Nós, brasileiros, já sobrevivemos a muitas tragédias. A morte de Eduardo Campos destrói uma família linda, movimenta fora de hora o tabuleiro sucessório presidencial brasileiro, lança nuvens cinzas sobre o que vem pela frente e coloca no colo de Marina Silva o momento mais crítico de sua vida. Numa situação que, aposto qualquer coisa, ela teria feito de tudo para fugir, para interferir, se possível fosse. Nos dias que se seguiram à tragédia do final da manhã de quarta-feira em Santos, nos seus raros pronunciamentos, ela quase foi às lágrimas. A dignidade a conteve.
Marina sabe que tem uma opção. E que vai exercê-la. Sabe que se tornou o fiel da balança no jogo no qual ainda não se pode prever a próxima jogada e todos esperam pela reação das pesquisas. O olhar arguto de Marina está preocupado. Tomara seu lado messiânico ceda ao outro, inteligente e ético, e que habita o mundo político brasileiro em busca do aumento do espaço da dignidade.
Esse domingo mostrou ao Brasil novamente a serenidade triste de Marina ao lado da família Campos. Em momento algum ela desceu do pedestal onde estava e nem tentou galgar os de outrem. Seu silêncio se encerrará no curso dessa semana, pois a definição do quadro político se faz urgente. E de Norte a Sul do Brasil espera-se pelo novo quadro. Quem diria: será a fala da nova candidata, e a de mais ninguém, que o Brasil estará esperando. O Horário Político Gratuito baterá recordes de audiência. Os exércitos de entrevistadores montarão os próximos quadros de pesquisas eleitorais. O que vem por aí? Quem arrisca um palpite? Os olhares dos eleitores mais comprometidos com o Brasil estarão em busca de tudo, menos do choro calhorda de Lula.
Sim, Eduardo Campos disse que não podemos renunciar ao Brasil. Não nos esqueçamos disso.
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