O cavaleiro da triste figura vende uma imagem mentirosa de Brasil na ONU |
Bolsonaro focou em Cuba e Venezuela seu discurso contra o "socialismo". Nas críticas à França, acusada por ele de fomentar o questionamento da soberania do Brasil sobre a Amazônia, não citou o nome daquele país (por quê?). Falou que, ao contrário do que o mundo inteiro vê, não há fogo e mortes naquela região. Levou à ONU uma índia quase totalmente desconhecida e leu uma carta, segundo ele de mais de 50 nações indígenas, onde era apoiado seu projeto de levar o "progresso" a todas os grupos que nos antecederam nas terras brasileiras. Isso significa aos poucos ir destruindo as raízes das culturas silvícolas para a exploração comercial das reservas. Tem ódio de territórios indigenistas e deixou isso claro. Odeia o cacique Raoni e também esclareceu esse ponto.
Falou de policiais, de crime organizado, de tráfico de drogas e se mostrou como uma espécie de novo Messias elevado à condição de presidente por um povo que por pouco não foi levado ao "socialismo" contra sua vontade, por inocência. Se um dia Bolsonaro disser o que entende por socialismo, talvez possamos compreender ao menos em parte o seu tosco pensamento político.
Os elogios aos Estados Unidos já eram esperados. Confesso que imaginava que seriam ainda maiores. Disse estar salvando o Brasil apesar dos esforços dos jornalistas de desacreditar seu governo e suas intenções. Como todos esperávamos, usou e abusou de termos como "patriotismo" e "soberania" como se vivêssemos em um terra próxima de ser invadida criminosamente por estrangeiros.
Foi pesaroso. Foi triste. Foi deprimente ouvir o discurso desse presidente da República!
Mas uma coisa todos nós podemos comemorar: ele, em momento algum, atacou as esposas de outros chefes de Estado e nem os pais assassinados de altos dirigentes da ONU. Faço minhas as palavras da ex-presidente chilena Michele Bachelet: "tenho pena do Brasil!"
Resta a convicção de que as notícias continuarão a ser feitas e as reportagens, a serem produzidas. Veremos Bolsonaro espernear enquanto estiver no Planalto, podendo repetir sempre, com ódio e despeito, que isso acontece ...como dizem mentirosamente a mídia...
Um comentário:
Faltou dizer, pois escrevi o artigo logo após o discurso, que o discurso dele e o de Trump pareceram ter sido combinados.
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