2 de maio de 2025

O Brasil dos desiguais


Somos todos iguais perante as leis!

Será mesmo? Se olharmos para o prédio de Maceió onde Fernando Collor de Mello cumpre desde ontem sua prisão domiciliar (foto), saberemos que não. Enquanto esperava pela saída do ex-presidente da prisão onde estava na capital de Alagoas o repórter da Globo News que cobria o fato viu um homem idoso dando entrada no presídio, também condenado por roubo. Um ladrão dirigindo-se para onde estava saindo outro. Mas aquele, ao contrário do magnata agora recolhido ao seu apartamento de 600 metros quadrados, ficou na tranca mesmo.

O Brasil é uma sociedade construída para proteger os ricos, mesmo nas piores situações.

Vejam o Congresso Nacional de nosso país. Cerca de 80 por cento dos deputados federais e senadores eleitos por nós mesmos representam os interesses do grande capital. E não é por outro motivo que a discussão do fim da escala 6X1 vai enfrentar todos os obstáculos possíveis para ser aprovada. Isso também boicota a discussão da isenção de pagamento de imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais e a diminuição dos encargos daqueles que recebem entre essa cifra e R$ 7 mil. Fazer valer essa justiça social significa penalizar os que ganham milhões ou bilhões pagando muito pouco ou quase nada. Eles não querem pagar coisa alguma e têm seus representantes no Congresso, todos muito bem "convencidos" por debaixo dos panos, onde não entram - ao menos até agora - pelo cano.

O que são, hoje, os partidos políticos do Brasil? Nada. Rigorosamente nada. Qual é o programa de cada um deles? Que princípios político ideológico seguem? Que compromissos têm para com a população do Brasil? Não a dos magnatas, mas a dos milhões que vivem pendurados no INSS? Esse é o país que os interesses do "mercado" defende. Esse é o país que o dinheiro deles, via subornos dos mais diversos tipos, quer preservar. Só um exemplo: o fim da escala 6X1 representou melhora de produtividade em todos os países onde ela existe. Aqui, o "mercado" diz que prejudicará a economia. Ou será que apenas e tão somente representará mais um freio contra os lucros desmedidos e o trabalho escravo?

Quando vejo um desqualificado como o senhor Gilvan da Federal chamar uma ministra de Estado de prostituta, não consigo classificar sua presença  no Congresso como um erro dele. Quem o colocou lá foram os eleitores do Espírito Santo, meu Estado, e que faz dos canalhas da extrema direita seus representantes em praticamente todos os setores, até na Cultura. E são capazes de achar bonito, isso porque Gilvan não é uma exceção. É a regra do novo fascismo que se faz presente em muitas partes do mundo.

O Brasil nunca será igual para todos nas leis enquanto for o paraíso dos desiguais. Aquele país que premia a iniquidade sobretudo e principalmente na política.    

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