
Já disse e repito: o poder público é o único responsável por isso tudo. Não se pode permitir construções em encostas como essa de Colatina. E elas existem aos milhares. Obras públicas devem ser feitas sempre com grande qualidade, tanto para durarem quanto para justificarem os investimentos. E o assoreamento dos rios deve ser combatido como uma política de Estado. Fazendo apenas isso o poder público impedirá grande parte das tragédias que acontecem.
Mas ele não age assim. Faz vista grossa para as invasões das encostas pensando nas próximas eleições. Permite o assoreamento dos rios porque combater a prática custa, na maioria das vezes, tocar em interesses de poderosos. E exigir qualidade nas obras públicas vai contrariar grandes empreiteiras que assim ficarão sem como ganhar dinheiro em operações tapa-buraco, quando grande parte do pagamento vai para fundos de campanha ou conta bancária de políticos.
Nossas tragédias se repetem por esses motivos. Todos sabemos disso e ainda não se fez nada efetivo para construir um Brasil que fique a salvo de tragédias assim. Elas acontecerão sempre que a intensidade das chuvas ultrapassar limites aceitáveis e vemos isso hoje na Inglaterra e na França. Mas lá os danos são muito menores em comparação com os nossos. Lá há um compromisso entre aqueles que governam e aqueles que são governados, uns protegendo os outros.
Quero desejar um feliz ano novo a todos. E que em 2014 nós voltemos às ruas para exigir ética, honestidades e responsabilidade àqueles que nos governam. EXIGIR mesmo, com todas as letras maiúsculas. Que os baderneiros fiquem em casa sem nos atrapalhar, por favor. Vamos voltar às ruas sim, minha gente. E de preferência durante a Copa do Mundo.