Certo, errado, justo, injusto, não importa mais. Quase 59 milhões de brasileiros disseram domingo, 29 de outubro de 2006, que Luiz Inácio Lula da Silva vai ser presidente do Brasil, pela segunda vez consecutiva, de 1º de janeiro de 2007 a 31 de dezembro de 2010. Agora resta a ele, o presidente, decidir por que porta deseja entrar para a história passado esse período que tem início e fim marcados. Pelo menos pelo calendário oficial.
Ele pode entrar para a história como o primeiro presidente oriundo da classe operária que fez mais pelo Brasil do que todos os demais, ou então como alguém que chegou à presidência como esperança e saiu tal qual um Collor de Mello.
Um artigo de Frei Leonardo Boff, "A derrota da Casa-Grande", publicado hoje (30/10) em alguns jornais brasileiros, diz que a Senzala derrotou a Casa-Grande, numa alusão à obra magistral de Gilberto Freyre. E assegura, com a propriedade de quem conviveu com o presidente, que Lula é um homem extremamente inteligente. Capaz. E ignorantes são aqueles que o julgam ignorante. Pode ser.
Mas Lula faz parte de um partido político que ainda não encontrou seu lugar na sociedade democrática. Comporta-se às vezes como se estivesse sob ditadura militar. E embora abrigue gente da melhor qualidade, também é porto para uma série de desqualificados. O que vem fazendo a diferença ao longo dos anos.
Não existem "aloprados" na política. Existem honestos e criminosos. Não existem "erros", conforme conceituado pelo presidente Existem atos lícitos e crimes.
Saber a fronteira entre esses dois mundos é necessário ao Governo. Até agora ele teimou em desconhcer sequer a existência do limite.
Vivemos em um regime presidencialista. Quem decide é o presidente. Assim sendo, caberá a esse homem inteligente decidir, ele mesmo e talvez com poucos o influenciando, de que forma entrará para a história. Se pela porta da frente, reverenciado, dentro de quatro anos, ou pela porta dos fundos, até mesmo antes disso e como já aconteceu no Brasil recente.
As cartas estão na mesa. É pegar e jogar o jogo.
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