Os jornais que circulam hoje em Portugal, sobretudo "Público" (foto da capa) trazem longas reportagens que falam sobre o crescimento da extrema direita no País. E o fenômeno deles não é diferente do nosso, embora em terras lusitanas já haja um partido político descaradamente nazifascista, o Chega, enquanto aqui no Brasil ainda exista um resquício de pudor impedindo que o Partido Integralista ou alguma coisa parecida com ele emerja das cinzas fecais onde se encontra. E por que isso acontece? Ocorre porque lá na Europa os extremistas de direita estão cooptando a juventude, renovando seus quadros enquanto a nossa esquerda - e talvez a deles também - discursa com os cabelos brancos de seus quadros há muito envelhecidos.
A reportagem de "Público" fala da infiltração fascista na agenda anti-imigração - inclusive com agressões físicas a imigrantes -, do apoio aos outros países onde a extrema direita pontifica como é o caso da Hungria, e mostra que lá, dentre outras coisas, "influencers" atraem universitários ou mesmo adolescentes por intermédio de propagadores do ódio mascarados de jornalistas. Tudo isso vai aos poucos alimentando o Chega e outros grupamentos do nazifascismo da carne nova tão necessária a seu crescimento, à sua disseminação. Foi assim na Alemanha hitlerista.
O jornal "Diário de Notícias", que nasceu na Cidade do Porto, fala da ligação entre o Chega e o governo de Benjamin Netanyahu por intermédio de um "assessor" do presidente da legenda, André Ventura e de nome Tânger Corrêa. Esse indivíduo, dentre outras, acredita que os judeus que trabalhavam nas Torres Gêmeas em 11 de setembro de 2001 tenham sido avisados para não irem a seus escritórios no dia do ataque terrorista. Isso é a Teoria da Conspiração levada às últimas consequências...
No caderno "P2" de "Público", que circula aos domingos, uma longa entrevista com o filósofo norte-americano Lee McIntyre, investigador no Centro da Ciência na Universidade de Boston e autor, dentre outros, do livro "Como falar com um negacionista", mostra o entrevistado advertindo: "Na era da pós-verdade a desinformação serve para destruir o conceito de verdade. Os que não votam, não veem notícias e não acreditam em nada são um perigo." Também o semanário "Domingo" publica uma reportagem de capa sob o título "O arquiteto demolidor". É biografia de Benjamin Netanyahu, formado em arquitetura no prestigiado MIT e hoje especialista em arquitetar a destruição palestina.
Toda essa pauta comum e que não pode ter sido combinada por meios de comunicação tão diversos e distantes até ideologicamente mostra que há uma preocupação grande em Portugal com o que nos deveria preocupar também. Mas as correntes brasileiras de esquerda, além de duelarem diariamente por questões menores, nada ou quase nada investem na renovação de seus quadros. Onde está, por exemplo, o PT Jovem? A garotada que poderia ocupar espaços generosos nas reuniões dos partidos políticos fica em casa lendo o Tio Patinhas enquanto os herdeiros de Adolf Hitler e Benito Mussolini vão aos poucos mostrando as garras que podem nos levar ao caos.
Assim a democracia vai perder...
Um comentário:
Esta sua pergunta me leva a pensar “ Onde está, por exemplo, o PT Jovem? A garotada que poderia ocupar espaços generosos nas reuniões dos partidos políticos”?
Não estarão em nossas pobres escolas? E nas ruas?
Como levar aos nossos jovens mensagens de liberdade e sabedoria?
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