1 de agosto de 2025

Para lavar roupa suja


Enquanto os ministros se preparavam para chegar à abertura das atividades do Supremo Tribunal Federal nesta sexta-feira 01 de agosto, servidores do órgão lavavam a estátua da Justiça que fica diante do prédio. Talvez fosse possível traçar um paralelo entre isso e o velho adágio de que roupa suja se lava em casa. E foi o que aconteceu depois, nas palavras de todos os ministros que se manifestaram, o mesmo acontecendo com o Advogado Geral da União e o Procurador Geral da República. Em outras palavras eles disseram que nossa roupa suja será lavada em casa, com os inocentes pelos atos da tentativa de golpe de Estado de 08 de janeiro de 2023 sendo absolvidos e os culpados, condenados. Simples assim.

Tão logo as emissoras de TV terminaram de transmitir a cerimônia de abertura, fui a um supermercado próximo de casa. Uma pessoa que respeito me abordou na saída: "Você acha mesmo que o Supremo é correto?". Respondi mais ou menos assim: "O Supremo é composto por seres humanos e todos nós temos falhas. Muitos conseguem minimizar essas falhas e outros apenas em parte, mas vai ser sempre dessa forma. Prefiro mil vezes um STF com as falhas que ele comete por não ser infalível a um sistema tirânico que desafia todas as leis".

Vi toda a cerimônia de abertura. Ouvi Gilmar Mendes e Alexandre de Morais, principalmente. As falas, todas elas, foram de apoio à soberania incondicional do Brasil e da Justiça que vai seguir no julgamento dos criminosos pela tentativa de golpe de Estado, haja o que houver, doa a quem doer.  Não importa se o presidente dos Estados Unidos é o sociopata que pretende governar o mundo todo ou não. Dane-se se ele se julga capaz de ditar o que os demais países podem fazer ou não. O Brasil tem uma Constituição, ela vigora e os julgamentos dos criminosos de 08 de janeiro seguem seu curso normal. Vai continuar assim.

Vimos todos nós pela TV, naquele dia, hordas de alucinados invadindo Brasília e destruindo parte dos prédios do Palácio do Planalto, do Supremo Tribunal Federal e do Legislativo. Também vimos idiotas marchando pelas ruas, acampados diante de quartéis e entoando cantos desconexos. Havia pneus nas vias públicas e as pessoas rezavam para eles. Outros colocavam aparelhos celulares na cabeça para manter contato com extraterrestres... Tentaram jogar uma bomba nas proximidades do Aeroporto Internacional Juscelimo Kubstcheck. Isso mata. Se o conjunto dessas loucuras não é uma tentativa de golpe de Estado, então o que vem a ser?

Esse golpe de Estado planejado e derrotado começou muito antes do dia da depredação. Num 07 de setembro o ex-presidente disse de maneira clara que não iria mais acatar ordens legais. Falou em decretação de Estado de Sítio mais de uma vez. Abusou do termo Garantia da Lei e da Ordem. Foi tudo preparação. Deixou o Brasil propositadamente na véspara do dia de entregar o cargo justamente para não fazer isso. A festa proposta pela extrema direira brasileira só não deu certo porque as forças armadas se recusaram a participar.

Então, é balela dizer que nada disso aconteceu. Houve sim e agora os culpados têm que pagar pelos seus atos. Assim acontece nos estados democráticos e onde impera o Direito.

E mais: Eduardo Bolsonaro e seus cúmplices têm que ser presos. 

29 de julho de 2025

Chantagistas não podem vencer


Não se iludam: Jair Bolsonaro, ao longo da vida, usou e descartou pessoas à sua volta por conveniência, pois a ele só interessam parentes e seus objetivos pessoais. Agora vai ser descartado em breve por Donald Trump, que reza da mesma cartilha política e a quem só interessam metas estabelecidas e o grupo fechado de seguidores incondicionais (pelo menos até agora...) que o servem na Casa Branca e no Legislativo. É um chantagista profissional irreparável ao qual até a União Europeia teve que se render num acordo vexatório. A foto da Reuters, onde aparece Úrsula Van Der Laer com ele na "cerimônia" do acordo de tarifas com os Estados Unidos mostra isso de forma bastante clara.

O chantagista não pode vencer e esses dias são de incertezas. 

No plano internacional o Brasil está longe de ter o peso político dos principais países europeus, tanto no terreno da projeção financeira quanto no militar. Mas ainda assim não podemos nos curvar às pressões e autoritarismos do atual presidente dos Estados Unidos. De nossa pátria ele quer os 17 minerais estratégicos e o PIX, principalmente, mas também pretende mandar no Judiciário e trazer de volta à cena política ativa o ex-presidente em vias de ser condenado, pois dessa forma mandará e desmandará nos destinos deste "quintal". Que é nosso! Os principais  nomes da direita política nacional cederão a isso, mas a esquerda, não, e agora é hora de ela ser seguida pelos reais patriotas: negociar, sim; render-se, nunca.

Trump entende de televisão, de como fazer publicidade de si próprio e do jogo do poder. Da forma como Hitler foi um dia. Mas como na maioria dos casos de gente assim, também sabe até onde pode e deve ir. Não quer arriscar o mandato que tem e foi concedido a ele pelas urnas, nem ao menos para completar o sonho de exercer poder absoluto sobre os Estados Unidos. Agora mesmo está buscando meios legais de continuar a pressionar o Brasil e usando para isso figuras como os políticos que deixaram terras brasileiras para conspirar no exterior. Vai tentar apoio jurídico, o que já deve estar fazendo, mesmo da Escócia.

O professor do curso de Ética e Filosofia da USP,  Renato Janine Ribeiro, que também é respeitado como filósofo, cientista político e colunista postou na internet um pequeno texto sobre o assunto e que merece ser lido. Vamos a ele, na íntegra: "A fuga de vários políticos para o exterior me faz cogitar que talvez a CIA esteja preparando a formação de um suposto governo alternativo no Brasil, com fornecimento de armas e mesmo tropas. Como prepararam aqui mesmo, em 1964, com a Operação Brother Sam. Ficaram a postos para intervir e apoiar os governos golpistas de SP, Minas e Guanabara. Esse tipo de regime se chama 'quisling', do nome do nazista de 1940. Foi julgado e enforcado após a guerra. Vários outros também o foram. Com sorte, fuzilados. É preciso ficar alerta e forte."

Tive uma grande amiga, jornalista como eu, Jeanne Bilich, que tremia de medo de um novo golpe de Estado no Brasil. Eu dizia a ela a volto a insistir: golpistas existem em profusão e gente como Eduardo Bolsonaro, Paulo Figueiredo, Carla Zambeli, Do Val e outros nascem e se reproduzem como micróbios ou ervas daninhas que são. Mas não estamos mais em 1964 e as tentativas fracassadas de golpe de Estado de Bolsonaro - esse último Jeanne não viveu para ver - são prova de que hoje tudo é mais difícil. Até nos EUA um movimento como esse sofreria resistências sérias e a guerra fria atual é muito diferente da daqueles anos.

De qualquer forma, como disse o professor Janine Ribeiro, é preciso ficar alerta e forte, mas sem medo de temer a morte. Vários setores, alguns deles oportunisticamente estão tentando negociar com os ianques. Motivos econômicos para uma taxação como essa não existe, nunca existiu, mas para os desonestos, sobretudo aqueles protegidos por um exército que  teoricamente não pode ser vencido, isso nada importa. As razões efetivas são subterrâneas.   

E para completar, Vidkun 'Quisling' foi um ex-ministro da defesa da Noruega que se tornou colaborador nazista durante todo o tempo do domínio alemão sobre seu país, denunciando muitos compatriotas e fazendo o mal que era possível fazer. Uma espécie de Philippe Pétain, traidor da França e que fez de Oslo sua Vichy. Ao final da guerra Pétain não foi fuzilado porque havia sido herói em 1914/18 e estava na casa dos 90 anos de idade. O norueguês não tinha esses "atenuantes" e a última coisa que viu na vida foram os canos dos fuzis do pelotão de fuzilamento. Triste fim porque "quisling" se tornou sinônimo de traidor.

Parece que poderá vir a ser assim com o termo 'bolsonaro'. Quem sabe?                                      

27 de julho de 2025

Que drogas eles usam?


O senador pelo Espírito Santo, Marcos do Val, deu declaração ontem nos Estados Unidos desafiando o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, para brigar. Disse que queria encontrar o magistrado sem testemunhas, desarmado, no prédio do Supremo, para acertarem as contas. Coisas de duelo de séculos passados! Não foi possível saber se ele estava drogado ou não, mas algum tipo de droga eles usam. Todos temos a mais absoluta convicção de que uma pessoa lúcida jamais faria isso, sobretudo ocupando o cargo de senador da República. E sem explicar como R$ 50 milhões foram encontrados em sua conta bancária após o bloqueio de toda a movimentação financeira determinada por Moraes depois de ele sair do Brasil mesmo com um passaporte bloqueado.

Do Val é senador pelo Estado do Espírito Santo; durma-se com um barulho desses! Aqui elegemos, além dele, também Magno Malta, Gilvan da Federal e Evair de Melo, além de outros sinistros representantes nossos. Poucos deles orgulham o Legislativo.

