Os jornais de Vitória noticiaram em 22/11/2011 que há um impasse na votação do orçamento de 2012 no Espírito Santo. Seis dos 30 deputados estaduais, não satisfeitos por poderem dispor de R$ 1 milhão cada um em "emendas parlamentares", querem ultrapassar o teto. Theodorico Ferraço, Luciano Pereira e Rodney Miranda, do DEM, Marcelo Santos, do PMDB, José Esmeraldo, do PR e Luciano Rezende (foto), do PPS, não se conformam com "pouco".
O que são emendas parlamentares? São dinheiro público, meu, seu, de todos nós, que esses senhores usam a seu bel prazer. Para o calçamento de uma rua onde fica a casa do amigo, para a ONG que vai esconder dinheiro a ser sacado depois. Para a igreja, geralmente evangélica, onde fica seu curral eleitoral teológico. Para o campinho de futebol superfaturado da associação do bairro, etc. Trata-se da prostituição do dinheiro público travestida de serviços ao cidadão. Mas ao cidadão que vota especificamente naquele parlamentar.
Esse é um dos desvios da política brasileira. Uma de suas anomalias. De seus cânceres.
Dessa lista de seis, cinco não surpreendem. Quem causa espécie é o sexto deles, Luciano Rezende, do PPS. Membro de um partido oriundo do antigo PCB, ex-atleta, com discurso moralista, de defesa da Lei da Ficha Limpa, começou seu mandato apoiando intrasigentemente um prefeito com processos na Justiça e claros indícios de má gestão. Quer se tornar candidato a prefeito como "reserva" do ex-governador Paulo Hartung, e agora deriva para a farra com o dinheiro público nas "emendas parlamentares". Dizer que se trata de garantir a quarta ponte, a melhoria da saúde e o combate ao crack não exclui o lado eleitoreiro de sua gastança.
Queres conhecer o homem? Basta dar-lhe o poder. O que é a natureza humana!
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