3 de julho de 2009

O negócio da saúde


Vou falar sobre um assunto que não quer calar: a saúde virou um grande negócio no Brasil. E onde algo vira negócio um grande negócio, passa a visar lucro. E se passa a visar lucro, quem não tem como pagar a conta acaba morrendo de inanição.
O presidente Lula - estaria ele viajando hoje e agora? - costuma falar de improviso. São milhares e milhares de metáforas, a maior sobre futebol, a quase totalidade de baixo nível (mas é o nível dele, fazer o que?). Nunca o ouvi falando sobre projetos de governo, decisões políticas de grande escopo, visando a dar aos brasileiros um atendimento de saúde minimamente aceitável. Vez ou outra, determina algum vintém para o setor. Seu ministro da pasta está preocupado com a dengue e a gripe suína. E pensa, quem sabe, que o assunto saúde nasce e morre nesses dois pontos. O primeiro dos quais seria fácil de ser resolvido caso o Brasil tivesse, também, uma política nacional de saneamento básico sério.
Tenho um caso de doença na família. Foi preciso uma ordem judicial para que o plano que essa pessoa paga fosse obrigado a liberar um medicamento de alto custo. Dá prejuízo fazer isso sem ser à força. E saúde, repito, é um grande negócio.
Os hospitais públicos são pardieiros. Os médicos trabalham pouco porque ganham pouco nessa atividade, o que é economicamente compreensível, mas eticamente inadmissível. Não há equipamentos de ponta e pessoas morrem diariamente nas filas dos ambulatórios e setores de emergência. Por onde Lula nunca passa. Até porque está sempre viajando.
Aliás, ele quer ser substituído pela ministra Dilma Roussef. Que bom. A ministra tem a mesma doença do meu parente, mas se trata no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo. Lá só têm atendimento os que podem pagar ou detêm poder, como é o caso do vice-presidente José de Alencar, um doente terminal. E esse tipo de tratamento geralmente correm à custa de dinheiro público. Da velha e conhecida "viúva", mesmo quando a autoridade alega que seu plano de saúde é coberto com recursos próprios. Afinal, trata-se de dinheiro público.
Vamos lembrar a ela, à ministra, que a saúde está em estado terminal. E perguntar também que projetos ela tem para o setor. Se coloca as promessas no papel, assina e reconhece firma. Afinal, ela e os demais candidatos vão precisar do aval daqueles que morrem nas filas.
Dos que não morrerem as eleições, claro!

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