Assisti faz dois dias a uma nervosa conversa entre dois evangélicos num supermercado. Eles protestavam entre si contra uma coluna da jornalista Ruth de Souza, publicada em Época, e na qual ela falava, dentre outras coisas, que não gosta de evangélicos. Os dois usaram várias vezes o termo retaliar.
Também não gosto dos evangélicos. Mas não porque eles pensam diferente de mim, ateu que sou, mas porque desprezam a opinião alheia e têm como meta chegar ao poder no Brasil para, com isso, moldar o País aos seus dogmas, independente de continuarem ou não a ser minoria. E sem ouvir opiniões contrárias. Não é por outro motivo que existe uma "bancada evangélica" no Congresso Nacional e esse grupo defende as bandeiras do pensamento evangélico sem se importar minimamente com a opinião pública.
Os evangélicos combatem de todas as formas os gays e os avanços de suas conquistas de cidadania. E eles pagam impostos como todos os demais brasileiros. Da mesma forma, desenvolvem uma luta sem quartel para que não passe pelo Congresso Nacional e não se torne lei texto algum que reconheça na mulher o direito de interromper a gravidez. Esse são só dois exemplos.
Aliás, o Brasil reconhece apenas três situações nas quais a gravidez pode ser interrompida: gestação de feto anencéfalo, concepção por estupro e risco de vida comprovado para a mulher caso ela leve a gravidez a termo. Tudo o mais é considerado crime. E na maior parte dos casos é mesmo. Pois os evangélicos não admitem nem ao menos essas três hipóteses. E fazem de tudo para torpedear qualquer iniciativa pró. Aprendi ao longo da vida a não desejar ao próximo o que não desejo a mim. Mas gostaria de ver algumas pessoas como as que dirigem as principais correntes evangélicas do Brasil recebendo de um médico a notícia de que sua mulher espera uma criança sem cérebro. Só um exemplo. Talvez essa pessoa dissesse: "Problema algum, também nasci assim!"
Aliás, existem centenas de correntes evangélicas espalhadas pelo Brasil. Seus dirigentes descobriram a mina de ouro que é governar as opiniões e os medos das pessoas, sobretudo e principalmente as de pouca cultura, e reinam sobre elas como nababos. Vendem perdão celestial, milagres e tudo o mais. Depois embarcam em seus aviões particulares para suas mansões no exterior. São diferentes uns dos outros sobretudo por questões pecuniárias. Mas estão todos unidas na decisão de crescer até ocupar o Poder Federal no Brasil. Então, adeus Estado laico!
Esse é o grande risco. E por isso também não gosto de evangélicos.
2 comentários:
Eu não suporto, n sou gay e nem atéia, talvez agnóstica...Nunca gostei e com esse agravantes piora mais minha aversão a essas pessoas.
eu n gosto de ser pq toda vez q eu falo para pintar o cabelo eles n permitem nem tatuagem de verdade ou de mentira n pode
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