus pares depois de quase quatro meses de mais um escândalo de grandes proporções registrado em âmbito federal? O Senado, instituição perto de se tornar bicentenária e que deveria zelar pela ética político-partidária brasileira? O Governo Lula, sempre envolto nesses fatos escabrosos e cujo membro maior, o Presidente da República, insiste em dizer que nunca sabe de nada (alguém acredita nisso, em sã consciência)? Ou sangramos nós, o pobre povo brasileiro, que no dia 12 de setembro assistiu a mais um triste capítulo da decaída vida nacional?
De que valem os sucessos econômicos se o custo que pagamos é esse?
Até mesmo um taser, arma chamada "não letal" foi deixada cair ao chão por um segurança do Senado num entrevero com deputados federais. Essa arma "não letal" é de uso exclusivo de forças policiais e pode matar, sim, por exemplo, um portador de marca-passo cardíaco. Mas estava nas mãos de um segurança particular do Senado.
Todos nós sangramos, gente. Menos esse sorridente indivíduo aí de cima, na foto de Uéslei Marcelino/Folha Imagem, que se preparava para ir para casa comemorar a impunidade. A impunidade é a nossa mais bem cultivada marca nacional. Guardemos essa data: 12 de setembro de 2007. O dia em que o Senado cometeu suicídio.
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