Bairro do Rio de Janeiro cominado por milícia: construções irregulares |
Como agem as milícias no Rio de Janeiro? Simples; vamos começar pelo mais óbvio: elas ocupam o espaço do Estado ausente. Onde ele não atua ela está presente. E como rios de dinheiro são movimentados nesses negócios escusos por essas quadrilhas, a cada dia que passa elas são mais fortes e agem vandalismo e "coragem" acima da lei. Já o Estado não deixa de agir porque não tem meios nem modos. Deixa por omissão. Mais do que isso; por omissão criminosa.
Miliciano mostra o seu porrete: "Direitos Humanos" |
As construções irregulares não têm projeto de engenharia, acompanhamento técnico, nada. Os materiais são de péssima qualidade e as estruturas, deficientes. Os desmoronamentos no Rio de Janeiro mostram isso. Os edifícios foram corroídos por infiltrações de água e lama que desceram das encostas atrás deles durante tempestade, pois ali não era possível construir com segurança.
Isso dá muito dinheiro, é claro. Um chefe de milícia era vizinho do presidente da República no condomínio de luxo onde ambos viviam na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Mas o chefe do Executivo, claro, não sabia de nada. Ele e os filhos dele, um vereador, um deputado estadual e um senador empregavam em seus gabinetes legislativos parentes e amigos de chefes milicianos até recentemente. Mas todos foram demitidos após denúncias porque antes eles também nada sabiam.
O prefeito nada fez. Está preocupado com sua religião evangélica. E o presidente? Nada diz. Libera caça a animais silvestres, tenta proibir radares em rodovias, a queima de máquinas e equipamentos de desmatadores e garimpeiros de regiões de proteção ambiental permanente e outras coisinhas mais. Claro, não sobra tempo para combater o crime organizado, esse pequeno detalhe.
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