Um membro desse Poder não pode, em hipotese alguma, se valer de seu mandato para desrespeitar ministros de nossa Suprema Corte. Atos como esse merecem prisão, mesmo tendo o parlamentar imunidade constitucional. Essa proteção legal dos legisladores, explica-se,  é instrumento que serve para que eles exerçam seus mandatos a salvo de pressões indevidas e jamais para agredir membros de uma corte de Justiça, como vem sendo feito.

Um  ministro do Supremo não é uma pessoa intocável, como ninguém o é, mas tem que ser criticado dentro de critérios de respeito e ele, à instituição que representa e sempre com base em acusaçoes que possam ser totalmente comprovadas. Um senador do baixo clero como esse, que sequer goza do respeito da maioria de seus pares, não tem arcabouço intelectual, sobretudo em conhecimento jurídico, para dizer o que é constitucional ou não.

Magno Malta, outro senador, já protagonizou episódios parecidos e estando aparentemente sob efeito de álcool em plena sessão do Senado. Evair de Melo e Gilvan da Federal, deputados federais, desrepeitaram grosseiramente colegas de legislativo ou mesmo ministros do Governo Federal, como foi feito com a ministra Marina Silva, recentemente. E essa pessoa pública tem um passado que é verdadeiro patrimônio moral e reconhecido no exterior.

Na foto acima Do Val aparece brandindo um celular, aparentemente em janela de veículo e já nos Estados Unidos para onde foi ilegalmente. Ele não é uma pessoa de origem rica, ganhou dinheiro nos EUA como "Swat da Shopee" e terá de explicar como R$ 50 milhões foram parar em suas contas bancárias. Arrisco um palpite: via emendas parlamentares PIX, a nova modalidade de desvio de dinheiro público. Isso será muito mais importante do que chamar um ministro do STF para brigar. Imunidade parlamentar colocada de lado, o desacato é chave de cadeia. E esse indivíduo merece ser preso se realmente voltar.

26 de julho de 2025

O objetivo é a rapina!


Quem tem boa memória ou guarda arquivos vai se recordar de ter visto o ex-presidente Jair Bolsonaro, hoje em vias de ser condenado pela Justiça do Brasil, fazer propaganda de um mineral de grande importância para a indústria atual: o nióbio. Nessa foto acima o sujeitinho aparece com um pedaço da matéria nas mãos. Na época eu me perguntava porque uma pessoa tão intelectualmente pobre teria fixação por isso. Mas não era ele quem tinha; eram os Estados Unidos que já naqueles tempos cobiçavam as nossas chamadas "terras raras". Isso agora está definitivamente escancarado sob a presidência de Donald Trump.

Em 1964 minérios foram motivo para os norte-americanos darem toda a cobertura possível e imaginável ao golpe de Estado de 1° de abril. Na época até mesmo a Marinha daquele país enviou um porta aviões e outros navios de guerra para a costa brasileira em apoio aos golpistas de então. Era a "Operação Brother Sam". Uma empresa ianque, a Hanna Corporation, tinha interesses de exploração mineral no Quadrilátero Ferrífero de Minas Gerais e o governo de João Goulart se tornou obstáculo. Tinha então de ser removido. Em época de guerra fria isso era relativamente fácil de fazer. Foi feito.

São 17 os elementos tão importantes para a indústria atual, o que inclui, dentre outros segmentos, as áreas de comunicação e militar: lantânio, cério, praseodímio, neodímio, promécio, samário, európio, gadolínio, térbio, disprósio, hólmio, érbio, túlio, lutério, escâmbio e ítrio. Toda essa reunião de proparoxítonos o brasileiro comum, como somos nós, praticamente desconhece existência. O nióbio da paixões do genocida inelegivel fica sobretudo em Minas Gerais, nos ricos lados de Araxá, e está presente em todos os celulares que a gente utiliza. Mais um vez lá por aquelas bandas mineiras...

O Brasil ainda não explora toda essa riqueza como deveria, nem possui tecnologia de ponta para tal. Então a cobiça existe. Nos tempos do ex-presidente de tornozeleira tudo estava pronto para que as jazidas fossem cedidas na bacia das almas a corporações dos Estados Unidos. Deu errado. E nem adiantou os inocentes (todos?) úteis acamparem diante de quartéis e outros lugares. Mas a ida de Lula para o poder, em vez de arrefecer esse desejo, tornou-o ainda mais explícito a ponto de o atual dono da Casa Branca ter abandonado todo o pudor para investir com força contra nós. É do interesse do país dele que a América seja quintal ianque e, depois do Brasil, haverá ataques contra Colômbia e México. Aguardem!

Jair Bolsonaro, o atual títere deles, é quem será usado num futuro próximo se o projeto der certo e para que a rapina de riquezas brasileiras se dê. Como agora a guerra fria não é mais explícita, a China surge como o inimigo ideal, mesmo sendo ela a responsável pela maior parte das exportações de comódites brasileiras. E se for necessária a destruição da democracia do Brasil, dane-se. Mesmo se o STF for descaracterizado na maneira como se apresenta hoje, no Judiciário mesmo surgirão aqueles que o "reformarão". Como nos EUA...

Todo esse esquema, que contava com representantes acampados diante do prédio do Supremo Tribunal Federal, em Brasília e até serem expulsos por ordem desse mesmo STF de madrugada, tem possibilidade de sucesso porque o golpismo é retroalimentado em nosso país, há um "perseguido político" que cai como uma luva nas pretenções norte-americanas para interventor e o Brasil não luta por seus reais interesses como deveria. Títeres sobrevivem em todos os setores, o que inclui também a cultura. Mas podemos sobreviver a isso se conseguirmos nos reunir em torno de objetivos nacionais.

E o Estado Brasileiro não pode e não deve ceder!

(texto atualizado às 08h25m

    

22 de julho de 2025

Capixabas pela Palestina

Ontem à noite, em uma segunda-feira que hava sido de dia bonito, foi criado oficialmente o "Comitê Capixaba pela Palestina", já reunindo um grande número de pessoas dispostas a dedicar parte de seu tempo e o melhor de seus esforços para ajudar na luta pela existência desse povo, uma nação de pessoas livres e hoje sendo vítima de um cruel e inimaginável genocídio. O primeiro transmitido diariamente a cores para o mundo todo e tendo na figura do primeiro ministro de Israel - Estado sionista e criminoso -, Benjamin Netanyahu, o maior de todos os fascínoras atuais. Ele se iguala e Adolf Hitler e faz com que seu país (sic!) se torne o laboratório do primeiro holocausto do Século XXI.

A foto acima foi tirada por mim durante fala do ex-governador Vitor Buaiz, que compareceu ao Triplex Vermelho munido de uma bandeira do Líbano, terra dos seus antepassados. Nela aparecem algumas das pessoas que foram até lá participar do evento no espaço cedido por Perly Cipriano, que na foto é o segundo da esquerda para a direita, sentado na primeira fileira de cadeiras. Infelizmente, embora o fato tivesse sido amplamente divulgado, não houve no Triplex a presença de representantes da imprensa tradicional. Ela, da qual fiz parte durante mais de três décadas e que se intitula "imprensa profissional", tem hoje uma visão de notícia totalmente diferente da anterior, de minha época. O problema para ela é que abre espaço aos novos canais de notícias, uma parte deles não confiáveis.

Foi um fato bonito de se ver. Contou com a presença de pessoas representativas de nosso universo cultural e político, como foi o caso do deputado federal Helder Salomão, que se prontificou a apoiar a iniciativa com o que for possível de suas emendas parlamentares, subretudo em tempos em que essas verbas são tão mal aplicadas a ponto de às vezes serem simplesmente roubadas, desviadas para porões escusos onde principalmente a extrema direita encastelada no poder exerce seus desmandos com o dinheiro público.

Foi impactante ver o sheik de Vitória falar e  também uma família palestina composta por marido, mulher e três filhos, o mais novo dos quais, muito criança, fez o que todos eles fazem, inclusive chorar. As duas meninas se apresentaram e uma delas, Joury, cantou em árabe uma melodia nascida de poesia que conta a história da tragédia do povo palestino. A pequenina, inibida, quase não conseguiu se manifestar. Já Baraa, a mãe, com traje típico de sua cultura, emocionaou-se ao agradecer ao Brasil. Fez isso em inglês, pois o português para ela e o marido ainda é uma língua muito difícil de ser falada.

O dia de hoje marcou a chegada de muita gente mais ao grupo "Capixabas pela Palestina". Essa é uma luta que vale a pena lutar, que precisa ser lutada e que será lutada a cada dia com mais força, em toda a Terra. Não se trata de uma ofensiva antisemita, mas sim uma reação do mundo civilizado à barbárie do sionismo, hoje um movimento de extrema violência e cujo objetivo único é destruir totalmente o povo palestino para também tomar-lhe as terras que secularmente pertencem a ele e já estão sendo ocupadas.

Isso não pode acontecer! 

20 de julho de 2025

O tirano de aldeia


Nenhum Estado que se pretenda soberano pode aceitar que outro tente manipular sua Justiça para favorecer criminosos, sejam eles quais forem e que dimensão tiverem. Isso é sob todas as formas inaceitável. O que esse tirano de aldeia, o presidente Donald Trump fez por intermédio de seu Secretário de Estado Marco Rubio, cassando os vistos de oito dos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Procurador Geral da República, Paulo Gonet Branco, é um ato de desrespeito que o Brasil jamais cometeu contra país algum e em tempo nenhum. Então, custe o preço que vier a custar, tal fato não pode ser aceito em hipótese nenhuma. A soberania é de todos nós e não apenas do Governo atual.

