George e Juliana. Um Estado omisso permitiu que eles matassem seus filhos |
chamadas de neo pentecostais: gente humilde, inculta, com pouca ou nenhuma esperança no futuro e que ou ingressa no crime ou se torna alvo fácil para desonestos que se dizem pastores.
Ontem, Juliana, a mulher do "pastor" George, foi presa em Minas Gerais. Ela é acusada de ter facilitado um crime hediondo: seu marido violentou sexualmente, matou e queimou num incêndio forjado um filho e um enteado. Até pouco tempo atrás acreditava-se que Juliana nada tinha a ver com o caso. Afinal, ela estava viajando com o filho menor.
O culpado por isso é o poder público. Hoje o Poder Legislativo, em todas as suas esferas, está invadido por representantes das mais diversas denominações pseudo-religiosas. São políticos de partidos, mas isso não importa. Sua função no Congresso é a de representar essas pseudo igrejas e seus interesses. Na maioria dos casos, interesses inconfessáveis.
Um deles é bastante conhecido: o dinheiro. É imensa a quantidade de pessoas que descobriram em denominações religiosas uma verdadeira mina de ouro. Um filão. Há donos de "igrejas" que possuem imóveis de extremo luxo, aviões executivos, fazendas e outros bens. Em diversas oportunidades, malas de dinheiro proveniente dos dízimos recolhidos já foram vistas sendo embarcadas em helicópteros, sabe-se lá para onde.
São imensas as facilidades para se abrir uma igreja. E facilidades vantajosas, já que, sendo denominações religiosas, elas estão isentas de praticamente todos os impostos.
Podem também ser donas de cadeias de televisão ou as alugar para disseminar suas pregações. E todo mundo vai para o céu, contanto pague o preço da passagem. Eu mesmo já vi "pastor" entregando carnês aos fieis para que eles pagassem os dízimos "com mais facilidade".
E por que o poder público permite isso? Simples: porque essa legião de pastores possui milhões de votos. Eles praticamente intimam os membros das congregações a votarem em seus indicados. Por isso até mesmo presidente da República presta vassalagem a eles. Recentemente, quando uma denominação daqui do Estado completou 50 anos, até o governador do Estado foi a Brasília para participar das solenidades de comemoração. E olhem que os dirigentes da seita já sofreram acusações graves de utilização desonesta de dinheiro dos fieis.
Nenhum chefe de Executivo tenta coibir isso. Todos preferem fazer vistas grossas, olhando para o potencial de votos de cada dono de "igreja". Mas são, sim, coniventes com o crime.Eles geraram George e Juliana, os psicopatas que mataram se aproveitando da ignorância alheia e da omissão do Estado. Quantos outros como eles estão escondidos em seus púlpitos?
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