19 de julho de 2022

O pior que vive em nós


Faltando pouco mais de 70 dias para as eleições gerais do Brasil, inclusive na escolha de quem vai ocupar a presidência da República pelos próximos quatro anos, já é possível dizer que o atual mandatário, Jair Bolsonaro, conseguiu em três anos e pouco mais de nove meses de governo fazer surgir o pior que vive em nós, os brasileiros. Hoje sabemos que o oportunismo, a violência, o radicalismo politico, o fascismo e todo o tipo de negacionismo travestido de ideologia política de direita estavam latentes em cada um de nós. Escondidos, mas prontos para emergir.

Poderíamos dizer aqui que não votamos na proposta dele em 2018, não estamos saindo às ruas para dar-lhe apoio e, portanto, não somos parte do gado que usa de todos os artifícios para apoiar os atos - quaisquer que sejam eles - de seu presidente de estimação. Isso importa pouco. Entre 25 a 30 por cento dos brasileiros como nós alimentam as sandices do presidente e seu grupelho. E nesse imenso volume de gente há parentes nossos, (ex)amigos, (ex)amores, (ex)correligionários, etc.

Hoje mesmo, e isso é possível ver na imagem que abre esse texto, alguns dos maiores jornais do mundo comentaram a excrescência que foi o papel ridículo desempenhado ontem pelo presidente ao reunir embaixadores creditados em Brasília para diminuir seu próprio país através de críticas absurdas ao sistema eleitoral. Algo nunca visto antes no mundo, mesmo se o espetáculo for comparado ao dado por Donald Trump em seu 6 de janeiro. Até a embaixada dos Estados Unidos reagiu, coisa inédita para eles, e desacreditou o discurso do Palácio da Alvorada, apostando suas fichas em nossas urnas eletrônicas.

Jair Bolsonaro quer um golpe de Estado. Não consegue viver em democracia e já teria provocado uma ruptura institucional no Brasil caso tivesse amplo e irrestrito apoio das Forças Armadas, da sociedade e dos maiores países do Mundo. Mas não tem. Então torna-se um cavaleiro da triste figura até mesmo no Alvorada, o palácio que Niemayer criou para abrigar chefes de Estado e não ditadores de aldeia.

Ele vai perder sua aposta no caos, não tenho dúvida. Mas até lá nos infernizará.                 

Um comentário:

Anônimo disse...

Parabéns!
Texto bem redigido, claro e bem objetivo.
Realmente é um motoqueiro da triste figura que nos envergonha.