Há outros pontos a serem considerados. O filho de Bolsonaro que está homiziado nos Estados Unidos, Eduardo, vulgo Bananinha, tem que ser detido. Até sugestões veladas de uso de bombas nucleares por parte dos EUA contra seu país ele já sugeriu. Imunidade parlamentar é um conjunto de proteções legais concedidas a membros do Poder Legislativo (apenas a deputados e senadores) para garantir sua independência e o livre exercício do mandato. Não pode servir de escudo para cometimento de crimes. Esse senhor que vive na Disneylândia custeado por dinheiro enviado pelo pai é um criminoso contumaz e perigoso.

A Justiça tem o poder de declarar a prisão preventiva do cidadão, determinação inócua enquanto ele estiver no exterior e protegido por um governo de extrema direita, mas pode também extinguir seu mandato de deputado federal. E isso vigoraria imediatamente.   

Aliás, crimes vêm sendo cometidos todos os dias pelo ex-presidente Bolsonaro e seu entorno, sobretudo os filhos. O mais velho, Flávio, que embarcou para Portugal sem dizer se volta ou não, deixou claro que sem anistia "ampla, geral e irrestrita", o presidente tirano de aldeia dos Estados Unidos vai manter a taxa de 50 por cento sobre produtos brasileiros exportados para seu país. Claro, isso não pode ser aceito. A Justiça vai cumprir seu papel e é voz quase unânime entre juristas que o STF foi até brando em apenas determinar medidas restritivas contra o ex-presidente em vez de prisão preventiva depois de tudo o que vem sendo feito. E ele ainda questionava todos os dias sobre que crimes estaria cometendo...

Cabe uma pergunta: os três ministros do STF não atingidos pela determinação de Trump vão ficar calados ou se considerar também atingidos, em solidariadade aos demais?

Tenho a impressão de que Adolf  Hitler, inspirador desse presidente norte-americano, ficaria corado com as decisões que seu pupilo toma hoje. Determina genocídio em Gaza, pune nações amigas com taxas de exportação absurdas para submetê-las por pressão econômica e ameaça a tudo e a todos praticamente todas as vezes em que usa da palavra, inclusive no Salão Oval da Casa Branca onde já desrespeitou dois chefes de Estado. Age de forma beligerante sem declaração de guerra e ainda pretendendo tomar posse pela força de terras extrangeiras, como já fez com Groenlândia, Canadá e Panamá.  

Pouca gente prestou atenção nisso, mas na primeira entrevista que deu depois das medidas restritivas tomadas contra ele, o ex brasileiro Jair Bolsonaro foi desrespeitoso mais uma vez com o Brasil ao perguntar de forma irônica que "soberania econômica" estamos mantendo depois das cartas de seu amor verdadeiro enviadas ao Brasil. Ele sabe do que fala e por isso tem que ser condenado tão logo seja possível no curso do devido processo legal.

Cadeia para ele!   

17 de julho de 2025

Soberania é a palavra


O novo ataque do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra o Brasil agora mira o PIX, esse sistema de pagamentos eletrônicos gratuito sob o comando do Banco Central e que já foi adotado por mais de 170 milhões de brasileiros. Fez sucesso desde o ano 2020, quando foi lançado. É uma criação brasileira tão bem desenvolvida que até mesmo o ex-presidente Jair Bolsonaro, genocida inelegível (na foto com o filho Carlos) dizia que era uma criação de seu governo, embora não fosse. Hoje o mandatário máximo dos EUA, juntamente com o ex presidente brasileiro e seus familiares, além de outros cúmplices, se apegam ao tarifaço anunciado contra o Brasil porque isso atende aos seus interesses pessoais. E tudo neles são somente interesses pessoais.

Soberania é o que nos interessa, nos une e nos dá sustentação. É a palava de sempre.

Bolsonaro, o Bozo, não está sendo defendido por Trump por questões de democracia. Projeto de autocrata, o mandatário dos EUA não crê nisso, da mesma forma que o hoje quase presidiário brasileiro. O norte-americano quer defender interesses econômicos pessoais, de big techs, cartões de crédito e outros. Vive de dinheiro, sonha com isso, levanta e vai dormir acompanhado de seus cifrões. Já Bozo, coitado, só quer sobreviver. Hoje não fala mais que o PIX foi criado por sua equipe (sic!) pois não pretende desagradar o homem pelo qual já disse que é apaixonado em mais de uma oportunidade. Saia logo do armário, sujeitinho!

O projeto de governo desse estrupício dos Estados Unidos é todo voltado a seus projetos. Diz que visa reforçar o caixa do país, mas empresas da família estão à frente de todas as ações que desenvolve. Tanto que criou uma plataforma, Truth Social, e só posta nela. Mas tem interesse em não permitir que as big techs sofram restrições e por isso está atacando o Brasil onde esse setor vem sendo regulamentado já faz algum tempo

E a regulamentação foca unicamente os crimes cometidos sobretudo contra a verdade e a honra, o que as empresas fazem diuturnamente. A Meta concentra poder na área e não quer isso de forma alguma. Ela vive da hipocrisia e da mentira, contanto não atinja Trump. A liberdade que este prega começa e termina em seus interesses. As milhares de pessoas hoje atingidas pelas insanidades que pratica são testemunhas vivas do que escrevo. Quando ele chama alguém de honesto, como Bozo, está medindo o homenageado por sua régua. E ela é aquela de quem tentou não entregar o poder ao perder uma eleição.

Mas Bolsonaro quer viver em liberdade, mesmo defendendo uma ditadura militar que matou milhares de pessoas no Brasil. Por isso esperneia deseseradamente quanto mais fica próximo de sua condenação. Nos Estados Unidos Bananinha, seu filho, e um neto do ex-ditador Figueiredo frequentam Washington por onde andam todos os dias à procura de extremistas de direita e de uma forma cada vez mais eficiente de destruir o país onde nasceram.

É o que sabem fazer. Mas vão fracassar. Trump fracassará também e esse Bozo que nos desgraça todos os dias encontrará seu fim em uma condenação pesada pela série de crimes que cometeu e comete todos os dias, sobretudo a tentativa de destruiçao de nosso Estado Democrático e de Direito. Que ao final não tenha o benefício a prisão domiciliar, é o que milhões de brasileiros esperam. Cadeia para ele e seus iguais.  

11 de julho de 2025

Homens comuns ontem e hoje


Quem tem Netflix em casa pode acessar um documentário chamado "Homens Comuns: Assassinos do Holocausto", que vale a pena ser visto embora doa muito no coração. Ele conta a história de como pessoas "normais", que tinham uma vida comum na Alemanha hitlerista da década de 1930 de repende se tornaram assassinos em série, matando milhares de judeus no curso da II Guerra Mundial. Há nesse documetário um momento sombrio, quando um dos assasinos diz porque matava crianças: ou elas não sobreviveriam sozinhas ou, caso isso acontecesse, se tornariam adultas e matariam alemães como vingança.

Parei o filme, respirei fundo e me veio à mente a imagem de israelenses atuais dizendo que não há inocentes em Gaza e que se as crianças palestinas crescerem e se tornarem adultas, entrarão depois para o Hamas e matarão judeus. Eis o nazismo revivido!

Em Israel, desde cedo os jovens são "educados" para odiar palestinos. Para dizer que eles não são um povo, não têm uma identidade cultural e que, portanto, podem e devem ser expulsos ou mortos de todas a regiões onde, por "direito divino", deve ficar situada a "Grande Israel". Dessa forma os israelenses garantem que mesmo se Benjamin Netanyahu e seus cúmplices forem sacados do governo, a possibilidade de entrar um grupo pró Palestina no comando do país é extremamente remota. Israel continuará sendo uma nação anti solução de dois estados e apoiadora do extermínio em Gaza que essa foto acima mostra.

Algumas pessoas ficaram chocadas ao verem pela TV Bibi Netanyahu entregar ao presidente norte-americano Donald Trump, durante um jantar na Casa Branca, o documento que seu governo endereçou ao Comité Norueguês do Nobel pedindo o próximo Prêmio da Paz para o anfitrião daquele momento. É chocante? É, mas faz parte do espetáculo que vem sendo encenado há séculos. Agora mesmo milhões morrem na África por causas parecidas.

Da mesma forma que os nazistas entre 1933 e 1945 em relação aos judeus, Israel nos dias de hoje em relação aos palestinos e de que qualquer outro grupamento humano mais vier a surgir em tempos presentes ou futuros das catacumbas do pensamento humano para provocar novos genocídios, Trump também é um projeto pronto e acabado de sociopata criminoso, extremamente perigoso, voltado para a destuição de seus semelhantes e colocado ao comando da maior máquina de guerra dos tempos modernos, pronto para apertar o gatilho.

