Socorri-me a velhos amigos evangélicos para invadir um pouco o pensamento no tema esquisito, mas muito fácil de ser explicado: essa corrente que viceja atualmente entre as seitas claramente oportunistas prega um falso evangelho da violência, com uma teologia nascida daquela da Prosperidade e que tem como projeto básico tomar o poder. As seitas neopentecostais, cujos principais proprietários são Edir Macedo, RR Soares, Valdomiro Santiago, Silas Malafaia e alguns outros são acumuladoras de riquezas em nome de seus donos. Constroem templos faraônicos e chamam as pessoas para usufruírem de seus milagres. Mas tudo isso tem um preço, claro, e algumas dessas "confissões" são claramente políticas. Por isso elas dão seu apoio ao atual presidente da Republica, abrem as portas das "igrejas" à pregação que ele faz junto com sua mulher e entorno e, em troca disso, obtêm o silêncio conivente das autoridades. O mundo inteiro sabe, por exemplo, que Edir Macedo tira rios de dinheiro do Brasil quase diariamente e leva para os Estados Unidos onde vive vida de nababo num apartamento de alto luxo. Para facilitar, ele e seus iguais possuem passaportes diplomáticos dados pelo Estado brasileiro...
Não há, no modelo de meus artigos como ir mais adiante. Mas é preciso deixar claro que correntes evangélicas tradicionais, as que interpretam o evangelho como sendo mensagem de amor e não de ódio evitam defender armas, não pregam a eliminação das minorias, leem os textos sagrados como mensagem de união entre todos e buscam proteger suas igrejas da pregação política barata.
Agora mesmo começa a haver reações. O ex-ministro da Ciência e Tecnologia, junto com mais alguns "correligionários" foi vaiado em um templo. Em outras manifestações, fieis se insurgiram contra o uso de suas instituições religiosas como locais de proselitismo político, sobretudo em nome do presidente da República. A mulher deste, aquela do cheque de R$ 89 mil, só fala entre os que sabidamente emprestam o nome de suas "igrejas" às pregações de tentativa de ocupação de espaços de poder. São poucos no universo total do protestantismo, mas suficientes para montar imensa bancada no Congresso.
Esse tipo de reação tende a aumentar. Acredito que a tendência para a "Teologia do Domínio" seja a de isolamento crescente, mas lento. Não creio - crença minha, pessoal - que os falsos profetas da fé tenham futuro num Brasil mais aberto ao diálogo democrático. Oxalá eu esteja certo.
Um comentário:
Você tem razão! É preciso separar o joio do trigo.
“ … é preciso deixar claro que correntes evangélicas tradicionais, as que interpretam o evangelho como sendo mensagem de amor e não de ódio evitam defender armas, não pregam a eliminação das minorias, leem os textos sagrados como mensagem de união entre todos e buscam proteger suas igrejas da pregação política barata”.
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