O Poder Legislativo brasileiro aplica, todo final de legislatura, um golpe contra o povo de seu País. Funciona assim: durante quatro anos os parlamentares mantêm inalterados os salários e outros penduricalhos que vereadores, deputados (estaduais e federais) e senadores recebem. Ao final da legislatura, corrigem os valores. Mas aí sempre aplicam percentual bem acima da inflação. E o golpe vem dando certo.
O correto seria os reajustes do Poder Legislativo, da mesma forma que os demais reajustes, serem atrelados à inflação e aplicados anualmente como ocorre, por exemplo, em quase toda a iniciativa privada. Mas não. Nos inícios de legislatura o Poder Legislativo passa a ganhar mais do que a iniciativa privada, somados os percentuais aplicados, em número de salários mínimos. Os vencimentos de vereadores, deputados ou senadores são sempre ascendentes a cada correção feita. O céu é o limite para eles.
Na cauda de cometa dessa brincadeira às vezes entra também o Poder Judiciário. Como este sabe que veredadores, deputados e senadores jamais votam contra suas pretensões - um quarto do Congresso responde a processos e o restante tem medo desse "fantasma" -, reajustes acima da inflação são pedidos da mesma forma. E conquistados. Argumentos, há: para corrigir "distorções" é o mais usado.
Agora, a esse banquete de final de ano, soma-se outro: o PSD, partido político criado poucos meses atrás para ser massa de manobra do Executivo, quer 60 cargos no Legislativo de Brasília e outro tanto ainda não definido nos Estados e municípios. Tem o direito constitucional a isso, embora sem ter eleito ninguém mas apenas cooptado parlamentares oportunistas que já têm seu séquito de assessores e demais apaniguados nos mandatos que exercem. Um partido que politicamente não sabe para onde vai, conforme mostra a ilustração, já sabe o que fazer e vai botar no bolso dinheiro público. Muito, de preferência.
Nenhum comentário:
Postar um comentário