Da mesma forma que Bibi quer tirar os palestinos de sobre a face da terra, Trump inventa tarifas sobre tarifas para exercer seu poder absoluto de tirano de aldeia sobre o restante do mundo. E isso envolve, como não poderia deixar de ser, um apoio incondicional ao sociopata menor, Jair Messias Bolsonaro, que está sendo "perseguido" no Brasil que vai enquadrar as big techs e só porque teve o desplante e o descaramento de tentar um golpe de Estado em 2023 como se ainda estivéssemos no 1964 de suas saudades. Fracassou!

Se o Brasil quer continuar sendo um país independente, soberano, com Constituição em vigor e leis das quais todos somos súditos independentemente de sermos uma pessoa ou um grupo delas, ele não pode aceitar isso. Tem que lutar contra as taxas de Trump porque representam para o Brasil uma capitulação inaceitável sem crime cometido e no exercício sagrado de nossa soberania como Estado. Da mesma forma que, entre 1933 e 1945 foi preciso enfrentar os homens normais levados aos extremos da irracionalidade pelo nazismo, agora se impõe a nós enfrentarmos os novos extremistras e seus discursos de ódio com rezas a pneus, acampamentos em quartéis militares, chamados a extraterrestes ou seja lá o que mais vier a surgir, com todas as nossas forças. O mundo deve resistir à extrema direita.

Já passou da hora de as big techs serem enquadradas e Bolsonaro ir para a prisão.

Viva a Palestina!                             

6 de julho de 2025

Bandeiras de ocasião


Os últimos dias foram marcados por intenso tiroteio entre o governo federal e todas as forças brasileiras de oposição. Sobretudo e principalmente porque ao que parece os seguidores da situação entenderam que para vencer os opositores era necessário atuar nas mesmas frentes deles: as redes sociais e atacando os famosos calcanhares de Aquiles da extrema direita brasileira. Parece que está dando certo, principalmente porque os grandes meios de comunicação, incomodados com a virada de mesa, já gritam que o Congresso deve ser preservado nessa batalha pela opinião pública. Os grandes meios de comunicação sabem perfeitamente de que lado estão. Sempre souberam.

Personagens criados por inteligência artificial como "Hugo não se importa" e outros estão provocando polvorosa porque são portadores de uma verdade que as classes dominantes não querem ver denunciada. Ainda é cedo para a gente saber se essa forma de contestação, a do nós contra eles, é a ideal ou não. Mas incomoda.  E durante quatro anos os seguidores de Bolsonaro usaram a mesma fórmula contra a sua oposição sem que os que se imaginam controoladores da opinião pública reagissem dessa forma.    
 
Ocorre que se o  Congresso é hoje formado por uma imensa maioria de apoiadores do grande capital encastelado no meio rural, indústria, comércio e mercado financeiro onde ficam os mais diversos tipos de aventureiros do dinheiro além de falsos pastores religiosos, isso ocorre porque eles são eleitos. E se é a população quem os coloca lá, resta saber porque esse esforço da esquerda mais lúcida no sentido de orientar o cidadão comum não é uma bandeira de todos os dias na luta pela conquista do apoio popular e não um esforço de ocasião para a hora do desespero. Não parece lógico?

Ontem mesmo, enquanto vivia sem meu blog que não me permitia postar, conversava com amigos jornalistas como eu sobre a oposição brasileira de extrema direita do Congresso. E falamos durante algum tempo sobre o indivíduo Nikolas Ferreira, um deputado federal oco de ideias construtivas em torno do assunto Brasil, mas rico em conhecimento de redes sociais a ponto de isso lhe permitir usar o Congresso em benefício próprio, atacando e fugindo do plenário logo em seguida para postar seus ataques onde estão os seguidores de suas "ideias" porque assim ele pode vender a imagem do que não é: um debatedor.

Esse sujeito é como diversos outros que hoje habitam o Poder Legislativo Federal: desertos em ideias edificantes, mas cheios de vontade de destruir. Como o capixaba Evair de Mello, que se notabiliza por agredir sem piedade a ministra Marina Silva porque sabe que, assim agindo, se matém em evidencia junto ao eleitorado capixaba sem conteúdo, esse que o elege juntamente com o senador Marcos do Val, o outro deputado Gilvan da Federal e um longo séquito de aventureiros capazes de destruir o Brasil se nós deixarmos. É preciso explicar diariamente ao eleitor porque essa gente é contra rico pagar impostos e classe média ficar isenta de imposto de renda até R$ 5 mil mensais, passando-se a conta aos que ganham muito mais, milhares mais mas não querem pagar nada.

E é preciso fazer isso como uma mensagem de verdade social e não bandeira de ocasião.

24 de junho de 2025

A banalidade ética da política

Estamos diante de um quadro triste no Brasil. A política exercida do país, tanto em nível municipal quanto estadual e sobretudo federal está se tornando de uma banalidade ética que agride a lógica e afronta os princípios do Estado Democrático e de Direito. Terrível: ao que tudo indica é isso mesmo o que se pretende no pior e mais rasteiro Congresso já eleito pelos brasileiros em todos os tempos. E são os políticos apoiadores da extrema direita quem sustenta o baixo nível mostrado todos os dias na Câmara e no Senado da República.

A filósofa alemã de origem judaica Hannah Arendt notabilizou-se pelo conceito de "banalidade do mal". Criou-o depois de acompanhar o julgamento do criminoso de guerra Adolf Eichmann em Ramla, Israel, e que o levaria à morte pela forca em 1962. Segundo ela, o Estado deve garantir liberdades individuais e jamais permitir que direitos humanos sejam afrontados. Então, o que aconteceu na II Grande Guerra com os massacres nazistas foi o resultado não da natureza do caráter das pessoas, mas sim de sua incapacidade de conhecer e julgar as situações, fatos, estruturas e o contexto do que viviam. Isso pode levar, como levou, pessoas consideradas normais a cometer atos monstruosos.

Ela transportou seu pensamento para o terreno da política onde destacou, dentre outras coisas, o perigo da mentira, especialmente quando se torna autoengano e faz o mentiroso se tornar vítima de suas próprias falácias. Arendt insistiu em que a política se baseia na pluralidade humana, na existência de múltiplos pontos de vista e na imperiosa necessidade de diálogo para a construção de um objetivo comum, ético. A moral política reside aí, onde não coabitam os fundamentos do extremismo de direita, pois este só sobrevive à custa de inimigos comuns. Podem ser os judeus, como no nazifascismo, podem ser os comunistas ou qualquer outro grupo de pessoas distantes de seus pensamentos baseados no ódio.

Hoje, por exemplo, o inimigo escolhido é o presidente da República, pois nele se colou o rótulo de "ladrão" embora nenhuma prova concreta sobre isso exista para ser mostrada. Esse fato aliado à realidade de o Brasil ter uma grande massa de cidadãos politicamente conservadores ou reacionários permitiu que nosso Congresso fosse formado por uma imensa maioria de indivíduos sem preparo algum para o exercício desses cargos, sem ética política, sem objetivos mais claros e movidas pela aversão aos que pensam diferente.

Para não nos alongarmos muito em exemplos que darão no mesmo destino, basta dizer que o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, pensa pedir o impeachment do ministro do  Supremo Tribunal Federal Flávio Dino (sic!) porque ele quer investigar a destinação dos bilhões de reais confiscados pelo Congresso para as emendas parlamentares e que hoje são usadas de forma indiscriminada, irresponsável e criminosa por deputados e senadores que utilizam os recursos do cidadão para favores pessoais e sua perpetuação no poder. Ou seja: o inimigo é a luta pela moralização do uso do dinheiro público. Arendt elaboraria um novo e mais duro estudo. Durma-se com um barulho desses...                    

                  

21 de junho de 2025

De novo no Supremo


Mais uma vez será necessário recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que ser feita Justiça no Brasil. O Executivo pode buscar a Suprema Corte para defender nossos interesses, de novo penalizados por decisões absurdas do Legislativo. Desta vez, para atender a uma ínfima parcela de empresários, foi derrubado veto da presidência da República que impedia aumentos no valor das contas de luz. Com isso, empresários podem obrigar o Estado a contratar, dentre outras, leilão de térmicas a gás, mesmo sem necessidade, ao custo de R$ 20,6 bilhões, afora também pequenas centrais hidrelétricas (12,4 bilhões) e outros. O governo calcula em R$ 525 bilhões o impacto na conta de luz até 2040. E se houver vetos na lei das eólicas o ônus para o consumidor pode ser de R$ 1 trilhão.

Só há mesmo a opção de recurso ao Judiciário.

O Congresso capaz desse tipo de coisa aprovou cúmulo de aposentadorias com vencimentos mensais, o que ninguém mais tem direito. Também fez passar aumento no número total de deputados de 513 para 531 e mais todas as despesas que isso envolve. Não aceita rever emendas parlamentares e nem sequer que as patifarias decorrentes de pagamentos sem rastreio sejam investigadas pelo STF. Gasta milhões dos nossos caros impostos e só representa os interesses do grande capital como as BETs, agronegócio e super ricos, dentre outros que não querem abrir mão de nada, nem pagar Imposto de Renda. Se possível eles pretendem aumentar anda mais suas vantagens como, por exemplo, a de continuar usufruindo de isenções fiscais bilionárias em diversos setores da economia.  

