Vira e volta, e pelos mais variados motivos, entra em pauta a questão dos massacres nazistas cometidos contra civis na II Guerra Mundial e que a comunidade judaica internacional cunhou como sendo o "Holocausto". E também, vira e volta, surge alguém como o presidente do Irã, Mahmud Amadinejah, para dizer que o fato jamais existiu.
Há louco para tudo. Até mesmo para tentar negar evidências históricas do tamanho desta.
Mas quero falar de outra coisa. Note o leitor uma particularidade: o "Holocausto" fala apenas e tão somente nos 6 milhões de judeus que morreram na II Guerra Mundial assassinados pelos nazistas. Judeus e mais ninguém. Seria esse o número oficial, final, envolvendo esse povo.
Não é bem assim. O massacre nazista foi "democrático". Embora os judeus tenham sido a grande maioria das vítimas, o maior e mais cruel genocídio conhecido ceifou também vidas de comunistas, negros, homossexuais, ciganos, opositores políticos, deficientes físicos e mentais e outros seres humanos. Todos aqueles que ousavam se opor ao nazifascismo ou então eram considerados seres inferiores pelos ideólogos daquela ideologia (se é que a gente pode usar o termo para classificá-los).
Da forma como o fato hoje é apresentado ao público, parece que os outros mortos são cidadãos de segunda classe. Ou então minoria tão desprezível que não merece ser citada. E não há nada, rigorosamente nada mais cruel do que fazer isso.
Que Israel lembre sempre o horror nazista falando apenas de seus mortos, de seu povo, é compreensível. Mas que o Ocidente, com eco tão forte no Brasil, faça coro a isso, não se concebe. Vamos continuar a lembrar o que aconteceu de 1939 a 1945 para que não se repita nunca mais. Vamos continuar combatendo os neonazistas. Mas, em nome dos mais comezinhos critérios de Justiça, sem jamais nos esquecer de TODOS os que morreram naqueles tristes anos de ódio.
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