13 de fevereiro de 2025

A falência da ética


Essa charge que publico aí acima, do paulista Junião, mostra claramente o que temos hoje no Brasil e irradia de Brasília ao restante do território nacional com episódios diários que nos envergonham a todos: não há mais ética no fazer política deste país. Ela faliu! E me arrisco em dizer que os conceitos de honra foram sepultados na mesma cova rasa onde está enterrado o primeiro dos preceitos tão indispensáveis ao exercício da atividade pública que nasce e morre em mandatos saídos das urnas nas eleições diversas.

Hoje mesmo foi noticiado em vários programas jornalísticos sérios brasileiros que a Polícia Federal tem provas irrefutáveis de que as tais emendas parlamentares tão disputadas pelos políticos sobretudo de Brasília e que já batem na casa dos R$ 50 bilhões anuais viraram mais uma grande modalidade de corrupção. Os políticos que deveriam encaminhar o dinheiro do seu, do meu, do nosso imposto a destinos de interesse público para serviços de real necessidade da população chegaram ao requinte de chamar os endereços que teriam de ser usados para a saúde de "destinação". Quanto requinte!

Eles fazem contratos reais e nos quais aparecem como "intermediários", cobrando 6 por cento sobre o valor como taxa de "intermediação". Mas é propina mesmo, e da grossa. Uma inovação: agora a corrupção tem contrato firmado no Brasil. Só falta colocar no papel que as dúvidas e desentendimentos serão dirimidos na Vara "X" do Fórum "Y", cidade "W".

Um deputado federal do PL - que coisa, quase só dá esse partido! - chegou ao requinte de utilizar agiotas na intermediação do envio das emendas. Josimar Cunha Rodrigues, 48 anos de pura falta de ética, de honra, e de vergonha na cara e conhecido como Josimar Maranhãozinho por ter sido lançado por esse município onde foi prefeito, apresenta sempre emendas com "valores quebrados" porque assim fica mais fácil para o agiota identificar o valor e cobrar pelos pagamento dos serviços. Familiares do ex-deputado federal Bosco Costa (PL-SE) participavam de um esquema de venda de emendas parlamentares. Usar a família, para esse sergipano, deve parecer mais seguro. E vai por aí, a lista é longa...

O mais dramático é que os brasileiros não se revoltam contra isso. Os apoiadores incondicionais do ex-presidente inelegível que antecedeu o atual acham que tudo não passa de perseguição política, como foi feito em reunião de membros de seu grupo com representantes da OEA. Os demais não acreditam que o problema tenha solução. Mas tem! Tanto que as denúncias de ontem foram feitas depois que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, retirou o sigilo das investigações da PF relativas às emendas.

Elas, que antes eram um recurso legislativo nascido do fato de que realmente os parlamentares conhecem mais suas bases que os burocratas de Brasília, tornaram-se um eloquente caso de corrupção com roubo de dinheiro público desde que o inelegível e genocida abriu os cofres do Tesouro a deputados federais e senadores para não sofrer impeachment na legislação passada. Ele, que defendia o fim da corrupção no Brasil (sic!).

Até onde vamos? Um Flávio Dino, está provado, incomoda muita gente mas sozinho não pode mudar um mundo corrompido como o de hoje. Há mais gente digna na Capital Federal, apesar de manietada pelo poder emanado dos movimentos de extrema direita. Salvar o Brasil é possível se aqueles que se horrorizam com os "maranhãozinho da vida" disserem basta e forem às ruas para pedir a vitória da moralidade pública. Lutar contra a corrupção e dizer isso diariamente é uma necessidade imperiosa!   

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