Para tanto, além dos vetos que encarecerão em até 3,5 por cento a nossa conta de luz futura, esses parlamentares não aceitam o BPC e nem o aumento total de isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais e nem parcial para os que recebem R$ 7 mil porque isso significaria taxar os que nadam no dinheiro como Tio Patinhas, um de seus ídolos. Mas o pior pode estar por vir: a proposta de desvincular benefícios previdenciários como aposentadoria do salário mínimo. Havendo critérios diferentes de reajustes em breve poderá acontecer de aposentados receberem menos do que o mínimo previsto em lei.

É claro que esses malefícios legais jamais atingirão os membros do Poder Legislativo nem a nata do serviço público, mas aumentarão as dificuldades e quem sabe a fome da base da pirâmide social. A propósito disso o empresário Ricardo Faria, conhecido como "Rei do Ovo" criticou o programa Bolsa Família dizendo que ele tira as pessoas do trabalho, embora nada isso seja desmentido pelos fatos. E mais: o sujeito é contra o trabalhador ter direito a uma hora para o almoço durante a jornada diária de trabalho porque já viu, nos Estados Unidos, um operário comendo um sanduíche com a mão esquerda enquanto operava a máquina com a direita. Os Estados Unidos são a meca de araque para a maior parte de nossos sonhadores.

O brasileiro precisa acordar. E ver, dentre outras coisas, como se comportam aqueles "legisladores" da extrema direita política como o deputado mineiro Nikolas de tal, surpreendido em Tóquio com um grupo de amigos logo depois de votar contra os interesses públicos. Gastando dinheiro ganho de que maneira? Ou então o governador e o prefeito de São Paulo, que foram à Marcha para Jesus "vestindo" bandeiras de Israel. E eles sabem muito bem que esse país é hoje governado por um grupo de genocidas não cristãos e cujos membros dos grupos judaicos mais radicais que têm o hábito de cuspir no chão diante de igrejas cristãs, sobretudo as evangélicas, em Jerusalém. 

19 de junho de 2025

O verdadeiro criminoso


O primeiro ministro de Israel, Benjamin Netanyahu disse que o Irã vai pagar caro por seus atos na figura do líder Ali Khamenei, pois cometeu "crime de guerra" ao atingir com um míssil o Hospital Soroka, localizado em Bersheba, que fica no Sul de Israel (foto dos danos). Segundo informes do governo israelense e com base em membros da administração da unidade, o prédio sofreu "danos significativos" e pelo menos 47 pessoas que estavam la foram feridas, algumas seriamente. Esse hospital atende, dentre outros públicos, os soldados judeus que são feridos no genocídio praticado contra a cidade de Gaza.

O primeiro ministro israelense é a pessoa menos qualificada do mundo para falar de crimes de guerra. Desde que Israel começou seus ataques metódicos sobre Gaza, nada menos que 20 dos 22 hospitais ou centros médicos localizados no enclave foram destruídos ou seriamente danificados. Nesse bolo estão o único hospital especializado em tratamento de câncer, unidades médicas de especialização pediátrica e o Al-Shifa, o mais completo centro hospitalar da região. E não foram vitimados por "danos significativos" como aconteceu com o Soroka, em Bersheba. Nada sobrou deles e nos ataques israelenses contra essas instalações foram mortos dezenas de médicos, paramédicos e demais trabalhadores de saúde, além de milhares de pacientes e gente que morava  no entorno ou passava pelo local.

Netanyahu é um condenado do Tribunal Internacional de Justiça pelo cometimento de crimes de guerra, há uma ordem de prisão internacional contra no ele no mundo quase todo e se sair de seu país ingressando num outro que reconheça o TI pode acabará sendo preso e enviado para Haia onde um julgamento o espera. O primeiro ministro sionista vive ancorado no poder dos Estados Unidos e nos desvarios do presidente Donald Trump, que não apenas o ampara como mantém a máquina de guerra israelense pronta para ser usada.

Além do mais Israel tem armas atômicas, sim. Não declara isso, pouca gente sabe onde esses artefatos são mantidos, seu número total bem como o poderio de destruição não são conhecidos, mas eles estão lá ao alcance dos governantes israelenses que só precisam de um "OK" dos Estados Unidos para utilizar esse poder destrutivo contra os "inimigos". O Estado Judeu é hoje uma base norte-americana  no Oriente Médio, ponta de lança necessária à manutenção de mais de 40 mil militares dos EUA distribuídos pela região. Como país, vive da produção de tecnologia, a maior parte dela voltada para a guerra ou espionagem e até nesse ponto é títere do poderio norte-americano, sendo amplamente manipulado por ele.

Há mais razões para o ódio dos ocidentais aos iranianos do que julga nossa vã filosofia e eles não caberiam numa crônica de blog, nem se esgotam na aversão ocidental ao islamismo. Mas o verdadeiro criminoso da região, esse mora na Jerusalém ocupada.

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16 de junho de 2025

O passarinho de Lamis

 

Havia um homem no supermercado onde fui ontem, e ele vestia uma camisa com a bandeira de Israel. Falava com a mulher ao lado que seu sonho era dar "uma porrada na cara" do primeiro antissemita com o qual pudesse cruzar. Perguntei a mim mesmo como ele identificaria esse inimigo potencial. Não obtive uma resposta íntima. E para quê? Aquele homem e sua acompanhante sequer devem saber o que significa o termo semita. Muito menos o inverso disso, que se confunde com o governo de Bibi Netanyahu.

Veio-me à mente o lindo texto de Hassan Al-Qatrawi, "Tenda dos infernos", no livro "Diários de Gaza - A memória é uma casa indestrutível". Esse trecho merece ser citado aqui: "A guerra é a ideia mais estúpida para se resolver o ódio entre os povos. Milhares morrem para que outros vivam imersos em ódio e tristeza. As guerras não criam vida, apenas a tornam miserável. O caminho da paz é mais barato e mais simples, mas a voz da paz é sempre rouca, ninguém a ouve direito". Talvez, digo eu, ninguém a ouça nem um pouco.  

Hassan é bacharel em Serviço Social, mestre e doutor em Aconselhamento Psicológico pela Universidade de Trípoli, no Líbano, além de escritor com mérito reconhecido. Morador de Gaza, foi expulso de sua casa pelos bombardeios de Israel e precisou ver a filha Lamis, menina ainda, levar consigo a gaiola com o passarinho que ela tinha como seu companheiro. Todo o pesadelo posterior à expulsão de seu lar que foi destruído por bombardeios sionistas ele viveu ao lado da mulher, filhos e o passarinho de Lamis, a mais nova de todos.

Viu de tudo durante seu êxodo por Gaza. Passou por centenas de crianças sem caminhos a  percorrer e talvez, quem sabe pelo do menino fotografado no mesmo lugar onde ele vivia (foto), sem destino, vendo apenas destruição à sua volta e com o ursinho de pelúcia jogado ao chão. Uma criança só larga seu ursinho quando não tem mais horizonte para olhar e buscar alguma coisa além dele. Pela foto pode-se ver que não há mais nada à frente. A filha de Hassan só não abandonou a gaiola com o pássaro porque estava com seus pais ao lado.

Como eu poderia tentar dizer àquele casal do supermercado que sua ignorância impede que os dois vejam as coisas como elas são e não da forma que as mentiras ditas a toda hora tentam inocular nelas uma versão falsa dos fatos e que atende a interesses pouco confessáveis? Eu não teria como. Nem ao menos chamá-los de sionistas tive vontade. Muito provavelmente eles também não sabem o que quer dizer esse conceito. Semita é termo que se refere a um grupo étnico muito antigo, que engloba hebreus e outros, até mesmo árabes muçulmanos, mas o casal não merece a explicação. Nem a entenderia...

Há quatro dias, em decorrência do fascismo endêmico que acomete o governo de Israel, uma guerra sem sentido atravessa o Oriente Médio, envolve principalmente israelenses e iranianos e coloca em risco a sorte do mundo. Mais uma vez por trás de toda essa loucura sem sentido está a extrema direita mundial, renascida das cinzas da II Grande Guerra encerrada faz 80 anos. E desta feita estando à frente dela o presidente da maior potência mundial, um sopiopata cruel que pode até mesmo colocar fogo nos Estados Unidos para ver triunfarem suas ideias totalitárias e que não cabem em uma democracia moderna.

Gaza está destruída. Não se sabe hoje o que restará dela e que destino vai ter seu povo, mais de dois milhões de seres humanos contados apenas os moradores do enclave e que não têm para onde ir, de que forma comer, onde se abrigar nem sequer em uma "tenda dos infernos" para passar a noite. Bem ou mal, sofrendo de fome, medo e tristeza os seres humanos lutam para sobreviver enquanto existe uma réstia de esperança. O passarinho de Lamis, não. Desorientado, triste em sua gaiola, amanheceu morto mesmo cercado de todo o carinho. Hassan narra a reação da filha: "O passarinho morreu, e eu chorei!"   

Os  animais não conseguem nos entender, perdem a noção de pertencimento mesmo estando em gaiolas onde jamais deveriam estar e com o carinho das crianças. Aliás, nem nós mesmos sabemos às vezes como compreender e explicar certas decisões humanas como as de Netanyahu, sionista assassino, fazedor de túmulos para sobreviver politicamente.        

14 de junho de 2025

Agora querem socorro...


