6 de julho de 2015

Avenida Anita Garibaldi, 888

Esse endereço do título da coluna é de onde hoje se pauta o Governo do Brasil. No segundo andar do prédio da Avenida Anita Garibaldi, 888, despacha o juiz federal Sérgio Moro. E desde que o preso de nome Nestor Cerveró passou a integrar o time dos detentos do Petrolão dispostos a contar tudo o que sabem, um frio percorre as espinhas de Brasília. É que ele era o Diretor Internacional da Petrobras quando da compra da Refinaria de Pasadena, onde o Brasil perdeu US$ 800 milhões. Dinheiro literalmente jogado fora de um modo suspeito e irresponsável.
Tremem as pernas das pessoas em Brasília porque, na época da compra capitaneada do Cerveró, o negócio só podia ser fechado com o aval do Conselho de Administração da Petrobras. E a compra foi aprovada. A presidente do Conselho há quase dez anos era a mesma Dilma Rousseff que hoje governa o Brasil. Ela aprovou tudo. Nas poucas vezes em que aceitou falar sobre o assunto disse que a compra da refinaria ultrapassada e em petição de miséria parecia um negócio da China. Resta então a pergunta; por que todas as fitas de gravações das reuniões que foram realizadas naquela época e em épocas posteriores foram apagadas na Petrobras? Por quê?
Se a presidente realmente, como insiste, nada tem a esconder, quem ou que interesses se esconde por trás das fitas apagadas? O registro de negócio de tão grande magnitude tem que ser guardado. Em Países sérios isso é feito.As fitas não são apagadas de forma alguma e depois de certo tempo tornam-se públicas. Aqui os registros somem e ninguém é responsabilizado criminalmente por isso.
Dilma Rousseff não tem respeito por delatores. Nem pela opinião pública. Nem por dar satisfações aos brasileiros sobre os atos praticados ao longo de seu governo e do seu antecessor. O Brasil está afundado num pântano de lama, a cassação do mandato dela já é discutida abertamente e a chefe (?) do Executivo consegue discorrer sobre seu governo sem citar em um único momento a palavra "corrupção". Esse termo não existe para ela. Por que será?
Até o momento, nem Lula nem Dilma são considerados pela Operação Lava Jato como formadores de quadrilha. Mas suas responsabilidades pelo pântano de lama em que fomos metidos jamais é descartada. Afinal, todos os ladrões foram nomeados por eles e em momento algum, desde o início das primeiras denúncias, a presidente teve a coragem cívica de demitir ninguém.
O que mais existe no processo da Operação Lava Jato são provas. Tanto que as prisões estão sendo mantidas mesmo com pedidos seguidos de habeas corpus. As gravações sumiram. E até um diplomata do Itamarati tentou classificar de secretos documentos ligados a corrupção.
Realmente há motivos de sobra para que os pretensos donos de Brasília olhem com medo para o segundo andar do prédio da Avenida Anita Garibaldi, 888. Lá espera-se muitas respostas para inúmeras perguntas. Nestor Cerveró pode ter grande parte delas.    

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