30 de setembro de 2025

Acordo de rendição

- Juro que vou fazer desse país uma democracia e quem for contra eu prendo e arrebento!

Essa foi a promessa de palanque do ditador João Batista de Oliveira Figueiredo às vésperas de tomar posse para o último mandato presidencial da ditadura de 1964. Cumpriu a promessa de devolver o Brasil à normalidade democrática, mas esperneando muito. Afinal, tinha sido parte dos governos anteriores ocupando cargos importantes de ex-ditadores, em quase todos os casos ligados ao que se chamava então de comunidade de segurança. Fez escola, tanto que gerou filhotes como o ex-presidente Jair Bolsonaro e o neto Paulo Figueiredo. 

Hoje nós vemos o mundo girando ou capotando com os mesmos recursos de 1964/85. Figueiredo completou a "abertura" política porque a ditadura estava morta, no caixão e temia-se que começasse a se decompor muito em breve. Ontem a Casa Branca, em Washington, viu o presidente dos Estados Unidos ao lado do primeiro ministro de Israel (foto oficial) anunciarem um plano de paz para o enclave de Gaza que tem script muito parecido. É um acordo de rendição incondicional e feito entre os dois atores principais, sem participação palestina, com ajuda periférica de algumas nações árabes da região e que se dispõem a colaborar para que o genocídio de Gaza e da Cisjordânia, principalmente estes, tenham término rápido e antes que um povo deixe de existir.

E se o Hamas não aceitar o acordo o premier israelense vai ser autorizado a "terminar o serviço". Todos nós sabemos o que isso significa.

Nos meios de Comunicação ocidentais o grupo de resistência palestina é apresentado como terrorista. E as forças armadas terroristas de Israel, como de autodefesa. Mas nos dias atuais estamos vivendo a época na qual grande parte da humanidade já não aceita mais essas denominações e começa a se revoltar. Espoucam protestos em praticamente todo o mundo. Na Europa e nos Estados Unidos as populaçoes estão indo às ruas em gritos e as manifestações tendem a aumentar. Países antes omissos agora reconhecem a Palestina e a China, ontem, anunciou que os BRIC's aceitarão a adesão do Estado a surgir.

Recentemente na ONU, ao se pronunciar em um discurso memorável na reunião de abertura dos trabalhos da instituição, o presidente brasileiro Lula referiu-se ao Hamas como terrorista. Ele teve que fazer isso para não provocar a ira norte-americana e judaica contra o Brasil, mas deixou claro mais uma vez o reconhecimento brasileiro à causa desse povo vitimado por um genocídio sem precedentes no Século XXI. Tanto que nosso País reconhece o Estado da Palestina desde 2010 e, mesmo durante o desgoverno anterior a esse, isso não mudou.

Aqui no Brasil, por incrível que possa parecer, parte dos evangélicos, a imensa maioria de denominaçõoes recentes e ligadas quase unicamente ao dinheiro fazem propaganda do governo de Israel. Portam a bandeira daquele país juntamente com a dos Estados Unidos desconhecendo o fato de que judeus não são cristãos. Para eles Jesus não é Messias, mas sim um falso profeta. Chegam a cuspir naqueles que circulam por seu país portando cruzes de quaisquer espécie. Trata-se então de um apoio político e não religioso.    

Trump cede porque o governo caótico e fascista de Israel cai de podre e seu primeiro ministro tem ordem de prisão emitida pelo Tribunal Penal Internacional (TPI). Pode ser preso se aportar em um país que reconheça essa instituição. Então é melhor perder os aneis para manter os dedos. Mas nada muda o fato de que está havendo na Faixa de Gaza, sob os olhos do mundo, o maior genocídio deste século e comandado por dois genocidas incontroláveis, sendo que um deles sonha com o Prêmio Nobel da Paz.

Da paz dos cemitérios.     

Um comentário:

Anônimo disse...

Estão matando os palestinos de fome. Não há Deus q perdoe essa crueldade, praticada também por parte da humanidade. Que cesse a matança em Gaza, e também fora dela.