"O genocídio palestino não é apenas uma tragédia distante, um evento a ser observado com passividade ou frieza. Ele é o espelho de nossa humanidade, ou da falta dela. A indiferença frente à violência brutal que se desenrola diante de nossos olhos é um reflexo da desintegração ética da sociedade contemporânea. Se permitirmos que a Palestina seja apagada do mapa e da memória, o que será de nós?" (Rafael Domingos Oliveira, na Apresentação de "Diários de Gaza. A memória é uma casa indestrutível", Editora Tabla)

Agora querem socorro...e das autoridades federais brasileiras, as mesmas que eles não consultaram quando aceitaram o "convite" da embaixada de Israel para ir àquele país onde receberiam uma inoculação de grandes doses de propaganda sionista, essa mesma que diariamente é injetada na população israelense pela extrema direita política que controla o pais via parlamento e faz com que até mesmo os jovens sejam majoritariamente aqueles que pregam a destruição palestina e a extinção desse povo de sobre a face da terra.

Hitler tentou fazer isso com os judeus entre 1939 e 1945, depois de implantar sua política de ódio desde que se tornou chanceler da Alemanha e a fez um estado nazifascista. O genocídio de milhões de "seres inferiores" durante a II Grande Guerra mostrou a que ponto pode chegar a política de racismo étnico em qualquer parte do mundo. A mesma receita dos aliados do passado a extrema direita israelense usa hoje contra os palestinos. Simplesmente quer apagar esse povo do mapa do mundo. Prega seu extermínio. Que diferença há entre os sionistas de hoje e os nazistas de 80 anos passados? Nenhuma! Em essência. nada.

O livro a que me refiro e do qual pesco parte da Apresentação de Rafael Oliveira é escrito todo em primeira pessoa por escritores palestinos residentes em Gaza. São depoimentos nus e crus. Eles não falam sobre o assunto, mas sim do assunto. Diretamente do lugar onde os crimes foram e estão sendo cometidos e não de escritórios com ar refrigerado em Londres, Nova Iorque, Paris, Lisboa ou outra cidade. Veja no mapa acima que pode ser ampliado com um clique (foto) como se desenrola hoje a guerra entre Israel e Irã, mais um episódio da luta desse estado criado pela ONU em 1948 e que mesmo no dia de sua criação já anunciava que não respeitaria fronteira alguma determinada então e passou no mesmo dia a viver o sonho da "Grande Israel". Faz isso até hoje escudado no sionismo mundial que sustenta o poder de Estado dos Estados Unidos desde sempre. Simples assim...

Primeiro o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas foi a Israel com grande séquito para visitar Benjamin Netanyahu, o nazista sionista que comanda o país. Ele seguiu os passos do genocida inelegível Jair Bolsonaro, que havia sido "batizado" no Rio Jordão. Agora um grupo de extremistas da direita política brasileira foi surpreendido pela guerra contra o Irã, parte do mesmo jogo político que sustenta o estado judeu junto à maior parte dos países. O Irã não pode ter a bomba atômica, mas os israelenses podem. Por quê? A explicação é que um não e signatário do tratado de não proliferação de armas nucleares e outro, sim. OK... E também nenhum deles foi à Palestina ou falou sobre o assunto. Para quê?

Quis o destino que o ataque israelense a Teerã pegasse os aliados brasileiros do sionismo em terras hoje do governo Netanyahu. Não dava para avisar, pois a decisão do ataque era secreta. Mas não tem problema: quando aquele bando retornar ao seu país, seja pelas asas de El Al, seja pelas da FAB, poderá discursar em palanque dizendo que todos foram salvos pelas forças armadas "de auto defesa" daqueles que lutam pela democracia no Oriente Médio. Não é a verdade, está a anos luz de distância disso, mas que se danem os fatos. Quem disse que falar a verdade importa alguma coisa no mundo de hoje, sobretudo no Brasil que lamenta o fim da ditadura militar que tantos matou?

E agora eles querem socorro...durma-se com um barulho desses...

13 de junho de 2025

Uma visão cretina


Durante os anos em que trabalhei em A Gazeta convivi com vários chargistas geniais. Como meu amigo Janc, hoje nonagenário e aposentado, menos da Copa A Gazetinha de Futebol Infanto-Juvenil. Também Amarildo, autor de desenhos magníficos. Conversava longamente com Milson Henriques bebendo de sua sapiência e fleuma. E vai por aí. Hoje, pescando uma ilustração para esse texto que pretende reproduzir o que é o Parlamento do Brasil, veio do querido Genildo Ronchi o desenho que eu buscava (foto). Eis aí acima, com todas as linhas o  retrato perfeito do Poder Legislativo que temos e nos faz corar. Quem sabe, chorar.

A imagem retirada dos noticiários de dia-a-dia da vida política brasileira é muito dura. Na maioria dos casos os comentários diários feitos a partir dos atos dos três Poderes levam alguns jornalistas dos mais diversos meios de Comunicação a errarem feio em seus julgamentos. Uns por receio de ofender "ordens superiores". Outros por estarem voltados a considerações político ideológicas equivocadas. Alguns por má fé mesmo. Sou levado a crer serem esses últimos minoria, mas não insignificante porque interferem no julgamento final de uma população politicamente ignorante e ideologicamente conservadora ou reacionária.

O termo mágico dos dias atuais é "redução de gastos". O presidente da Câmara, que ocupa o cargo graças a acordos de bastidores pouco ou nada claros defende isso ao mesmo tempo em que passa por cima das tais emendas parlamentares de mais de CR$ 50 bilhões anuais que deputados e senadores utilizam até de forma descaradamente desonesta e, ao mesmo tempo, defende que estes eleitos para nos representarem em Brasília possam receber salários e aposentadorias cumulativamente enquanto aos simples mortais isso é negado. Acrescento aqui que eles têm feito de tudo, menos legislar em benefício da população. 

 No Poder Judiciário há um silêncio de morte em torno dos penduricalhos diversos que se somam aos vencimentos mensais e que fazem com que alguns recebimentos cheguem aos seis dígitos, o que também é negado aos simples mortais. Àqueles do INSS. Isso também ocorre no Executivo e com diversas máscaras, mas em muito menor numero, o que talvez não seja nem ao menos uma questão de pudor. Ou pundonor,  nosso orgulho saudável.

Então, nessa discussão estão proibidos temas como cortar as emendas parlamentares, taxar o agronegócio, capar a isenção fiscal de empresas bilionárias e taxar super ricos, citando poucos exemplos. Mas, ao mesmo tempo é "necessário" quebrar os pisos de Saúde e Educação, cortar benefícios sociais como BPC, bolsa família e outros, congelar o salário mínimo e reduzir grande parte dos investimentos públicos, para dizer o mínimo. Na divisão do bolo da imensa riqueza nacional o que se propõe é cortar até as migalhas poucas de quem já não tem direito sequer a uma pequena fatia que mate a fome.

Diz-se da discussão atual relativa à necessidade de se cortar despesas no Brasil que a visão é distorcida e penaliza quem já não pode perder mais nada. Errado, essa visão é a mais cretina e torpe possível, mas vai ao ar a cores, é impressa e dita todos os dias pelo Brasil afora. Ora, é que ela interessa ao "mercado", essa entidade suprema e defensora dos poderes quase absolutos do dinheiro nesse  Brasil, ditadora - em todos os sentidos - de praticamente todas as decisões de bastidores capazes de interferir na vida dos andares de baixo.                          

         
 

11 de junho de 2025

Bolsonaro no palanque


Ele até que tentou agradar. Negar. Pedir desculpas. Mas não foi possível. Bolsonaro, que na foto aparece aguardando ser chamado para depor diante do Supremo Tribunal Federal no dia de ontem, usou o espaço e o fato de seu depoimento estar sendo transmitido ao vivo pela TV Justiça para armar um palanque e fazer vídeos que são e serão usados para propaganda em lives de botequim. Sabe que será condenado pelo tribunal que tanto contestou, atacou e desrespeitou sobretudo ao longo do mandato, mas agora resta pouco a fazer além de se desculpar, como fez, numa situação para ele desesperadora. Estamos ao final de uma comédia. Ou seria uma tragédia pastelão?

Bolsonaro tentou, sim, dar um golpe de Estado no Brasil. Só não fez isso porque os comandantes militares, afora o da Marinha, não aceitaram acompanhá-lo na aventura. No Supremo mesmo ele disse que estudou a possibilidade de Estado de Sítio, Estado de Defesa ou GLO para não aceitar o resultado das eleições que levaram Lula a seu terceiro mandato à frente do Governo brasileiro. Só faltou um detalhe: não deu certo. E sobretudo e principalmente porque as urnas mostraram exatamente o resultado correto das eleições disputadas com lisura no Brasil. As mais fiscalizadas da história.

E foi por causa disso que não houve a fraude alegada pelo ex-presidente, que tentou impedir com a ajuda da Policia Rodoviária Federal, eleitores nordestinos de chegarem às suas seções eleitorais onde a maioria deles votaria no candidato de oposição ao golpista. Não fosse por isso e teria sido eleito um charlatão para mais um mandato de quatro anos como presidente do Brasil. E ainda sob as graças daqueles que pregaram golpe de Estado "com Bolsonaro no poder".       

