1 de abril de 2015

Nunca antes na história desse País

O garçon do restaurante onde eu como de vez em quando, um self-service, sentou-se para conversar. A mãe dele, que mora na periferia da cidade da Serra, região da Grande Vitória, parou a obra que faziam na casa. O dinheiro não dá mais. Agora, fica tudo no tijolo. Quando for possível, continua.
Esse mesmo rapaz tem amigos vizinhos em situação parecida. Um está desempregado, pois trabalhava numa padaria que reduziu o número de funcionários. Outro está trocando o aluguel da casinha onde morava pelo de uma bem menor. Coisa de 30 metros quadrados.
Há também, citado por ele, o caso do que está roubando. Até agora deu a "sorte" de não ser preso. E a menina amiga de infância que "se perdeu" com o namorado, anda cobrando R$ 30,00 por programa. Não dá para fazer por menos. Todos rigorosamente, diminuíram à metade a quantidade e qualidade de coisas que botam nos carrinhos de compras. Os que têm emprego com carteira assinada esperam trêmulos pelo final do mês para terem a certeza de que a demissão não vem. Já os outros, desempregados faz bons meses, mendigam emprego. Salário mínimo basta.
- Sabe aquela velha que todo dia está pedindo esmola na frente da agência do Banestes? Ela mora por lá. Não consegue sobreviver com Bolsa Família, pois há mais bocas famintas em casa - diz ele.
O que o leitor acha que há em comum entre essas pessoas? Vou dizer: elas votaram em Dilma Rousseff. Acreditaram piamente nas promessas de campanha da candidata dos pobres, da chefe do governo "de esquerda". Da sucessora de Lula o ex-operário aposentado por ter perdido um dedo e que se elegeu presidente prometendo fazer do Brasil outro país. Fez. Aqui, hoje, um grande número de pessoas são presas todos os dias por roubo. O total talvez nunca possa ser calculado.
Nunca antes na história desse País houve algo parecido.
Mas, aconteça o que acontecer, os grandes ladrões um dia vão sair da cadeia para viver muito melhor do que o garçon que usou meu tempo até ser chamado por outro freguês. Foi cumprir sua faina diária. Como o restaurante é só de almoço, ele deve agora estar no ônibus indo para casa e contando o dinheiro das passagens de todos os dias. Tem um irmão altista que não é aposentado.
Ele é um dos milhões de brasileiros vítimas do maior crime de estelionato político de nossa história. Mas Dilma Rousseff reagiu: o novo chefe da Comunicação Social da "Pátria Educadora" tem quase R$ 190 milhões para propaganda oficial a ser distribuída pela maior quantidade possível de nossas empresas de Comunicação. É ela diz que a liberdade de imprensa é um de seus lemas. Você crê?
O moço que está indo para casa, não. E eu também não acredito que essa dinheirama compre muitos silêncios. Mas certamente vai comprar alguns. Isso sempre acontece.  

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