Numa situação em que os partidos da chamada esquerda vivem uma oposição fragilizada no atual espectro político brasileiro, o governo do presidente Bolsonaro, por intermédio de seu chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, encontrou mais um inimigo a ser combatido pelo "novo Brasil": a Igreja Católica e suas posições populares.
A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e comandos militares acham que uma ala "da esquerda" do catolicismo vai combater o governo através de uma das suas agendas mais caras: a Amazônia. Mais particularmente através do Sínodo sobre a Amazônia que reunirá em Roma, em outubro, bispos de todo o Continente juntamente com o Papa Francisco. Assuntos como povos indígenas, mudanças climáticas provocadas por desmatamento, quilombolas e outros provocam urticária em áreas governamentais por serem "agendas da esquerda". Augusto Heleno disparou: "Estamos preocupados e queremos neutralizar isso aí". Como? Com bombardeios?
De toda a preocupação governamental um item procede: a questão da Amazônia Legal e a presença estrangeira lá, sobretudo via ONGs que visam principalmente a região da "Cabeça do Cachorro" onde há riquezas abundantes como, por exemplo, o nióbio. Isso tudo é fonte da cobiça internacional e precisa ser preservado. No caso do nióbio, temos quase toda a reserva mundial do mineral estratégico. Mas o Brasil quer mesmo sua preservação como riqueza nossa? Ou essa aproximação exagerada com os Estados Unidos de Donald Trump esconde algum interesse escuso? Uma subserviência?
O atual governo tem uma visão destruidora sobre a Amazônia. Igualmente sobre florestas. Para os atuais detentores do poder, bois e soja são mais importantes do que áreas florestais intocadas. Toda a legislação ambiental é inimiga dos atuais próceres de Bolsonaro. Desde as figuras militares como Augusto Heleno até quem vê Jesus no pé de goiaba. Mas jamais um Jesus Católico.
Alguém pode me dizer: o que, Álvaro, um livre pensador está fazendo ao escrever texto que defende determinada corrente religiosa da sanha do governo Bolsonaro. É que esse governo não sobrevive sem inimigos. Ele necessita deles. Precisa fabricar um a cada dia, semana, mês ou ano. Alimenta-se do ódio a tudo o que imagina ser oposição a seus interesses e crenças.
Na mente dos retrógrados desse governo que o Brasil elegeu num momento de ódio exacerbado ao PT e falta de outras alternativas, democracia só existe sem oposição. Sem contestação. Democracia é escola sem participação de enfrentamento crítico e partido que não pode deixar de apoiar.
Já no caso da religião, ela também é núcleo partidário. Claro, menos aquelas que visam unicamente tomar dinheiro dos incautos para enriquecer seus bispos e outros "eleitos".
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