As Forças Armadas brasileiras são gato escaldado e têm medo de água fria, mesmo num país onde uma grande parcela da sociedade não sente vergonha de dizer que quer "golpe de Estado". Isso ficou claro nas inúmeras vezes em que o ex-presidente arregimentou seus imensos bandos para acompanhá-lo nos desfiles por avenidas como a Paulista, onde houve a maior demonstração de golpismo dos quatro anos de desgoverno deste capitão quase literalmente expulso do Exército. Dizer que não há golpe sem Exército nas ruas, sem blindados e outros armamentos é tentar chamar a todos de bobos. Ou de malucos como ele chamou a seus próprios seguidores durante a inquisição de ontem à tarde em Brasília.

Realmente, como o ex-presidente deixou claro, gente lúcida não dá dinheiro para golpistas e ele conseguiu inicialmente cerca de R$ 17 milhões de "colaboradores". Assusta o fato de o sujeito de nome Paulo Figueiredo, neto de um ex-presidente da ditadura, o do ocaso desta, ter chamado o seu "ex" de frouxo por ele não ter confrontado o Supremo Tribunal Federal em vez de recuar, pedir desculpas e enfim admitir que sempre acusou sem provas. Ora, fez isso porque está nos Estados Unidos protegido pelo trumpismo e onde não vai ser preso. Vamos convir: está na hora de o Brasil abandonar os tempos do "prendo e arrebento". Eles saíram de moda e não vão voltar mais. 

7 de junho de 2025

Os nazistas de Israel


No dia 1° de junho de 1962 o criminoso de guerra Adolf Eichmann subiu ao patíbulo e teve uma corda colocada no pescoço no lugar de sua execução, em Hamala. Morreu instantaneamente na força. Então seu corpo foi levado ao forno crematório, reduzido a cinzas para, em seguida, estas serem colocadas em um balde e levadas de barco para além das águas territoriais israelenses onde foram jogadas no mar. Balde lavado, os israelenses voltaram para casa. Em praticamente todo o mundo, menos para os nazistas ainda existentes, havia sido feita justiça contra um criminoso de guerra responsável pelas mortes de milhares de judeus em campos de concentração da II Guerra Mundial.

23 anos depois disso, novos nazistas matam indiscriminadamente em Gaza. Milhares de palestinos já foram mortos no campo de extermínio em que foi transformado aquele pequeno enclave localizado ao lado do Estado de Israel. Dizer que isso aconteceu porque o estado judeu pretende justiça contra os guerrilheiros do Hamas responsáveis por mais de 1.200 mortes em outubro de 07 de outubro de 2023 em áreas da fronteira sul de Israel no "sabá", feriado judaico importante, é balela. Foi um crime, sim, mas crimes muito maiores e de imensa gravidade os israelenses cometem todos os dias. Veem fazendo isso desde 1949, quando seu país foi criado pela ONU, essa mesma organização que ele jamais respeitou.

Agora mesmo, no dia de hoje, o barco Madleen (foto) tenta chegar a um porto - ou o que sobrou dele - em Gaza para entregar mantimentos aos palestinos. A marinha de Israel já informou que não vai permitir e não é impossível que a embarcação onde estão a ativista sueca Greta Thunberg e o brasileiro Thiago Ávila seja atacada, sobretudo por drones. Matar os palestinos pela fome é um dos planos em vigor. Hoje até mesmo parte da juventude israelense, com doses diárias de ódio inoculado pela extrema direita que governa seu país, já sonha com a "Grande Israel", que representa levar as fronteiras para muito além das definidas em 1949 com a ajuda do diplomata brasileiro Oswaldo Aranha. O que está sendo feito com rigor...

Agora mesmo o governo do criminoso Benjamin Netanyahu autorizou mais 22 colônias judaicas em terras palestinas da Cisjordânia ilegalmente ocupada, o que tornaria inviável, caso isso seja concretizado, a "solução de dois estados", com a fundação da Palestina. Já a "solução final" para o caso palestino, segundo Israel, é a de exterminar todo aquele povo que ele não reconhece. O projeto está em curso. Uma médica mãe de dez filhos viu nove deles e mais seu marido, também médico, morrerem num ataque das "Forças de Autodefesa de Israel", que é como são chamados os militares que compõe os grupos de extermínio armados com o apoio dos Estados Unidos, esse país que veta na ONU tudo o que pode conter a fúria judaica.

Os nazistas de Israel são muito mais perigosos que os da Alemanha derrotados há 80 anos.                        

4 de junho de 2025

Operação Brother Sam 2


1964 era tempo duro de guerra fria quando os Estados Unidos enviaram um grupo de navios de guerra à costa brasileira para garantir que o golpe militar de 1964 tivesse sucesso. Isso foi garantido pelo presidente Lyndon Johnson, sucessor de John Kennedy na presidência dos EUA. O ponta aviões Forrestal (foto) comandava a flotilha que prometia intervir em solo brasileiro caso o presidente João Goulart não fosse deposto. A tentativa de intervenção se chamava "Operação Brother Sam" e era a cara do intervencionismo dos Estados Unidos de então. O tempo passou, a guerra fria parecia morta por inanição, mas eis que hoje esses tempos parecem querer voltar graças a um presidente histriônico norte-americano e uma dúzia de criminosos golpistas brasileiros instalados em terras de Tio Sam.

Na época, em 64, o embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Lincoln Gordon, conspirava abertamente entre militares golpistas. Era do Partido Democrata e embora tivesse sido um dos artífices da queda de um presidente constitucionalmente eleito, insistiu durante anos jurando que o golpe havia sido "100 por cento brasileiro". Os tempos o desmentiram e hoje se sabe que além do Brasil os Estados Unidos intervieram em outros países sul-americanos como o Chile onde o presidente Salvador Allende, que se recusou a entregar o governo aos golpistas morreu defendendo o Palácio de La Moneda atacado pelo Exército e pela Força Aérea de seu país na traição que tinha à frente o criminoso Augusto Pinochet, um general no qual o presidente assassinado chegou a acreditar. Quanta inocência!

Enquanto desqualificados como Eduardo Bolsonaro e agora Carla Zambelli fogem para o exterior e tentam acirrar os ânimos dos Estados Unidos contra o Brasil com ações que buscam claramente atacar o Supremo Tribunal Federal, já há nos EUA algumas autoridades legislativas e executivas que falam no "direito" de seu país usar o arquipélago de Fernando de Noronha e a base aérea de Natal como bases de aviões norte-americanos porque aquele país investiu na região durante a Segunda Guerra Mundial. Mesmo isso ainda não estando confirmado, é perigoso. É o mesmo discurso de "segurança nacional" que Donald Trump usa para o Canal do Panamá, por exemplo, além do Canadá e da Groenlândia. E isso tudo é gravíssimo nos dias de hoje, quando focos de guerras se espalham pelo mundo.

Sabemos que os tempos são instáveis e que por trás das atuais medidas protecionistas dos Estados Unidos está escondido o medo que esse país sente de a China roubar-lhe o posto de primeira potência econômica e militar mundial, coisa que, asseguram os especialistas, vai acontecer em breve. O risco é o mundo conviver com a existência na Casa Branca de um indivíduo de caraterísticas sociopatas, que age por instinto e que pode, sim, ser influenciado pelos criminosos de extrema direita que estamos exportando hoje e que traem seu país abertamente em nome de uma ideologia de ódio e desprezo pelas instituições.

O Brasil não pode ser base área dos Estados Unidos.

Nossa Suprema Corte tem que ser respeitada.

O mundo não vai  sobreviver a uma Terceira Guerra Mundial.          

30 de maio de 2025

A Batalha da Maria Antônia

Queriam chamar de "Comando C4" o grupo terrorista de direita que estava sendo formado agora e até ser desbaratado pela Polícia Federal. Ele pretendia matar gente considerada inimiga a preços tabelados e todos os assassinados, claro, seriam de esquerda. O nome ou sigla, seja lá de que forma deva ser identificada essa coisa, era uma alusão indireta ao CCC, ou Comando de Caça aos Comunistas, movimento de extrema direita ligado à ditadura militar brasileira e surgido no início ano de 1963 como um prelúdio do golpe militar de 1964, em São Paulo e Rio de Janeiro. Eu estava lá em terras paulistas!

O CCC tinha base em estudantes da Universidade Presbiteriana Mackenzie, tida e havida como reduto de direita, alguns membros ligados à Faculdade de Direito do Largo de São Francisco e vastos apoios policial e militar de ligados à ditadura. Sendo do CCC você podia até matar que não pagaria pelo crime. Esse movimento tinha como líder o fascista João Carlos Monteiro Flaquer e como uma espécie de comandante Raul Nogueira da Lima, o Raul Careca, que se tornaria depois um célebre torturador do DOPS trabalhando junto com o delegado Sérgio Paranhos Fleury, de triste memória. 

O grupo teria chegado a ter cinco mil participantes no Rio de Janeiro e São Paulo e foi na capital paulista que se deu o maior confronto entre essa gente e estudantes da Faculdade de Filosofia da USP, considerado reduto da esquerda. E era! Os membros do grupamento fascista atacaram os estudantes da Federal. Durante dois dias, entre 2 e 3 de outubro de 1968 houve uma guerra entre os dois blocos na Rua Maria Antônia, em Vila Buarque, distrito da Consolação, próximo do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.

