Foi no início dos anos 1990 que a Rede Gazeta resolveu fazer uma atualização de seus editores, sobretudo os do jornal. A empresa contratada, a mineira Fundação Dom Cabral, levou todos os jornalistas para um hotel de Nova Almeida onde se hospedaram e houve uma rodada de palestras num final de semana inteiro. Os assuntos eram variados, mas um dos orientadores havia retornado da China e vaticinou: "Esse país ainda vai revolucionar o mundo todo no campo econômico. Não adianta mais os Estados Unidos se precaverem".
Faz quase 45 anos e nunca me esqueci daquele vaticínio.
Ontem foi anunciado que os chineses tiveram um superávit comercial de 990 bilhões de dólares nos últimos 12 meses. Não foi faturamento, foi uma diferença a favor da entrada de capitais como nunca antes aconteceu no mundo. Hoje a China comanda os negócios no planeta, e negócios sempre foram a razão da existência dos Estados Unidos. Os asiáticos formam muito mais engenheiros e cientistas de diversas áreas que os norte-americanos. Sua indústria de ponta fabrica de tudo e vende em massa até para os Estados Unidos. De carros a chips e pequenas coisas. As forças armadas chinesas crescem a olhos vistos e o país da Ásia não se envolve em guerras enquanto o "xerife do mundo" gasta trilhões nelas. Eis a grande diferença entre os dois!
Segunda-feira um presidente fanfarrão eleito pelos norte-americanos se sentará na Casa Branca. Ele ameaça alterar tarifas de importação de todo mundo. Quer o Canal do Panamá, a Groenlândia e o Canadá, este como um novo estado dos EUA. Ao menos isso é o que diz. Tudo jogo de cena. "Mise en scene", como falariam os franceses. O que tira o sono dele é a República Popular da China e eu presidente Xi Jinping. Trump o conhece, sabe que não tem como derrotá-lo, sempre se mostrou desconfortável quando o encontrou (veja na foto) e vai jogar o jogo de sempre, sem sucesso: tensionar e mentir o tempo todo. Essa receita da extrema direita é usada lá como aqui. Não tem diferença. É a arma da falta de argumentos.
Vamos aguardar chegada de Trump ao poder junto com sua "entourage" de reacionários dos mais diversos tipos, alguns dos quais já estão sendo sabatinados pelo Congresso republicano dos EUA. Muitos por aqui sentem medo do fanfarrão e sua trupe. Bobagem. No médio prazo ele tende a fazer muito mais mal do que bem à economia do seu país. Sou capaz de apostar.
Aguardemos!
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