Soa miseravelmente cruel escrever isso: o brasileiro não pode pagar por sua saúde e a culpa não é só de Lula. É de uma enorme gama de pessoas, na maioria políticos, que vivem de favores públicos, enriquecem à custa do Estado, distribuem dinheiro também a seus apaniguados e mantêm uma estrutura corporativa que torna os direitos constitucionais dos cidadãos meras miragens no deserto.
Quantos milhões de cargos comissionados existem no Brasil? Quantos milhões de apaniguados inflaram a estrutura pública brasileira nos últimos anos? Quantos bilhões de reais são drenados a cada ano para o ralo da roubalheira nas obras públicas capitaneadas por quadrilhas de grandes empresas que superfaturam obras, dividem licitações entre si e pagam comissões a corruptos para manter seus feudos empresariais.
A Rodosol é só um exemplo. Mas ela existe porque o contrato que a mantém foi feito a caráter para permitir o assalto aos cofres públicos, e a exploração de um serviço mantido por décadas a tarifas irreais e assaltando o bolso do cidadão. Praticamente a totalidade dos contratos públicos de obras ou gestão são feitos para beneficiar empreiteiros e permitir ações judiciais capazes de eternizar lucros, gerar riquezas imorais e assaltar o dinheiro dos impostos que deveria ser usado, dentre outras coisas, para que a senhora citada por mim pudesse encontrar o remédio de que precisa. Se ela morrer por falta dele, nada vai acontecer à Rodosol, à Petrobrás ou a qualquer consócio de empresas que vivem à custa do dinheiro público. Do meu, do seu, do nosso dinheiro.
Amanhã o serviço de entrega de remédios da Igreja Santa Rita de Cássia vai abrir de novo às 08 horas. Uns levarão o que precisam, outros não. E eles não terão, coitados, a capacidade de entender porque isso acontece. Não entenderão que Lula é só uma engrenagem do sistema.
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