Ao final de toda a batalha, o prédio da Filosofia havia sido incendiado, vários estudantes acabaram feridos inclusive por ácido sulfúrico e o secundarista José Carlos Guimarães, 20 anos, acabou morto por um tiro na cabeça (foto principal). Até o teto da faculdade desabou com os incidentes e incêndio. Ninguém do CCC foi "identificado" pelas autoridades e o governo paulista encerrou o caso sem maiores investigações.

Eu tinha uma namoradinha na Filosofia, passeava com ela em direção à escola no dia 02 quando vimos a confusão. Preferi tirar a menina dali, fomos embora e entramos no primeiro cinema que vimos com as portas abertas, sem nem ao menos conferirmos que filme passava. E, por incrível que pareça, estava em exibição a comédia italiana "Il magnifico cornuto", traduzido aqui como "O magnífico traído", estrelado por Ugo Tognazzi e Claudia Cardinale. linda e maravilhosa àquela época. Não sabíamos ainda da morte do rapaz, que a gente não conhecia e foi assassinado por Raul Careca. Nos divertimos muito no cinema. Depois tudo perdeu a graça.

O CCC destruiu a Rádio MEC, no  Rio de Janeiro, invadiu o Teatro Ruth Escobar, em São Paulo, o Teatro Opinião, no Rio e foi responsável pela tortura e assassinato do padre Antônio Henrique Pereira Neto, auxiliar de Dom Elder Câmara. Isso e mais a Batalha da Maria Antônia (segunda e terceira fotos) são a síntese do que eles fizeram, logicamente sempre apoiados pela ditadura e pelo capital financeiro, já que muitos dos estudantes da extrema direita eram filhos dos magnatas que comandavam a economia do Brasil à época e de suas mulheres, participantes das Marchas da Família com Deus pela Liberdade, motivadoras do golpe de 1º de abril de 1964, de 1963 até a aquartelada final.

Eram tempos nos quais o perigo morava nos edifícios de luxo e nos carros das polícias e organismos militares de repressão armada. A segurança só atendia a quem tinha bens materiais e carros de luxo e podia se vingar dos desafetos inclusive acusando-os de serem comunistas. Um sócio do clube que meus pais frequentavam em São Paulo perdeu um filho dessa forma. E o rapaz nada tinha a ver com militância comunista; estava deslumbrado com o socialismo monárquico sueco...

É preciso combater essa gentalha onde quer que ela tente se esconder. Onde quer que esteja. Senão, como já foi demonstrado no dia 08 de janeiro de 2023, ela vai fazer o possível para devolver o Brasil ao nazifascismo tupiniquim. Para que pessoas como a ministra Marina Silva, um patrimônio nacional da ética e da dignidade sejam desacatadas e talvez até agredidas e mortas em lugares como o Senado da Republica, que deveria ser um templo de homenagem à democracia. Mas isso só acontece com quem preza as instituições da República. O rapaz assassinado pelo torturador do DOPS não viveu para ver realizados os seus sonhos. Cabe a nós a tarefa de impedir que o CCC volte pelas mãos de seus filhos bastardos, como tem sido tentado ultimamente.            

28 de maio de 2025

Eles são assim mesmo...


As imagens da ministra Marina Silva sendo desrespeitada no Senado da República chocam, mas não surpreendem (foto). É preciso reconhecer que a extrema direita brasileira é assim mesmo. Como o senador Marcos Rogério (PL-RO), que ontem desligou o microfone da ministra convidada a falar em mais de uma oportunidade. Da mesma forma que o outro, Plínio Valério (PSDB-AM), autor da pérola "a mulher merece respeito, a ministra, não". Aliás, este já havia dito em ocasião anterior que gostaria de enforcar Marina. O ponto fora da curva foi Omar Aziz (PSD-AM), que considera a ministra um entrave ao desenvolvimento. Eles são assim mesmo. A misoginia é a ordem do dia para essa gentalha.

Esse episódio lembra os do deputado federal capixaba Gilvan da Federal (PL-ES) , suspenso por 90 dias do Congresso por agressões verbais seguidas ao presidente Lula em ações dentro do Poder Legislativo. Até onde vamos nós nessa toada?

Nos Estados Unidos um presidente sociopata investe contra a Universidade de Harvard com toda a força que possui ou julga possuir para tentar dobrá-la aos seus ditames. Se outras cederam, por que não esta também? Ele foca no ensino, um de seus maiores inimigos. Assim como o mundo de maneira geral, pois tem a intenção de ditar regras por onde quer que passe. Até  no Brasil se meteu via seu Secretário de Estado, Marco Rubio, que pretende fazer o Paraguai vender o excedente de energia de Itaipu aos EUA e não ao Brasil. Essa venda é feita através de uma negociação que remonta à construção da hidrelétrica.

Estamos num mundo amalucado! No Supremo Tribunal Federal (STF) já se descobriu por prova clara o que todo mundo sabia: foi ordenado à Polícia Rodoviária Federal no dia da votação do segundo turno da eleição que reconduziu Lula à presidência da República que parasse nas rodovias ônibus e demais veículos transportadores de eleitores nordestinos às zonas e seções de votação. Eram quase todos eleitores do presidente eleito. Da mesma forma, o derrotado Jair Bolsonaro torrou cerca de R$ 800 bilhões de maneira bizarra para tentar um segundo mandato. Este mesmo indivíduo hoje mantém um filho, Eduardo, nos Estados Unidos atentando contra a soberania nacional. Cabe aqui uma pergunta clara e que todos fazem a esse altura dos acontecimentos: por que a prisão preventiva desse sujeito não sai?

Só mesmo criança inocente acredita que a extrema direita brasileira vai mudar, mesmo que outros indivíduos como Gilvan venham a ser penalizados. Isso não acontecerá. Eles são os mentores dos acampamentos feitos diante de quartéis militares, autores das faixa de "Intervenção Militar", os que arquitetaram que o presidente eleito seria assassinado juntamente com seu vice e o ministro do STF, Alexandre de Moraes, além de outros desatinos mais. Não são democratas coisa nenhuma. São, isso sim, a escória política do Brasil alçada ao poder pelo pensamento político de extrema direita que agora contamina o mundo todo. Como no caso de Israel de Benjamin Netanyahu, por exemplo.

É preciso lutar contra essa escória dia e noite. Marina Silva até deu sorte...                

        

25 de maio de 2025

Eles estão vivos

Talvez as patacoadas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não passem mesmo disso: patacoadas. Mas elas não são o maior problema do Brasil no momento, apesar de o chefe de Estado dos EUA ter sugerido ao seu colega argentino Javier Milei que invada o Chile para ficar com dois oceanos, o Atlântico e o Pacífico. Há em curso em nosso país um movimento muito mais perigoso e pernicioso do que este e que já alcança voo em direção ao Palácio do Planalto para o ano que vem: a extrema direita e seus candidatos reais à sucessão de Lula. Eles, apesar de divididos, estão vivos, muito vivos. E acordados.

A embaixada dos Estados Unidos no Brasil já trata como oposição o Supremo Tribunal  Federal, embora embaixadores não tenham que se intrometer nos Judiciários das nações com as quais seus países mantêm relações diplomáticas. Essa segue o modus operandi da administração Trump, que trata como inimigos quem não recita sua cartilha. E isso vai ao encontro dos projetos de nossa extrema direita e seu desejo de voltar ao poder por aqui, de preferência para não mais sair, haja o que houver, custe o que custar.

Ronaldo Caiado, em Goiás, e Tarcísio de Freitas, em São Paulo, são os projetos prontos e acabados de sucessores de Jair Bolsonaro, pois ninguém a essa altura acredita que esse projeto fracassado de ditador de aldeia possa voltar ao poder ano que vem. Mas seus filhotes bastardos estão aí mesmo. Tanto que Goiás e São Paulo são os estados onde mais se constrói as escolas chamadas "de cívico militares", o modelito preferido do ex-presidente hoje com seus direitos políticos cassados por cometimento de crime de tentativa de golpe de Estado. Na maioria dos outros estados desta Federação, o que inclui o Espírito Santo, onde estou, extremistas de direita de acotovelam nas câmaras municipais e nas assembleias legislativas onde fazem o que sabem: conspiram. Aliás, essa é a única coisa que sabem fazer bem.

É possível que Bolsonaro não desista de seu sonho maluco, o mesmo acontecendo com a mulher Michele e o filho Eduardo - esse declaradamente golpista -, mas ele só terá em breve chances reais de continuar a receber diplomas e outras homenagens de dentro da prisão para onde vai. Até seu apoio a um candidato bolsonarista em 2026 tem peso relativo, pois se vai entregar ao eleito por ele seu peso político, também vai transferir a rejeição imensa que carrega nas costas e que só vem aumentando com o passar dos tempos.

Lula, o único político hoje em condições de enfrentar e vencer a extrema direita disse recentemente em uma entrevista ao canal UrbsMagna.com que só perde para ele mesmo no próximo ano. É apenas meia verdade porque depende do que ele vai fazer daqui para a frente, mas também e principalmente de como vai se comportar o PT, seu complexo partido, até outubro do ano que vem. É difícil as diversas correntes petistas aceitarem um caminho comum e seguirem monoliticamente para a disputa das eleições. Se fizerem isso reelegerão seu candidato. E se não fizerem é aí que mora o perigo.

Não é hora de dormir!